Haicai Cleofatídico




Morreu
Enxugo minhas lágrimas
Cultivo as boas lembranças



Mensagem da Vovó Briguilina




Viaje
Seja uma viagem real ou virtual

O importante é viajar.

Sonhe
Seja de olhos abertos ou fechados

O importante é sonhar.

Viva
O importante é viver.

Joel Neto


Briguilina da semana

O panelaço é mais um golpe do PT.
Inventaram isso para estimular a venda de panelas.




- Quem mais vende panelas no Brasil?

- A Tramontina.

- De quem é a empresa?

- Não sei.

- É do "Lulinha" abestado.

- Sei lá quemé lulinha?

- Lulinha, é o filho do Lulão.

- Que Lulão?

- Do Lulaaa, feladaputa!


Rir é o melhor remédio

- Você é uma grande amante Lu. Com certeza a pessoa que mais conhece os meus desejos.

- Você está enganado Jó.

- Por que diz isso???

- Quem conhece todos os nossos desejos é o Google.
***






Emoções cruzadas, numa noite de agosto

por Rodrigo Vianna

Para colocar as coisas em perspectiva, ouço Cartola: "Alvorada", "Divina Dama", "Ensaboa"…
Esse é um Brasil lindo, que resiste há séculos.

Vamos lembrar: esse povo das panelas não gosta do Brasil. Gente cinzenta, infeliz e rancorosa – pendurada em suas tristes varandas.

Há motivos para protestar? Sempre há. Mas esse povo jamais protestou contra corrupção. Nunca. A não ser em 64, pra derrubar um governo constitucional. Ou em 54, pra levar Vargas ao suicídio.

"Você desconhece consciência/ só deseja o mal a quem bem te fez/ Basta, não ajoelhes, vai embora…"

O que move os tristes paneleiros é o rancor. Sim, essa gente está na ofensiva! Sim, essa gente pode ganhar a batalha. Mas nem por isso deixaremos de lutar, sonhar, sorrir e cantar.

Eles já ganharam outras vezes. E nós seguimos cantando. Estamos nessa, pra ganhar ou perder.

Lembro agora de todos meus amigos que gostam do Brasil.
Ouço Beth Carvalho, a sambista/brizolista, amiga de meu amigo Eduardo Goldenberg … "Por deus, não posso entender porque vamos chorando… O vento de quando em quando, num sussuro sereno, obriga toda a floresta a nos fazer aceno; é um festival de alegria que me põe a imaginar/ Não sei se devemos rir ou chorar."

Penso em José de Abreu, o ator que botou a cara na TV pra defender o PT. Era bonito fazê-lo quando ser petista era ser "bom selvagem", uma espécie exótica a adornar a cozinha da política. Zé de Abreu deu as caras quando a maioria dá as costas. O mundo em que vivo se faz de gente assim.

Sinto Darcy Ribeiro, tateio por entre Chico Buarque e Nelson Sargento. Farejo Aldir Blanc, o Tolstói brasileiro.
Sonho com os joelhos tortos (!) de Mané que jamais tremeu diante de europeus, com o calcanhar/pincel do Dr. Sócrates, com as arrancadas do gigante Romário – o baixinho que ganhou de cabeça dos grandões suecos em 1994, e agora botou a revista da marginal de joelhos. E me acalmo.

Amanhã, sexta-feira (7/agosto), alguns bravos irão para a porta do Instituto Lula. Reagir ao golpe paraguaio; defender não o governo manco de Dilma, mas a democracia que lutamos tanto pra construir. Na mesma hora, estarei na USP, defendendo minha dissertação de Mestrado, que traz (espero) reflexões sobre a democracia manca de um país vizinho: a Colômbia.

Torçam por mim, meus amigos.
Torço pelo Brasil.

Seguimos por aí, com Cartola, com as panelas cheias, com o coração quente.
Vamos cantar. E vamos ganhar.

Ganhando ou perdendo, vamos ganhar.
Já ganhamos!

Um país acovardado, o caso Moro

O CASO MC CARTHY - por André Araújo

O ano de 1950 marca o deslanche da Guerra Fria com dois acontecimentos cruciais ocorridos em 1949: a detonação da bomba atômica soviética e o triunfo do comunismo na China.

Havia uma percepção nos EUA de que os russos conseguiram a bomba com espiões levando os segredos da construção do artefato, o que era em parte verdadeiro. Muitos espiões foram presos, como Alger Hiss e Klaus Guchs, formando um quadro que, combinado com o triunfo de Mao Tse Tung na China, provocou grande inquietação nos Estados Unidos.

É nesse cenário que onde surge um demagogo - Joseph Mc Carthy -, que se aproveita do choque que esses dois acontecimentos impactantes e fartamente explorados pela mídia impressa e pela TV que esta começando, criam na população americana  e lança uma caça as bruxas que opera em ondas crescentes contra vários grupos sociais.

O Senador Joseph Mc Carthy foi eleito pelo Estado interiorano de Wisconsin contra o então Senador Robert La Folette, um veterano que Mc Carthy acusou de ter lucrado com a guerra enquanto ele, Mc Carthy lutava na Marinha.

