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Luis Nassif: Temer prepara o AI-1 do novo regime



GGNO aprofundamento da intervenção militar estava no horizonte desde o início do governo Temer. Mostramos na ocasião que a ampla impossibilidade de qualquer espécie de legitimação, Temer apelaria para um chamamento cada vez maior ao poder militar. A própria indicação do general Sérgio Etchegoyen para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) era uma indicação.
Posteriormente, o então Ministro da Justiça, Alexandre Moraes, tentou criar um factoide com a história dos terroristas de Internet – um bando de alucinados, sem nenhuma vinculação com organizações internacionais, envolvidos nas libações da Internet.
Não pegou.
Logo depois, houve a intervenção militar no Rio de Janeiro, na qual Temer driblou a Constituição através de um artifício: era uma intervenção não militar mas com a chefia da intervenção conferida a um militar. Tudo isso confiando na dubiedade da Procuradoria Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal em enfrentar o arbítrio que se instalava.
Por trás desses movimentos, a figura dúbia do Ministro da Justiça Torquato Jardim. Coube a ele a excepcional aula particular ao novo presidente do STF, Dias Toffoli, explicando que o golpe de 1964 foi fruto da incapacidade da sociedade civil. Esqueceu 1968, o AI5, Costa e Silva, a Junta Militar, os anos de chumbo da repressão.
Ontem, repetiu a história de que o terrorismo internacional está implantado no país, a partir de um episódio isolado. Era apenas a senha para o Decreto nº 9.527, de 15 de outubro de 2018, publicado hoje no Diário Oficial.
O decreto cria “a Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil”.
Seu papel será “analisar e compartilhar dados e de produzir relatórios de inteligência com vistas a subsidiar a elaboração de políticas públicas e a ação governamental no enfrentamento a organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e as suas instituições”.
Tudo isso a menos de dez dias das eleições. Como é uma questão de segurança nacional, a força será constituída pelo GSI, a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), os serviços de inteligência da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, com o apoio da COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda), Receita, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Segurança Pública; Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Segurança Pública.
Os representantes serão indicados no prazo de dez dias, obviamente para reprimir qualquer manifestação contra o resultado das eleições.
Haverá uma Norma Geral de Ação para regular as ações “em consonância com a Política Nacional de Inteligência - PNI, com a Estratégia Nacional de Inteligência.
Ontem, um general eleito deputado pelo estado do Rio Grande do Norte propôs o fechamento do STF e a prisão de todos os Ministros que libertaram acusados de corrupção.
Bem vindos de volta ao inferno!
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Pitaco do Briguilino: O Michê não preparou o AI-1 do novo (velho ) regime (ditadura) sem a concordância absoluta do chefes do Mitomaníaco. Logo, logo saberemos detalhes completos do golpe. E não vai demorar para muita gente se arrepender do voto que deu.
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Moro, Dallagnol e cia: quadrilha de falsários

Depois de provar que pagou a mulher e ao amigo de Moro o doleiro Tacla Duran prova que a quadrilha de Curitiba falsificou documentos. Confira abaixo na postagem Xadrez sobre a falsificação de documentos na lava jato de Luis Nassiff:

