Meu pai era coração. Ele ajudava quem passava no portão, diz filho mais velho de Vavá


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São Bernardo do Campo (SP) - São Bernardo do Campo (SP) – Edison, Andréa, Márcio e Adriana, filhos de Genival Inácio da Silva, o Vavá, deixavam lentamente o Cemitério Municipal da Pauliceia, em São Bernardo, por volta de 13h30, sob um calor de 35 graus. Coube ao mais velho, Edison Inácio, 55 anos, comentar o fato de seu tio Luiz Inácio, irmão de Vavá, não ter podido comparecer ao enterro, no início da tarde desta quarta-feira (30). Repetiu várias vezes: "Não tem explicação, não tem lógica". Para ele, trata-se de "um jogo político".
Com idas e vindas judiciais, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, autorizou a saída de Lula para encontrar "exclusivamente" familiares, em uma unidade militar, para a qual o corpo de Vavá poderia ser levado. Uma decisão inócua, como observou o advogado de defesa Manoel Caetano Ferreira, dada praticamente no mesmo horário marcado para o enterro (13h). Diante disso, o próprio Lula decidiu não sair.
"Eles não querem que o Lula tenha contato com a população. O resultado é um tiro no pé", afirmou o ex-deputado Djalma Bom, também ex-dirigente metalúrgico no ABC, funcionário da Mercedes-Benz, cuja fábrica fica perto do cemitério. Ele foi um dos presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional em 1980, durante uma greve da categoria. E lembrou que mesmo na ditadura Lula foi autorizado a deixar a prisão, para presenciar o enterro da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, dona Lindu, no mesmo local, em uma quadra próxima. "Dona Lindu" dá nome à escola de formação do sindicato da categoria.
Vavá também morava na Pauliceia, em um sobrado. Tinha expectativa de visitar Lula no começo do ano, mas seu estado de saúde não permitia deslocamentos. Anos atrás, teve de amputar a perna esquerda. Amigos contam que, mesmo doente, se mantinha animado, uma característica sua, o que vários testemunhos confirmam. Tinha 79 anos. Lula completará 74 em outubro. Uma coisa os separava: o time de futebol. Enquanto o ex-presidente é corintiano, seu irmão era são-paulino.
Edison precisa de apenas uma palavra para definir o pai, a lembrança mais forte: coração. "Ele nunca deixou de ajudar quem precisasse. Falavam que era isso, que era aquilo, mas quem conheceu meu pai sabe que ele ajudava quem passava no portão", lembra.
Vavá foi metalúrgico na Ford Ipiranga, em São Paulo, recorda Alberto Eulálio, o Betão, aposentado da Ford em São Bernardo, um dos vários a lembrar do irmão de Lula. Recorda-se também do próprio Edson, que segundo ele trabalhou em outra fábrica da região, a Blindex.
"Vavá não tinha momento triste", diz Luiz Marinho, ex-presidente do sindicato e da CUT, ex-prefeito de São Bernardo e ex-ministro do Trabalho e da Previdência. "Era uma pessoa muito pra cima." Amigo de Lula, o atual presidente estadual do PT diz que vigora no país "outro tipo de ditadura, não de violência física, mas de negação de direitos". 
O ministro católico Sebastião Pinto da Silva conduziu a missa em homenagem a Vavá. "Convivi com ele mais de 40 anos", conta, também morador do bairro Pauliceia, onde vive desde 1981. Trabalhou na Mercedes de 1970 a 1994. "Ele sempre demonstrou para minha família que é gente. A filha dele (Andréa) estudou com a minha. Com o Vavá não tinha tempo ruim", acrescenta Sebastião, quase repetindo as palavras de Marinho. Pouco depois, ele dará a bênção final no momento do enterro, depois de gritos como:
 "Viva o Vavá, viva o Lula, viva Lula livre!".
por Vitor Nuzzi, RBA - Rede Brasil Atual -
Vida que segue
Tô aguardando a mídia revelar a fortuna que os filhos de Vavá vão herdar...

Charge do dia

Essa estória de escola sem partido é uma canalhice inventada pelos mesmos que inventaram o kit gay, mamadeira de piroca e masturbação de bebê. Criatividade não falta a estes canalhas, como também não falta imbecis para acreditar no que eles inventam. Idiotas.
Vida que segue...

