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Judiciário dos ricos que pune apenas pobres, pretos, putas e petistas


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Tribunal que tirou da cadeia o filho da desembargadora e namorada, mantém o empregado dele no presídio, por Joaquim de Carvalho 
Enquanto o filho da desembargadora segue internado em uma clínica de luxo na Grande São Paulo, o ex-empregado dele, Cleiton Jean Saches Chaves, continua no presídio de Três Lagoas, sem chance de ser libertado tão cedo. A namorada de Breno Freitas Solon Borges, Isabela Lima Vilalva, foi colocada em liberdade e está foragida. O quadro atual é: Bruno é o único que, efetivamente, está pagando pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico. “Cleiton é mais uma vítima da justiça e do sistema carcerário racista brasileiro. Cleiton é mais um pobre a pagar por crime de ricos e poderosos”, denuncia o Movimento Levante Negro, que lançou no Facebook a campanha “Liberdade para Cleiton Jean”.
Eduardo Santana, administrador da página, lembra que, dos três, o único que tem família para sustentar é Cleiton. Com 27 anos de idade, ele tem dois filhos e o compromisso de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 150 reais por mês.
Assim como Breno e Isabela, que ostentavam na rede social a vida de rico, Cleiton Jean também tem a sua página. Mas a diferença entre as publicações é gritante.
Suas postagens mostram a vida de uma pessoa humilde, com fotos de crianças brincando em riozinho, de criança carregando outra no colo, selfies dele e dos amigos, alguns negros e pardos, tomando tererê (bebida típica) num gramado; da mãe orgulhosa porque ele vai se formar num supletivo de ensino médio, de apelos para que o SBT recoloque o programa Chaves na sua grade, de declarações de amor à namorada; de versículos bíblicos (a família é evangélica).
A única imagem de ostentação é ele em cima de uma moto de corrida, sem camisa, de boné. Ao amigo que zoa com o comentário de que ele ficou rico,  Cleiton Jean confessa: “Eu to é tirando onda com o que não é meu”, seguida com os emojis de gargalhada.
A moto é do patrão, Breno, a quem ele acompanhou na noite de 8 de abril, para uma viagem em dois carros para o interior de São Paulo. No fundo falso da camionete e no fundo falso de uma carreta, havia quase 130 quilos de maconha, 199 munições de fuzil calibre 762 e 71 munições de pistola 9 milímetros (uso restrito).  Em depoimento à polícia, Breno teria inocentado a namorada e o funcionário. A namorada obteve habeas corpus no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul e deixou a prisão. A medida foi revogada, mas ela não foi mais encontrada. Está foragida.
Cleiton não teve o mesmo tratamento. O mesmo tribunal que autorizou a saída de Breno da cadeia — tirado de lá pessoalmente pela mãe desembargadora — negou  liberdade provisória a Cleiton, apesar da informação do juiz do caso, Idail De Toni Filho, de que não via risco para a instrução do processo com a soltura de Cleiton Jean.
Para o Levante Negro, é mais um caso que mostra a seletividade da Justiça.
Cleiton e Isabela serão agora julgados num processo separado do de Breno. É que o juiz suspendeu o processo em relação ao filho da desembargadora até que haja decisão sobre a sanidade mental dele.
Para isso, o juiz nomeou o perito forense Guido Palomba, de São Paulo, conhecido por sua atuação em casos notórios, como o do Maníaco do Parque.
Segundo ele, a suspensão não é um privilégio, é uma obrigação, já que, contrariando decisão dele, o Tribunal de Justiça acatou pedido da defesa de Breno para que ele se tratasse na clínica particular.
“Toda vez que se questiona a sanidade mental, a lei me obriga a suspender o processo. Por isso, eu separei os processos, já que há réu preso e há prazo para a sentença. Por isso, Isabela e Cleiton serão julgados em um processo e o outro será o de Breno”, disse o juiz ao DCM, se recusando a fazer qualquer comentário de mérito sobre o processo.
Dependendo do resultado da perícia, Breno Fernando talvez nem seja julgado, se for considerado inimputável.
Em 2005, o irmão de Breno, Bruno, também foi preso em flagrante por um crime. No caso, roubar um carro. O comparsa dele passou um tempo na penitenciária. Já Bruno foi internado em uma clínica particular, onde passou um ano e dez meses.
Ao sair, já tinha recebido o perdão judicial e, por isso, não chegou a ser preso. Hoje Bruno é advogado e atua na defesa da namorada de Breno.
Para Cleiton Jean, a esperança da família talvez esteja na Justiça divina. Poucos dias depois da prisão, a mãe, que é evangélica, publicou no facebook duas mensagens, uma da rede “Eu sou adorador” e outra da “Bíblia Ensina”. Uma delas: 
“As tempestades da vida não podem abalar quem está firmado na Rocha.” A outra:
“Senhor, em maio coloco em Tuas mãos nossa casa. Te suplico paz, saúde, proteção e salvação para nossa família!” 
Do DCM - Diário do Centro do Mundo


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