Ciro Gomes, ele próprio, está inviabilizando sua candidatura a presidente.
Ciro se afasta de Lula para amealhar votos na direita. Ele aposta que suas qualificações acadêmicas, suas bravatas midiáticas e sua “ficha limpa” irão qualifica-lo junto ao eleitorado arrependido de Aécio Neves. A mera hipótese de o empresário Benjamin Steinbruch ser seu vice-presidente é prova cabal da tentativa de angariar o apoio da burguesia golpista. Talvez consiga alguns votos, visto a baixíssima qualidade dos candidatos direitistas, mas Ciro Gomes não poderá esconder que apoiou Lula, que foi ministro de Lula e que é amigo de Lula. Isto, meu caro Ciro, a direita não perdoará.
Por outro lado, o “esquerdista” Ciro Gomes e seus apoiadores fazem um assédio sistemático ao eleitorado do PT com uma teoria muito peculiar do voto útil. Postagens nas redes sociais do tipo “Com Lula preso, eu voto Ciro” é quase um mantra. Ao mesmo tempo, em Estocolmo, Ciro Gomes questiona a inclusão do nome de Lula nas pesquisas eleitorais argumentado que a Lei da Ficha Limpa irá impedi-lo. Ou seja, assim como Sergio Moro e Carmem Lucia, Ciro usa os termos da lei para legitimar o golpe. Talvez consiga alguns votos, mas Isto, meu caro Ciro, a esquerda não perdoará.
No resumo da ópera, Ciro Gomes está se comendo pelas beiradas.
Marcelo Laffitte é cineasta
Pitaco do Briguilino:
Para mim o autor do texto acima comete um pequeno equivoco, esquece de frisar que: no caso em questão a "direita" que ele fala é a que exerce o verdadeiro poder, pós-eleição. Acontece que no momento Ciro está preocupado é em se eleger. A governabilidade é outra coisa.
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