No meu tempo não tinha televisão!

facebook-skype Essa frase me perseguiu durante toda a minha infância. O meu pai dizia isso toda vez que percebia uma novidade no ar ou via uma pontinha de progresso entrando pela porta da sala da nossa casa.

Durante décadas e décadas, ouvimos que quando ele era menino, o sucesso era um rádio GE que ficava no saguão do hotel do seu pai, meu avô. Era dali que saiam as notícias da guerra, a sonoplastia bizarra das radionovelas, a voz de Aracy de Almeida cantando Palpite Infeliz e os gritos de gol de Oduvaldo Cozzi.

O meu pai parecia se orgulhar de ter vivido num mundo sem televisão. Quando os seus filhos se reuniam para ir ver Os Jetsons na casa da vizinha, ele achava que o mundo estava acabando, que aquela invenção era a maldição do século, século passado.

Quando começávamos a comentar os programas como Bola Murcha, Agarre o que puder, quando começávamos a imitar os personagens da Rua do Ri Ri Ri ou Times Square, ele sempre voltava com aquela história de que no seu tempo não tinha televisão, não tinha essas bobagens.

Outro dia fui fazer uma palestra no interior do Paraná e as pessoas arregalaram os olhos quando comecei a listar as coisas que não existiam no meu mundo juvenil.




Vivíamos sem micro ondas, por exemplo. A comida era esquentada uma a uma no fogão. No meu tempo não tinha protetor solar. A lembrança que tenho dos nossos verões na Cidade Maravilhosa é de bolhas no corpo inteiro e muito Caladryl.

Fui revelando pra eles que não havia celular, apenas um telefone preto e fixo que ficava geralmente na sala. Não havia supermercado, as compras eram feitas em mercadinhos e se você quisesse um quilo de feijão, tinha que pedir ao vendedor.

- Um quilo de feijão, por favor!

Contei que no meu tempo não tinha controle remoto e nós ficávamos esperando alguém levantar para pedir.

- Aproveita que está de pé e muda o canal!

Não havia leite longa vida. Comprávamos leite todo dia e colocávamos pra ferver logo, porque senão azedava rapidinho. Imagine que não havia cerveja em lata, só em garrafas de vidro e das grandes. Acredita que vivíamos sem código de barra?

Não havia cartão de crédito, nem caixa eletrônica. Se precisasse de algum dinheiro, era preciso ir ao banco, enfrentar uma fila enorme, entregar o cheque pro caixa, esperar ele ir lá dentro conferir o saldo e a assinatura numa ficha de cartolina.




No meu tempo não havia selfie. Lembro do meu pai reunindo toda a família, colocando a Rolleiflex dele num tripé, apertando o botãozinho e correndo pra poder sair bem na foto.

Não havia compra pela Internet. Em Belo Horizonte, a minha mãe ligava pra Drogaria Araújo e o cara vinha de fusquinha trazer o Benzetacil. Aquilo era o progresso, o começo de tudo.

Numa outra palestra no interior de Minas Gerais, quanto mais eu ia enumerando coisas que não havia no meu tempo de jovem, mais velho ia me sentindo. Quando eu fui explicando que vivíamos sem Instagram, sem Easy Taxi, sem e-mail, sem Google, sem Facebook, sem tudo isso, uma jovem levantou o dedo e perguntou:

- Não tinha Netflix?
por Alberto Villas

Humor - The i-piauí Herald

Flamenguista é hospitalizado ao descobrir que o time não é Alemanha

GÁVEA OCIDENTAL - Kléberson Jorge do Nascimento, de 21 anos, deu entrada hoje de manhã no Hospital Miguel Couto com diversos traumas pelo corpo. Segundo o boletim médico, o primeiro trauma foi causado pela constatação de que o time do Flamengo não jogará como a seleção alemã. "O paciente balbuciava palavras desconexas em alemão, como 'Nur die Liebe, so ist hier die Hölle drehen'", disse o médico Aldair Moura.



Parentes de Kléberson relataram que o jovem vinha acumulando doses de otimismo desde que a Alemanha goleou a seleção brasileira vestindo um uniforme rubro-negro. "A cada gol, ele gritava 'Mengo' pela janela. Chegamos a medicá-lo com Semancol, mas não surtiu efeito", explicou sua mãe Matilde do Nascimento, que completou: "Quando ele viu o Podolski com a camisa do Flamengo após a Alemanha ser campeã, ele foi para a rua comemorar a contratação", lamentou a matriarca.