O livro-bomba sobre a Lava Jato, prometido pelo doleiro espanhol Tacla Duran, começa a dar frutos.
Tacla é o doleiro cuja declaração de renda comprovou pagamentos a Rosângela Moro, ao primeiro amigo Carlos Zucolotto e a Leonardo Santos Lima.
Alguns capítulos do livro ficaram por alguns dias no site de Tacla. No livro, ele diz que a delação da Odebrecht teve vários pontos de manipulação, com a montagem de documentos, provavelmente por pressão dos procuradores, atrás de qualquer tipo de prova contra Lula.
O juiz Sérgio Moro facultou apenas aos procuradores da Lava Jato o acesso ao banco de dados especial da Odebrecht. Aparentemente, os procuradores entram lá e pinçam apenas o que interessam.
Analistas foram atrás das dicas levantadas por Tacla e quase todas se confirmaram.
Mais que isso: há indícios de que alguns dos documentos foram montados.
Evidência 1 – extrato da Innovation tem somas erradas.
Evidência 2 – os extratos com erros são diferentes de outros extratos do mesmo banco apresentados em outras delações.
Evidência 3 – os extratos originais do banco apresentam números negativos com sinal -, ao contrário do extrato montado, em que eles aparecem em vermelho.
Evidência 4 – a formatação das datas de lançamento é totalmente diferente de outros documentos do banco, que seguem o padrão americano: Mês/Dia/Ano.
Evidência 5 – a formatação nas datas de lançamento é idêntica ao da planilha PAULISTINHA, preparada por Maria Lúcia Tavares, a responsável pelos lançamentos no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht.
Evidência 6 – nos anexos da delação de Leandra A. Azevedo consta ordem de pagamento, com data de 28 de setembro de 2012, de US$ 1.000.000,00 da conta da Innovation para a Waterford Management Gourp Inc. Mas no extrato bancário supostamente montado, a transferência consta como saída de 27 de setembro de 2012, ou seja, antes da ordem de pagamento.
Agora, se coloca o juiz Sérgio Moro em situação complicada. Como pretende julgar o processo sem facultar o banco de dados da Odebrecht à defesa, para se identificar os documentos falsificados e os verdadeiros.

Luis Nassif - xadrez do fim da Lava jato e do avanço da ultra-direita


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Vamos colocar alguns balizamentos nesse mar revolto da política nacional.

Peça 1 – a admissibilidade do julgamento de Temer

Artigo 52 da Constituição:
Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 
Como é definido o crime de responsabilidade:
“a rigor, não é crime, e sim a conduta ou comportamento de inteiro conteúdo político, apenas tipificado e nomeado como crime, sem que tenha essa natureza. A sanção nesse caso é substancialmente política: perda do cargo ou, eventualmente, inabilitação para exercício de cargo público e inelegibilidade para cargo político”.
Temer recebeu no Palácio do Jaburu um interlocutor da JBS que entrou disfarçado, de acordo com recomendação sua. Indicou um interlocutor para falar em seu nome com a JBS. O interlocutor negociou um favor à JBS e recebeu, em troca, uma mala com R$ 500 mil. Foi filmado. Depois de preso, o dinheiro foi devolvido.
Não há a menor dúvida de que Temer cometeu um crime de responsabilidade. Para saber se foi crime comum, necessita ser investigado. E a investigação depende da autorização do Congresso.
Espertamente, o advogado der Temer, Antônio Mariz de Oliveira, fez uma defesa baseada em princípios penais: se cometeu ou não o crime comum. O julgamento era de crime de responsabilidade. Indagou: cadê o dinheiro?, sabendo que o dinheiro foi devolvido apenas após o intermediário ter sido preso. Só se saberá se cometeu, também, crime comum, após a autorização para ser processado.
Em suma, torna-se difícil segurar a peteca do governo Temer. Mas há mais coisa em jogo do que a moral do Congresso: centenas de cargos e verbas distribuídas. Portanto, o resultado ainda é incerto.

