Nem só da execução de Osama Bin Ladem e do assassinato do filho e netos de Muhamar Kadaffi vive o noticiário internacional. Revelaram-se, na semana que passou, as condições impostas pelo FMI para emprestar 78 bilhões de dólares a Portugal, a título de ajuda econômica. Privatizações em massa, daquilo que restou de atividades do estado; cortes em educação e saúde pública; demissões no funcionalismo estatal e nas empresas privadas; congelamento de salários, pensões e aposentadorias; aumento de impostos e extinção de benefícios fiscais.
Em suma, a mesma receita para empobrecer nações, ainda que a pretexto de Portugal pagar suas dívidas externas e continuar remunerando o capital especulativo nacional e estrangeiro, bem como financiando o lucro dos bancos que lá operam.
O pior nessa novela de horror, com capítulos já encenados pela Irlanda, Grécia, Turquia e alhures é que o governo português aceitou, com o apoio da própria oposição parlamentar.
No governo Fernando Henrique o Brasil submeteu-se a essas mesmas imposições, sem que a população fosse às ruas para protestar. E com o agravante da alienação de riquezas naturais que temos e Portugal não tem, assim como a supressão de monopólios constitucionais ausentes na Constituição de nossos avós. O diabo é que os portugueses também não estão protestando. O controle de seus meios de comunicação é semelhante ao que vigorou aqui, por muito tempo. Ou ainda vigora?
Carlos Chagas
Nenhum comentário:
Postar um comentário