Ontem, quando o Flamengo perdeu, em casa, para o Atlético PR, Kléberson chamou o técnico Joachim Löw de burro. Ao olhar para o banco de reservas e avistar a figura de Ney Franco, o jovem teve uma síncope. "Depois, ele virou para o campo e viu Alecsandro, Lucas Mugni e Everton. O baque foi muito grande", lamentou o amigo Adriano Pereira.

Campeao alemao doa premio para cirurgias em 23 crianças brasileiras

O meia Mesut Özil, titular da Alemanha na campanha do tetracampeonato mundial na Copa 2014, anunciou em sua página no Facebook que doou o dinheiro da premiação recebida pelo título para financiar as cirurgias de 23 crianças brasileiras doentes. Ele já havia bancado as operações de 11 delas antes do Mundial, e decidiu elevar o número para igualar a quantidade de jogadores no elenco da seleção.

"Queridos fãs, antes da Copa do Mundo eu ajudei na cirurgia de 11 crianças doentes. Já que a vitória na Copa do Mundo não foi apenas por causa de 11 jogadores, mas pelo nosso time inteiro, eu vou agora elevar o número para 23. Esse é o meu agradecimento pessoal pela hospitalidade do povo brasileiro", publicou Özil em sua página na rede social.

Segundo o jornal britânico Express, o dinheiro doado pelo meia do Arsenal ultrapassa US$ 400 mil - cerca de R$ 880 mil. A quantia foi passada a projetos de caridade do Brasil, que serão os responsáveis por bancar as cirurgias.

O agente do jogador também negou rumores de que Özil vá doar dinheiro para as crianças de Gaza, na Palestina, mas deixou a possibilidade aberta para o futuro.

Queda do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia com 295 pessoas abordo

O que disse o O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, em sua conta no Facebook:

"Minhas condolências pela queda do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia. Essa tragédia matou centenas de pessoas de diferentes paises e causou um enorme pesas para quem perdeu seus entes queridos. Lamento pelas vítimas", disse ele.


A princesa e o tarefeiro

Alfredo achava que uma esposa devia ser “trabalhadeira” como ele, e uma mãe presente para os filhos. Diferente de sua mãe, uma mulher fútil e uma mãe ausente. Ela vivia às turras com o marido que se queixava da falta de apoio da esposa. Os ideais de casamento de Alfredo construíram-se, portanto, em oposição às más experiências que teve em casa quando criança.

Letícia, ao contrário, admirava o pai que era um cavalheiro e provedor, que se dava muito bem com sua mãe, uma elegante senhora dedicada à vida em alta sociedade e a obras de caridade. Leticia imaginava ter um marido dedicado à esposa, tal como seu pai fora para sua mãe. Queria que Alfredo assumisse todas as zeladorias da vida (da declaração de imposto de renda e conserto do carro, ao planejamento das viagens). Não aceitava ter que cuidar dos filhos em período integral, precisava de tempo para encontrar amigas, ir à academia e fazer compras, e delegava a educação das crianças a duas babás, tal como sua mãe fizera.

Como você pode imaginar divergências nas Concepções de casamento causam reações emocionais intensas, e Alfredo e Leticia viviam indignados um com o outro. Também divergiam sobre os direitos e deveres de sogra. Alfredo achava que a mãe de Letícia não deveria ter a chave de sua casa, e Leticia, muito ligada à mãe, acreditava ser normal a mãe ter livre acesso à sua casa e opinar sobre a educação dos seus filhos.


Mas, apesar da indignação que divergências sobre concepções de casamento causam, este é um item com grandes possibilidades de ser ajustado entre vocês. E por que? Porque diferenças sobre direitos e deveres de marido e mulher são, em grande parte, disputas conceituais (de valores e concepções). E por incrível que pareça a prática mostra que nossas convicções conceituais são mais fáceis de mudar, pois respondem mais facilmente a ponderações. Ou seja, aos poucos, argumentos sensatos e uma visão moderna podem ser aceitos (quando é muito difícil, um terapeuta de casal pode ajudar muito). Ao contrário de divergências de gosto e interesses, que raramente mudam por causa de argumentos e ponderações.