Peça 2 – o fator Rodrigo Maia

Montou-se num golpe parlamentar tendo como objetivo enfiar goela abaixo do eleitor um conjunto de reformas que não seriam aceitas em processo eleitoral aberto, mantendo alguns ritos para dar a aparência de legalidade.
Essa estratégia foi desmoralizada quando a opinião pública internacional passou conhecer Temer e sua gang. Aí ruiu a tentativa de dar uma aparência legalista ao golpe.
Culminou com a Globo endossando a delação da JBS.
A hipótese aventada pelo Xadrez foi a de que o estardalhaço mal planejado em torno da JBS visava encobrir o indiciamento da Globo pela Ministério Público espanhol e pelo FBI, em função da compra da Copa Brasil da CBF de Ricardo Teixeira.
Esta semana, fonte com contato direto com os Marinho confirmou a suspeita. Apenas três membros do grupo – João Roberto Marinho, Ali Kamel e um executivo – souberam do indiciamento da Globo nas investigações poucos dias antes do vazamento das delações da JBS. E a intenção de bater bumbo visou justamente ocultar as repercussões do escândalo CBF.
A exposição dos feitos do grupo de Temer torna impossível manter a pantomima.  Tenta-se a gambiarra Rodrigo Maia.
A mídia, especialmente a Globo, enche a bola de Maia e passa a sensação de que a queda de Temer é irreversível.
Joga com uma esperteza típica dos acordos de delação. Dá a impressão de que o governo Temer afunda e quem pular por último no governo Maia, ficará sem lugar no barco.
O jogo das deslealdades políticas funciona assim.
Os jornais levantam o nome do possível presidenciável, Rodrigo Maia.
O presidenciável é aliado do presidente, e não quer passar por desleal. Mas é mordido pela mosca azul, como são todos aqueles que vêm passar à sua frente um cavalo selado muito acima dos seus sonhos mais rocambolescos.
Aí ele fica quieto. Não desmente nem confirma os boatos.
Ao ficar quieto, provoca desconforto nas hostes do presidente. E os jornais começam a difundir as fofocas palacianas.
Aí o presidenciável começa a romper com o presidente com o argumento “como é que eles podem desconfiar da minha lealdade”. E a desconfiança em relação à lealdade se transforma no grande álibi para a deslealdade.
Simples assim.
Há três possibilidades em jogo.
Possibilidade 1 – Temer se arrastando até 2018. Com o flagrante da mala de R$ 500 mil, dificilmente se manterá no cargo. Mas não se deve duvidar da capacidade de auto desmoralização do Congresso.
Possibilidade 2 – Rodrigo Maia assumindo dentro de um pacto de fortalecimento do centro.
Possibilidade 3 – Maia assumindo para completar o trabalho incompleto de Temer.
Em qualquer hipótese, há que se invocar a prova do pudim.
Se Maia suspender a tramitação das reformas e negociar a constituição de um conselho para discuti-las, contemplando todos os setores, abrirá caminho para a pacificação e a legitimação de Maia. Caso contrário, não. O tal fortalecimento do centro resolverá apenas a vida de Aldo Rabelo, que saiu do PCdoB esperançoso de ser o vice-presidente de Maia. O centro sou eu, deve pensar Aldo.
O mais provável será a tentativa de continuidade das reformas com Maia.

Peça 3 – fim da Lava Jato

Seja qual for o resultado da permissão de Temer ser investigado, a Lava Jato já entrou em contagem regressiva.
Dois pontos centrais indicam seu fim.
O primeiro, o enquadramento do Ministério Público Federal (MPF) nos limites da lei. A provável nova Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, tem histórico de severidade em relação à corrupção política, convicção em defesa dos direitos sociais e respeito aos limites constitucionais. Sua indicação será um caso típico de se escrever direito por linhas tortas.
O segundo, o fato óbvio de que a Lava Jato passou a avançar sobre alvos não-petistas. As mudanças de posição do Estadão e da Globo são desmoralizantes, ao dividir as propinas entre caixa 2 do bem e do mal.
Não duvide de que, daqui a algum tempo, Deltan Dallagnol e outras figuras da Lava Jato deixarão o MPF e se lançarão na política. Ninguém usa a própria corporação como escada, como eles, se não for para pular para patamares superiores.
Serão novos Pedro Taques, o ex-procurador que se notabilizou pela luta contra a corrupção, foi eleito governador do Mato Grosso, e está envolvido em vários escândalos de financiamento de campanha, porque não há como fugir do modelo político em voga.
A volta à legalidade deverá passar impreterivelmente pelos seguintes fatos.

Fim dos vazamentos

Dodge já anunciou um conjunto de medidas visando coibir vazamentos. E, sem vazamentos, a Lava Jato perde expressão. À medida em que as denúncias vão sendo divulgadas, o que se vê é um episódio canhestro de delações sendo referendadas por novas delações que, por sua vez, só tem como provas novas delações.
Sem o bate-bumbo da mídia, grande parte das denúncias da Lava Jato não para de pé. Ficam exclusivamente com as contas no exterior, levantadas pela cooperação internacional e com parte do conteúdo de algumas delações. São os chamados investigadores de araque e de computador.