Lula: o pior homem que já pisou neste país, por Fernando Horta


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Na década de 50, nos EUA, no auge das perseguições políticas do Macarthismo, os “condenados” por suas posições políticas eram colocados nas mesmas prisões que os piores criminosos daquele país. Estupradores, assassinos, e criminosos cuja imaginação comum apenas tangencia seus feitos eram mandados para prisões de “segurança máxima” e conviviam lado a lado com professores, trabalhadores e mesmo advogados que eram “julgados” comunistas.
A bibliografia sobre o período está recheada de casos neste sentido. Um condenado a prisão perpétua por crimes de assassinato e estupro, por exemplo, ao receber a visita da mãe ouviu dela um inusitado conselho: “Não se misture com aquela gente”. “Aquela gente”, nas palavras da mãe do apenado, eram os “comunistas”. Pessoas cujo único “crime” era pensar um mundo diferente, econômica e socialmente mais justo. “Aquela gente”, aos olhos da matriarca do apenado, estava abaixo, na escala de pecados, de seu filho que havia matado e estuprado várias pessoas.
A postura desta senhora, nos anos 50, não era um caso isolado. De fato, o macarthismo, através de uma campanha midiática e mentirosa, transformava seus alvos em indivíduos que as massas conservadoras julgavam não deveriam ter o direito sequer de respirar. A bestialidade chegava a tal ponto que não são poucos os casos de linchamento de pessoas nos EUA “suspeitos” de ligação com o comunismo. A violência das massas, legitimadas pela campanha de ódio, não se restringia apenas a comunistas, mas, como mostram os casos de Emmett Louis Till e Harry Hay, a questão racial e de sexualidade também atraíam o ódio e o desprezo.
“Comunista” era ligado narrativamente ao “negro vagabundo e ladino” e ao “homossexual depravado”.
Em 1953, num dos primeiros atos de seu governo, Eisenhower assinou uma lei que bania do serviço público norte-americano pessoas com “condutas sexuais pervertidas”. A designação de Eisenhower durou por quase 20 anos.
Comunistas, negros e homossexuais eram os piores dentre todos os que tinham pisado na Terra. A eles não era permitido que pensassem, que vivessem, que trabalhassem ... A presença da URSS evitou que muitas destas pessoas fossem sumariamente mortas, porque a propaganda seria péssima para o “mundo livre”, como os EUA faziam questão de serem chamados.
Suzanne von Richtofen foi condenada por manda matar os pais para ficar com a herança. Ela e os executores do crime (os irmãos Cravinhos) foram condenados a 39 anos e seis meses de reclusão. Suzanne tem garantidas as saídas da cadeia no Natal e até mesmo no dia dos Pais. Os irmãos Cravinhos, também são receptores da letra da lei e saem da cadeia no dia das mães além de darem entrevistas a jornais e televisões.
O ex-goleiro Bruno Fernandes foi condenado por ser o mandante do assassinato e destruição do corpo da mãe de seu filho, Elisa Samudio. Bruno, em conluio com comparsas, teria não apenas matado Elisa, mas dado seu corpo despedaçado para cães comerem. Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão. Durante os mais de seis anos que esteve preso, tanto Bruno, quanto seu cúmplice imediato “Macarrão” tiveram seus direitos respeitados quanto à “saída temporária” e até quanto a serem colocados em “regime semi-aberto”.
Numa república, a lei deve ser cumprida e parece que tanto Bruno, quando Suzanne, a despeito do quanto achemos selvagens seus crimes, tiveram respeitada sua humanidade. Humanidade que não lhes é dada (ou retirada) em função de seus comportamentos, mas que é – desde o século XVIII – a base do que se chama de “liberalismo político”. O homem tem direitos naturais que lhe assistem, indiferente ao que possa fazer ou pensar em vida. A base da sociedade contemporânea ocidental é o respeito inalienável a tais direitos como a vida, a inviolabilidade do corpo, à liberdade de pensamento e à propriedade privada.