Foi o que aconteceu com Letícia e Alfredo. Ela, por exemplo, conversando com amigas e com uma terapeuta, entendeu que o modo atual de educar filhos exige mais a presença tanto da mãe como do pai, ou seja, que a educação atual implica relações de afeto intensas entre pais e filhos. Também compreendeu que o homem moderno nem sempre segue o modelo que ela conhecia do seu pai, de marido provedor e cavalheiro.

Alfredo, por sua vez, entendeu que Letícia não era por temperamento adequada para maternidade, e que ela tinha sido criada para ser uma “princesa”, não mãe e não mulher trabalhadeira “pau para toda obra”.


Embora, Letícia não tivesse condições de mudar em todos aspectos, ela entendeu que alguma coisa ela teria de mudar. Ele também percebeu que estava demasiado focado em trabalho, deveres e em poupar dinheiro, deixando pouco espaço para lazer e romance. Ambos conseguiram, aos poucos, negociar um novo pacto de casamento, redefinindo papeis de homem e mulher e direitos e deveres de marido e mulher.

Portanto, se vocês tiverem divergências sobre os papeis de cada um no casamento, saiba que por mais terríveis que pareçam as brigas e por mais intransigente que pareça seu parceiro, vocês têm grande chance de se acertarem. Desde que consigam conversar com calma e aos poucos, negociando novas possibilidades. Se não conseguirem fazer isso sozinhos, um terapeuta de casal provavelmente poderá ajudá-los.

* Luiz Alberto Hanns - terapeuta com mais de 20 anos de prática clínica e autor de “A Equação do Casamento -- O que pode (ou não) ser mudado na sua relação” (Paralela). Na coluna “Vida a Dois”, ele fala sobre os desafios da vida em casal.

Manchetes, por Luiz Fernando Veríssimo

Há noticias de primeira página que nunca chegam à primeira página. Ou por falta de espaço — caso do Brasil no ultimo mês, quando o futebol dominou as primeiras páginas de todos os jornais — ou por decisão editorial.

Entre as notícias de primeira página que não viraram manchete durante a Copa está a declaração formal das Forças Armadas brasileiras que nada de anormal, como tortura e mortes, aconteceu em qualquer dependência militar no Brasil no período da ditadura. E pronto.

Notícia paralela que também ficou nas páginas internas, ou só com chamada na capa, foi a da prescrição do caso da bomba no Riocentro, que não será mais investigado. Também: assunto encerrado.

Quem insistir que houve tortura e morte nos quartéis durante a ditadura, segundo o relato de sobreviventes e averiguações criteriosas já feitas, estará chamando a instituição militar brasileira de mentirosa. Sobre a ação criminosa abortada pela explosão prematura daquela bomba no Puma jamais se saberá mais nada.

Outra noticia que merecia manchetes, mas não passou do bloqueio da Copa, foi a de que, dos 32 países que participaram do campeonato, o Brasil foi o que apresentou maior queda nos índices de mortalidade de crianças de até 5 anos de idade nas últimas décadas.

Maior do que ocorreu na Alemanha, na Holanda e na Argentina, para ficar só nos quatro finalistas da Copa. Os dados são da Parceria Para a Saúde Materna e Recém-Nascidos e Crianças, entidade coordenada pela Organização Mundial da Saúde.

A divulgação destes números com o destaque merecido talvez diminuísse os insultos à presidente, que, estes sim, sempre saem na primeira página. Ou talvez aumentassem, vá entender.


POR QUÊ?

O terremoto que arrasou Lisboa também sacudiu a intelectualidade europeia da época, que se dividiu entre os que consideravam a catástrofe um ato de Deus para punir a pecaminosa capital portuguesa e os que diziam que a natureza, e não um Deus cruel, era responsável pelo cataclismo.

Voltaire manteve que o terremoto provava a inexistência de Deus e fez pouco dos que defendiam que era um castigo divino, num famoso poema em que perguntava: se o objetivo era acabar com o pecado, por que escolher logo Lisboa e não Paris, onde havia muito mais pecadores, “mergulhados nas delicias”, do que em Lisboa?

“Lisboa está arruinada”, escreveu, “e dança-se em Paris.” Exatamente o que sentimos depois dos 7 a 1, guardadas todas as gigantescas proporções. Nosso futebol está arruinado, e dança-se em países que não têm metade das nossas taças e glórias. E por que nós?!

Mensagem da tarde

Por mais difíceis que as coisas possam parecer
Acredite
São apenas difíceis
Não impossíveis!