Revisão do instituto da delação

Um dos grandes abusos da Lava Jato foi a desmoralização precoce do instituto da delação premiada.
É um absurdo extraordinário o fato dos procuradores buscarem a condenação a todo preço, em lugar de se comportarem como promotores de justiça; terem o poder absoluto de definir a pena a ser negociada com o delator, assim como definir o que pretendem do delator.
Criou-se essa desmoralização do inquérito. O delator aceitava as condições propostas, dizia o que os procuradores desejavam ouvir, as declarações íam alimentar manchetes políticas da mídia. Depois, na hora de apresentar as provas, pernas para o ar que ninguém é de ferro.
O instituto terá que ser recriado em bases sérias e recuperado do mau uso que foi feito pela Lava Jato. O modelo do procurador que investiga ser o juiz da oportunidade da delação mostrou-se fracassado.

Punição das infrações cometidas

Ponto central na volta da legalidade será a punição dos crimes e abusos cometidos no período. Como vazamento de conversas privadas, não associadas à investigação, abuso na condução coercitiva, vazamentos que comprometeram suspeitos, depois inocentados, manifestações de procuradores e delegados fora dos autos, como a partidarização nas redes sociais, grampos ilegais nas celas, perseguições a companheiros, por delegados da PF.
Provavelmente não se irá revolver o passado. Mas não se tenha dúvida de que a nova PGR estará com a bala na agulha esperando a primeira manifestação de descumprimento dos códigos do MPF.

Peça 4 – a crise do partido do mercado

E aí se entra em um nó montado pela conspirata.
O PSDB deixou um vácuo na representação do mercado. Perdeu suas principais lideranças, deixou há tempos de ser um partido programático e João Dória Jr não infunde confiança em nenhum dos grandes grupos paulistas que investem em um liberalismo mais moderno. Disparou como um foguete para um público sequioso do novo. Mas não tem pique de gestor público, nem vontade. A cada dia aparecem as vulnerabilidades de sua gestão em São Paulo e um estilo arrogante que não atrai aliados.
Hoje em dia, sua base de apoio na mídia se reduz ao portal iG, cooptado por seu cabo eleitoral Ivan Zurita, ex-presidente da Nestlé, e possivelmente a IstoÉ – depois que Aécio Neves naufragou. É possível que consiga a adesão do Estadão, se os CEOs da Lide conseguirem driblar as regras de distribuição das campanhas pelas agências. Mas CEO não é dono.
Dória tenta investir tudo no anti-lulismo, mas não é de raça pura. Sua agressividade será tão contraproducente quanto a de José Serra, quando, em 2010, se transmudou em profeta louco, e Aécio Neves quando deixou de lado a imagem de conciliador para enveredar pela agressividade.
É fato que a estrada dos candidatos outsiders será pavimentada pelos discursos anticorrupção, anti-Lula e, ironicamente, anti-mídia.
Esses conspiradores primários conseguiram cavar uma trincheira de desconfiança tão grande em relação à institucionalidade, que nela cabem o PSDB, a mídia, a Justiça, PT e Lula. E, à sua frente, o avanço das verdadeiras tropas bárbaras, comandadas por Bolsonaro.
O que se tem, agora, é um moto contínuo:
1.     Tiraram a besta da jaula para devorar Lula.
2.     A besta ganhou vida própria e passou a avançar sobre os seus aliados.
3.     Se não seguram a besta, em breve até seus criadores, os grupos de mídia, serão devorados.
4.     Toca, então, a trazer a besta de volta para a jaula.
5.     Trazendo, enfraquecem a ofensiva política contra Lula. A cada dia que passa, mais improvável será sua condenação.
6.     Liberando Lula e os tucanos, alimentarão fortemente outra besta, a candidatura que melhor representa não apenas o anti-Lula, mas o anti-mídia: Bolsonaro.
E os hunos de Bolsonaro não dependem um segundo da mídia. Montaram uma horda bárbara nas redes sociais que, a cada dia, é engrossada com seguidores verdadeiramente apaixonados.
São as grandes alavancas da Lava Jato e por ela são alimentados.
Ainda não há condições de saber o preço final que o país pagará pelo golpe do impeachment.