Contudo, um homem que vive entre nós está na condição de ser o pior dos homens que já pisaram a Terra desde Adão e Eva. Segundo as duas juízas-carcereiras, colocadas para vigiar as portas da prisão do “mal encarnado”, este homem não merece sequer o custo das grades que lhe confinam ou da comida que come. Desrespeitar os direitos de alguém é dizer aberta e claramente que este sujeito não tem humanidade. Carolina Lebbos e Gabriela Hardt decidiram, entre turnos, manter “o pior homem entre nós” trancafiado sem poder sequer comparecer ao velório de seu irmão.
Para o judiciário brasileiro, que tem em Moro o símbolo-esperança e modelo de ação, Luís Inácio Lula da Silva está abaixo, na escala dos pecados, do que Bruno ou Suzanne. Lula está abaixo de Carlinhos Cachoeira, de Pimenta Neves (que em 2000 assassinou a esposa), dos irmãos Cravinhos, de Guilherme de Pádua (assassino de Gabriela Perez), entre outros.
O que fez o “pior dos homens” para merecer este tratamento? Quais crimes cometeu? Certamente crimes de imoralidade e desumanidade absolutas, que indicariam uma repulsa social acima de qualquer argumentação razoável. Que poderes tem este indivíduo, que deve ser proibido visitas, entrevistas e falas à imprensa? Que maldade e pecados encerra o homem a quem o judiciário brasileiro não permite sequer o cumprimento das suas próprias leis?
Lula foi condenado a 12 e um mês de prisão. Não há uma conta com dinheiro ilícito em seu nome. Não há um imóvel, carro, lancha, avião, iate ou joia que tenha sido aprendido ou descoberto em seu nome ou de familiares. Não há um documento seu assinado, uma ligação ou uma gravação telefônica sua ou de familiares que o tenham colocado em posição de ter cometido ato criminoso.
Lula foi condenado baseado num “powerpoint” de um procurador que na argumentação final usou teorias de probabilidade (que ele desconhece) para “provar” que Lula “tinha que ser culpado”.
Lula foi condenado por um ex-juiz que, após oito anos de investigações conseguiu apenas uma única palavra contra Lula. Moro reduziu a pena imposta por ele próprio a Léo Pinheiro, de 26 anos de prisão para pouco mais de dez anos, após Léo ter “colaborado” para a condenaçõa de Lula. Em segundo grau, o desembargador Gebran reduziu novamente a pena do empreiteiro de dez para três anos e seis meses de cadeia. E, enquanto você lê este texto, Léo Pinheiro está em casa, em “prisão domiciliar”.
Lula foi condenado por três desembargadores que, em suas sentenças finais, gastaram não mais do que cinco páginas para discutirem argumentos de acusação e defesa, e mais de quinze para elogiarem o colega ex-juiz Moro.
Lula foi condenado no processo mais rápido da história do TRF-4. Tempo suficiente para lhe retirar do pleito de 2018.
O pior dos homens entre nós, segundo o judiciário brasileiro, foi condenado por ter visitado um apartamento que lhe era oferecido para comprar. As provas se resumem a duas visitas e uma delação.
Este “monstro” precisa ficar enclausurado, longe da imprensa, da sociedade e do mundo, porque ele pode ser capaz das maiores insanidades sociais, como, por exemplo, chorar a morte do irmão ou, talvez, falar. E em falando, Lula pode vir a retirar o Brasil do coma induzido por nossas instituições. O perigo que representa a voz e o pensamento do homem que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza, elevou o Brasil à sexta economia do mundo e deu escola e educação superior a mais gente do que todos os presidentes anteriores somados, é dele demonstrar a inaptidão, ignorância e incapacidade do atual governo. Este “inominável ser” deve ser mantido isolado, com focinheira e duas juízas especialmente designadas a ficarem monitorando as portas da cela.
Lula está preso sim ... se não estivesse o Brasil não estaria sendo governado por fascistas, exposto ao ridículo internacional e se submetendo aos desígnios da política externa de outros países.
Lula está preso sim e, graças às duas diligentes juízas, temos a certeza que a “pior criatura” que já pisou neste país não tem o direito sequer de velar seu irmão. E tudo isto pelo pavoroso crime de ter construído um Brasil mais justo e mais igual. Algo que a Justiça brasileira, a bem da verdade, nunca aceitou, em mais de 500 anos de história.
Fernando Horta -  Professor
Esta postagem vai para série: Gênio Total
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Walter Falceta: sobre os juízes que impediram de Lula se despedir do irmão