A campanha virulenta garantiu a Mc Carthy a cadeira no Senado e levou La Folette ao suicídio.

No mesmo período também se desenrola a Guerra da Coreia, uma guerra contra o comunismo, o que atiça o clima.

A primeira campanha de Mc Carthy foi contra 205 funcionários do Departamento de Estado, acusados de comunistas por ele.  Sua narrativa era de que o Partido Nacionalista caiu na China por conta da sabotagem desses diplomatas, o que era um absurdo. O Governo Chiang Kai Shek caiu por causas objetivas mas essa queda foi uma surpresa, uma vez que a mídia americana nunca apresentou a realidade de um regime apodrecido que cairia por sua incompetência, miséria da população, alta corrupção, o casal Chaing Kai Shek era adorado nos EUA.

Mc Carthy fez campanha para o candidato presidencial de 1952 de seu Partido Republicano, o General Eisenhower, que não tolerava sua demagogia mas foi aconselhado a jamais criticá-lo pois Mc Carthy tinha apoio popular e da mídia.

O segundo grupo de ataque na campanha anti-comunista de Mc Carthy foi Hollywood, diretores, roteiristas, artistas, dramaturgos, produtores, dentre eles o legendário Chales Chaplin esteve prestes a ser preso e fugiu para a Europa por causa de Mc Carthy.

O Senador era temido e ninguém o enfrentava, seus discursos no Senado eram violentos e longos, uma vez discursou por seis horas ininterruptas, presidia o Subcomitê de Atividades Anti Americanas do Senado, transformado-o em Tribunal Anti-Comunista. Era abastecido de informações por J.Edgar Hoover, diretor do FBI, a policia federal americana.

No ataque à comunidade artística, Mc Carthy desgraçou carreiras, provocou suicídios, e muitos artistas se exilaram para não ser perseguidos. Seus interrogatórios no Senado eram televisionados e ele humilhava os inquiridos.

Sua terceira onda de ataques foi  contra o Exército. Centrou baterias contra o General George Marshall, uma figura lendária, respeitadíssima, o arquiteto da vitoria americana na Segunda Guerra, acusado de ser tolerante com o comunismo, assim como todo o Governo Trumam e o antecessor Franklin Roosevelt. 

O General George Marshall, Premio Nobel da Paz de 1953,  foi mentor do Presidente Eisenhower que não o defendeu dos ataques de Mc Carthy, tal o medo que este provocava no Partido Republicano, submetido aos seus caprichos.

Mas ao atacar o Exercito Mc Carthy não mediu o que estava em jogo e superestimou sua força. O Exército o enfrentou e o derrubou.  Em 21 de desembro de 1954 o Senado provocou um voto de censura contra Mc Carthy, que o derrubou por 67 a 22, tirando-lhe o cargo de presidente da subcomissão, que era sua trincheira. A partir dai Mc Carthy derrapou rapidamente para a decadencia e sua real dimensão ficou clara para o País, um reles demagogo que explorava certos temores da sociedade americana mas que era um canalha e um vilão sem nenhum caráter.

Mc Carthy morreu aos 48 anos de hepatite mas a real causa foi seu alcoolismo. Deixou um rastro terrível na Historia americana, um vampiro de carreiras e vulgar explorador de sentimentos e receios de uma sociedade amedrontada.

A lição do Caso Mc Carthy é o perigo que cruzadas falsamente moralistas "em prol do interesse publico" podem encobrir ação de maníacos e demagogos. A registrar o papel indecente da mídia conservadora a favor de Mc Carthy, especialmente do grupo TIME LIFE, que o prestigiou até o último momento de sua cruzada, um apoio acrítico que fez também não ser atacado pelos seus colegas do Congresso ou pela Suprema Corte.

Mc Carthy desgraçou milhares de pessoas a quem acusava de espiões comunistas sem que outras forças do País lhe cortasse os passos.

Mc Carthy foi uma mancha negra na Historia americana, que os Republicanos de hoje fazem questão de esquecer.

Este é o motivo do Editorial da Globo

Dono da maior empreiteira do País, o empresário Emílio Odebrecht autorizou seu filho Marcelo a se tornar delator premiado.

O pânico e recuo da oposição é porque a delação não deve se limitar ao PT. Deve atingir também as relações da construtora com o PSDB. No celular de Marcelo Odebrecht, apreendido pela Polícia Federal, havia referências a um encontro com o senador José Serra e também com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; no caso de Serra, havia ainda a mensagem "adiantar 15 p/JS"; antes das prisões, Aécio Neves também foi procurado para conter o ímpeto da CPI da Petrobras; no governo FHC, foi criada a Braskem, que entregou à Odebrecht o controle do setor petroquímico nacional.

Emílio Odebrecht também se dispôs a delatar todos que a empreiteira corrompeu desde que foi fundada.

" Abro o verbo, não deixo pedra sobre pedra se não libertarem meu filho já ", esse foi o recado do patriarca.