Elementos para uma discussão ampla por Margot Riemann

Algumas considerações adicionais sobre o tabuleiro do xadrez político atual:
1)      O Brasil segue sendo um dos países mais desiguais do mundo graças a uma sofisticada engrenagem política, onde a mídia joga um papel central.
2)      No Brasil a distância entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres era em 2009 19 vezes (caiu em 2014 para 16 vezes); na União Europeia (25 países) essa distância é em média 5,5 vezes.
3)      A concentração de renda historicamente tem sido alavancada pelo Estado. Tivemos sempre um “Estado social para os ricos”. O maior exemplo é a política de juros, mas não apenas. As políticas educacionais, transportes, habitação, saúde etc. sempre foram de péssima qualidade quando destinadas aos pobres. Diferentemente do investimento público nos espaços dos ricos, receita federal, detrans, aeroportos, câmaras legislativas, tribunais. Por que são horrorosas as prisões? Porque lá só tem pobre.
4)      Na era da globalização, com uma competição cada vez mais acirrada, com renda sendo apropriada globalmente e em larga escala por diminutas e poderosas elites, a ascensão social está cada vez mais difícil. Para as classes altas e médias, o acesso direto às benesses do Estado e a manutenção da engrenagem da exclusão, passa a ser uma luta de vida ou morte. Não há na globalização um lugar ao sol para todos.
5)      O petismo ameaçou a engrenagem da concentração de renda e da exclusão. Democratizou oportunidades, aproximou os mais pobres dos mais ricos. São inúmeros os exemplos, a começar pelas cotas de 50% nas universidades. Um duro golpe para a classe média que se sacrificou anos a fio para colocar o filho no curso de medicina e agora disputa apenas metade das vagas e não tem dinheiro para pagar uma faculdade privada caríssima ... Por isso a classe alta e média é visceralmente antipetista. 
6)      Não foi a política conciliadora de Lula que fracassou, e sim o voluntarismo de Dilma que partiu para o confronto (baixando juros, tarifas de energia, taxas de cartão de crédito) sem ter articulação política que bancasse as medidas. A conciliação de Lula garantiu na verdade as três (re)eleições.
7)      O governante não é dono do Estado. Há uma tendência a superestimar a margem de manobra nos países da periferia porque aqui o Estado tem atuação decisiva em áreas nevrálgicas da economia (câmbio, infraestrutura, ordenamento jurídico ainda em construção, sem falar no peso das estatais). Mas, mesmo sendo mais atuante que nos países do centro, qualquer medida que confronte os grupos econômicos hegemônicos, ainda que marginalmente, exige uma mudança de correlação de forças no cenário político. Não existindo essa mudança, fatalmente o governante entrará num impasse e terá que se curvar ao status quo. E aí não adianta ser voluntarista.
8)      As teses do Ciro são boas. Mas não me parece um político muito talentoso. Não consegue sequer agregar o(s) partido(s) por onde andou. Não há comparação com o Lula. São anos luz de distância.
9)      O problema é que o Lula e o PT encarnam a luta pela inclusão social, tudo que as classes médias e altas não querem. Mas isso não deve ser um obstáculo intransponível, acertando-se a mensagem como um todo.
10)   Um programa de governo tem que conciliar interesses da grande maioria. Os confrontos devem alvejar pequeníssimas minorias. A política de juros; as mordomias dos legislativos; a desnacionalização.
11)   Quanto ao grande confronto dos historicamente excluídos, dos 50% mais pobres contra os 20% mais ricos, o protagonismo tem que ser do próprio povo e o mercado tem que ser trazido para o centro da briga. Não cabe ao governante encabeçar  essa luta, e sim apoiá-la.
12)   Juntamente com as igrejas, é a grande mídia que forma e molda os consensos políticos. Um projeto de governo sem um projeto de mídia é perda de tempo.
Comentário a postagem Lula, Ciro e a frente das esquerdas de Luis Nassif
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Eleição 2018: previsão Briguilina