Dias Tofolli, Carolina Lebbos e Leandro Paulsen

Parabéns, magistrados, seguiram a regra exposta no despacho, constituíram os obstáculos possíveis, honraram seus iguais e impediram o ex-presidente Lula de render seu último adeus ao irmão querido.
Existe a lei, mas ela sempre pode ser reinterpretada, não é mesmo? Portanto, é certo que os nobres togados são craques no ofício, alunos diletos de Protágoras e Górgias.
Também é notável como estabeleceram uma relação de colegialidade pragmática entre a magistratura, o Ministério Público e as autoridades policiais.
Como ditou Epicuro, a vingança é a justiça do homem em estado selvagem. Ora, que celebremos, então, essa natureza do instinto, não é mesmo? Para que tantas amarras da civilidade?
Agora, Inês é morta. E Vavá, também, e já sepultado, sem que sobre ele se deitasse o olhar fraterno do apenado de Curitiba.
Parabéns, porque o sistema hoje matou também um pouquinho deste amado, mas também muito odiado, Luiz Inácio.
Prezados funcionários do Estado: nós que pagamos vossos valiosos salários, não contestamos autoridades, tampouco reivindicamos privilégios. No entanto, temos direito cidadão ao envio de uma mensagem.
Que vocês jamais precisem recorrer ao desespero do pranto, ou a uma justiça surda, para reclamar a presença diante de um ente querido enfermo ou tomado do convívio pelo Todo Poderoso.
Tal qual, que jamais seus filhos, pais e irmãos sejam apartados de vossos alvos túmulos na hora final. Desejamos vida longa aos agentes do poder Judiciário e que, no momento derradeiro, sejam assistidos por seus anjos e amores.
Por quê? Simplesmente porque somos diferentes. Perdura cá o sentido humano desta passagem mística pela materialidade. Somos filhos da solidariedade, militantes da empatia e nos fascinamos pelo bem.
E, sempre, rogamos ao pai perdão por estes irmãos e irmãs que, nas palavras do Nazareno, não sabem o que fazem
Walter Falceta
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Lula: não aceito favor, exijo meus direitos

  
Decisão do presidente do com supremo com tudo, dias tofolli, de permitir que o ex-presidente Lula pudesse se encontrar com familiares nas dependências de uma unidade militar e de forma reservada, foi interpretada por Lula como uma concessão e não o cumprimento de um direito assegurado na constituição brasileira. Por este motivo Lula não aceitou a gentileza. Para bom entendedor o recado de Lula foi:
Não aceito acordos, não faço concessões, não se dobra a vontade de vocês, seus merdinhas!

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#LulaLivre


"Ele tiraram de mim a minha mulher, a convivência com minha família, minha liberdade, e agora me roubaram o direito de ir ao enterro do meu querido irmão [Vavá]. Porém o que eles mais querem, não conseguiriam jamais, que é me roubar o amor do povo e me dobrar à vontade deles. Dona Lindu me ensinou a andar de cabeça erguida"
Lula

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judiciário, pf e mpf tratam Lula como ele é, um preso político