Curto e grosso novo

Quando muitos jornalistas, colunistas e mais istas políticos escreviam sobre o fim de Lula, que ele era carta fora do baralho, eu afirmava, afirmo e reafirmo: 
Nas urnas Lula é imbatível. 
https://blogdobriguilino.blogspot.com.br/search/label/Lula%20imbat%C3%ADvel
Agora no tapetão (judiciário) imbatível é o Psdb.
Tem mais, se a chapa for Lula/Ciro ele vencem no primeiro turno.
Comentário no blog do GGN do jornalista Luis Nassiff 
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Xadrez do fim do mundo numa quarta-feira de cinza, por Luis Nassif


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O xadrez da delação do fim do mundo, por Luis Nassif

Peça 3 – o desmonte do país

O desmonte está se dando nas seguintes frentes:

O projeto geopolítico

No dia 22 de fevereiro último, o Washington Post – jornal com estreitas ligações com fontes da CIA – produziu um artigo revelador (https://goo.gl/K2Hsov): “Como um escândalo que começou no Brasil está perturbando outros países da América Latina”.
A reportagem lembra o Brasil como estrela em ascensão quando conseguiu o direito e
sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E que a Odebrecht se tornou um símbolo do
crescimento da importância brasileira no mundo, da mesma forma que a Coca-Cola para os Estados Unidos e a Toyota para o Japão.
Constata o jornal que a Odebrecht se tornou peça central do soft power brasileiro. E – aí não é o jornal afirmando - valendo-se dos mesmos expedientes da Siemens alemã, da IBM norte-americana, da Dassault francesa. Em todos os casos, puniram-se dirigentes, mas preservaram-se as empresas, vistas como ativos nacionais.
A reportagem admite que a corrupção não surgiu no governo Lula, nem com a Odebrecht, mas que ela foi a única a ser pega. E mostra como a Lava Jato, com a ajuda do Poder Judiciário desses países, está ajudando a limpar a área de todos os governos de esquerda no continente.
No Brasil, o desmonte atinge todos os segmentos, dos estaleiros à indústria de defesa e toda rede de fornecedores, com a redução da obrigatoriedade do conteúdo nacional nas plataformas.
Agora, se prepara o golpe final contra as empreiteiras brasileiras, com a cooperação firmada com os Ministérios Públicos de mercados conquistados por elas e a tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de proibir novos contratos com elas. Um órgão assessor do Congresso se tornou peça-chave na destruição de ativos nacionais.
Não apenas isso.

O desmanche social

E aqui se entra nos desdobramentos não previstos pelo golpe.
A estratégia de desmonte do Estado aprofundou brutalmente a crise fiscal e a crise social.
A cada dia aumenta o desemprego, as tensões sociais, a insegurança nas grandes metrópoles, a crise fiscal da União e dos estados.
Há um brutal endividamento nas empresas. As que mais cresceram no período anterior são as mais endividadas. O sistema bancário montou operações de resgate estendendo os prazos dos financiamentos. Mas sem perspectivas de melhora da economia, caminha-se para uma crise sistêmica.
Por qualquer ângulo que se analise, será impossível a manutenção da política econômica atual e do próprio governo Temer.

A ideologização primária

Hoje em dia uma ideologização pesada domina os debates, tanto à direita quanto à esquerda, dificultando enormemente a busca de consensos. A ideia de construção nacional, pactos de produção, de inovação, afirmação de políticas sociais, equilíbrio entre o papel do Estado e do setor privado, todos os meios tons que deveriam servir de base para políticas de desenvolvimento cederam lugar a uma radicalização profundamente simplificadora.
Rapidamente, o pacote Meirelles torna-se inviável. E não aparece uma alternativa no lugar. Não levará muito tempo para que a agenda neoliberal seja substituída por uma liderança forte – de esquerda ou direita, civil ou militar – repetindo o roteiro norte-americano e britânico. Não mais um centro-esquerda relativamente racional.
Ou seja, o pêndulo com movimentos próximos do centro, mais à direita com o PSDB, mais à esquerda com o PT, mas sem abrir mão dos princípios democráticos, em breve será substituído por alguma saída autocrática.
Aí entram em cena as delações da Odebrecht, como um dos momentos de corte. Peça 04 - as delações da Odebrecht e o MPF>>>\o/