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Boa parte da comunidade jurídica brasileira considera injusta a sentença contra Lula no caso do apartamento no Guarujá. Renomados juristas e advogados criminalistas afirmam que, no mínimo, deveria ter sido aplicado o princípio “in dubio pro reo”. Ou seja, diante das dúvidas para condenar, Lula deveria ter sido absolvido.
Entretanto, quando se examina a execução da pena do ex-presidente, fica claro que Lula é tratado como preso político.
Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão. Mas o TRF-4 elevou a pena para 12 anos e um mês. Esses 30 dias a mais impediram a defesa de Lula de alegar prescrição dos crimes em 2017.
Na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula fica isolado numa cela improvisada, sem contato com outros detentos _apenas com seus carceiros, advogados, amigos e parentes autorizados a visitá-lo. É uma espécie de solitária.
Apesar do ululante interesse público e histórico de uma entrevista com Lula, o Supremo Tribunal Federal impediu contato do ex-presidente com jornalistas durante a campanha eleitoral. Este repórter fez um pedido para entrevista-lo após o segundo turno das eleições. Queria ouvir Lula para um documentário sobre a crise brasileira entre 2013 e 2018 que produzi para a BBC World News. Não recebi a autorização, mas apenas uma resposta do ex-presidente a uma carta que enviei na qual disse que gostaria de entrevistá-lo, citando alguns pontos da possível conversa.
Há inúmeros casos autorizados pela Justiça de entrevistas com presos.
Lula pediu e não recebeu autorização para comparecer ao velório e sepultamento de seu grande amigo Sigmaringa Seixas, advogado e deputado federal que morreu em dezembro. Era pública e notória a forte amizade entre os dois.
Não vamos nem mencionar o episódio em que a ministra Rosa Weber votou contra o seu próprio entendimento, alegando um inusitado princípio da colegialidade, para não dar provimento a uma habeas corpus em que Lula pedia para não ser preso.
Para que serve uma reunião de um colegiado se não for para eventualmente confirmar ou mudar o entendimento desse próprio colegiado? Afinal, é nesses encontros do plenário que a jurisprudência muda ou permanece como está. Um “princípio da colegialidade” congelaria todas as decisões e impediria o direito, que é vivo, de mudar.
Em novembro, numa audiência em que teria o direito de se defender das acusações em relação ao sítio de Atibaia, a juíza Gabriela Hardt deu um cala boca no réu, cerceando seu direito de defesa. Muitos aplaudiram, vendo ali um exercício da autoridade quando se tratava apenas de puro autoritarismo e desrespeito ao direito de defesa de Lula.
Se todos esses fatos não fossem suficientes para sustentar o caráter persecutório da Justiça brasileira contra Lula, chegamos ontem a um ponto que não deixa dúvida nenhuma dúvida a respeito disso.
Morreu Vavá, irmão mais velho de Lula e figura importante na vida dele. Genival Inácio da Silva, cerca de 6 anos mais velho do que o ex-presidente, foi um irmão muito próximo de Lula desde a infância em Garanhuns, em Santos e São Paulo. A lei autoriza que um preso possa comparecer ao velório e enterro de um irmão. Até o general da reserva e vice-presidente, Hamilton Mourão, considerou questão humanitária a autorização para Lula velar e sepultar o irmão.
A juíza Carolina Lebbos, que cuida da execução da pena de Lula, poderia ter decidido sozinha. Ela quis ouvir o Ministério Público e a Polícia Federal a respeito.
Subordinada ao ministro da Justiça, Sergio Moro, a PF respondeu que não poderia garantir a segurança pública desse deslocamento e nem tinha os meios para fazê-lo de forma tão célere.
Com toda a estrutura que a PF possui, essa resposta é preocupante. Como vai combater o crime organizado e reagir rapidamente a fatos mais graves? No caso Cesare Batistti, um avião foi deslocado com agilidade para a fracassada tentativa de pegá-lo na Bolívia para extraditá-lo para a Itália.
Quando decidiu levar Lula para depor sob condução coercitiva, o então juiz Moro montou um aparato de grande proporção. O petista foi levado à força ao Aeroporto de Congonhas quando poderia ter sido combinado com o ex-presidente local e hora, pois ele nunca se recusara a comparecer a uma audiência ou depoimento judicial.
Quando juiz, o hoje ministro da Justiça dava parabéns publicamente às multidões que protestavam contra o governo Dilma e pediam a prisão de Lula. Como alguém que aceitou entrar na política ao aceitar um ministério de Bolsonaro, Moro deveria manter a coerência, caso haja manifestações na simples presença de Lula num velório.
A Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal temem que Lula fale com jornalistas, que dê entrevistas da cadeia, que seja abraçado por amigos no enterro de um irmão tão próximo?
É inegável a grandeza política de Lula. Críticos e apoiadores deveriam reconhecer isso. O ex-presidente não morreu. A Justiça não pode querer que ele desapareça, que suma do Brasil. Lula é tão perigoso assim para os novos donos do poder?
Recear atos políticos é um sinal de como as democracias morrem. Basta olhar a Venezuela ali ao lado.
Após as negativas da juíza Lebbos e do desembargador Leandro Paulsen contra a ida de Lula ao enterro de Vavá, a defesa do ex-presidente recorreu na madrugada ao Supremo. O relógio corre. Temos pouco tempo para saber se ainda há juízes em Brasília.
Kennedy Alencar
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Pitaco do Briguilino: Essa máfia juridíca inda haverá de pagar por esta perseguição insana e desumana que fazem contra Lula. É apenas questão de tempo, pouco tempo, tenham certeza.
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