Conselho paterno

Um jovem recém-casado estava conversando com seu pai durante a visita de domingo sobre a vida. Bebericava uma cervejinha enquanto falavam sobre o casamento, as responsabilidades de casado, enfim, falava sobre a vida. 

 pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho.

- Nunca se esqueça de seus amigos! Serão mais importantes à medida que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles; faça coisas com eles; telefone para eles...


Que estranho conselho! (Pensou o jovem). Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza, minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo de que necessito para dar sentido à minha vida! Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve contato com seus amigos e anualmente aumentava o número de amigos. À medida que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. À medida que o tempo e a natureza realizam suas mudanças e seus mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida.

Passados 50 anos, eis o que aprendi:

Lú, a gente tá cada vez mais assim


As vezes me pego costurando alguns sonhos, remendando algumas esperanças, alinhavando alguns sentimentos, arrematando afetos , por que é assim que me visto quando quero ir ao meu imaginário e me sentir. 

Me ajusto e sigo , aceitando com ternura minhas imperfeições, correndo riscos, des(fazendo) laços, me des(encontrando). 

Tenho em mim que estou em um processo delicado onde meus momentos tem sido especiais, e por isto não quero de maneira alguma deixar que se rasgue por um desvio qualquer, apenas deixo tudo acontecer ao som de uma canção cujo a letra é composta pela máquina da vida, escrita em seda fina, que desliza pela alma de quem amo...

E quando estamos juntos, vou me despindo, para vesti-lo em meus repentes. 

A gente ta cada vez mais assim.

Cecília Sfalsin

O março civil da internet está centrado em três pontos

A liberdade de expressão; a privacidade do usuário; e o ponto mais polêmico, a neutralidade da rede.
A ideia de neutralidade da rede consiste em impedir que empresas que explorem a infraestrutura de transmissão e difusão da internet possam privilegiar cliente e controlar conteúdos. Ou seja, a neutralidade veda qualquer tipo de controle – inclusive monetário – do dono do cabo sobre aquilo que transita pelo cabo.
Empresas telefônicas – donas das redes -  combatem ferozmente o conceito de neutralidade da rede – que foi defendido pela presidente Dilma na Assembleia Geral da ONU.
Sobre o assunto, Paulo Henrique Amorim entrevistou, por telefone, nesta segunda feira, o relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
Acompanhe a integra da entrevista:

Abaixo a discriminação contra o macaco

As pessoas chamam outras da cachorro, cadela, jumento, jumenta, burro, burra, pato, pata e nenhuma delas ou movimentos ligados aos direitos humanos e/ou igualdade racial protestam, processam os "agressores", aceitam naturalmente o tratamento, sem revolta, sem indignação, sem nenhum processo por calúnia, injúria, difamação.

Agora quer ver alarido?...

Chama alguem de macaco para vocês verem chover protestos e processos no lombo.

Por que isso?...

Artigo semanal de Delúbio Soares

Com sua habitual clarividência o presidente Lula decifrou uma esfinge que teimava habitar o debate político e a vida institucional do país, carregada de preconceito e mentira: “Quando o governo financia programas sociais para os pobres, é gasto, mas quando gasta com as empresas dos ricos, é investimento”. Na oportunidade, comemorava-se uma década do Bolsa Família, aquele que a presidenta Dilma qualificou, munida de números e com imenso conhecimento técnico, como “o maior programa social do mundo”.

Em 2003, ao assumir a presidência da República, Lula, o PT e os partidos da base aliada, encontraram um país economicamente despedaçado por três quebras sucessivas, desmoralizado perante as demais nações, com sua classe média passando pelo mais nefasto processo de empobrecimento já visto e, pior de tudo, os pobres sendo levados à situação dramática de miséria e fome.

Cercado por brasileiros descomprometidos com o seu país, como o demitido presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que queimou mais de US$ 50 bilhões de nossas reservas para manter uma política cambial danosa e falida, Fernando Henrique Cardoso governou para a minoria da minoria, privilegiando o sistema financeiro e seus banqueiros, submetendo-se servilmente às políticas emanadas do Departamento de Estado norte-americano – como, sequer, o fizeram os militares durante a ditadura implantada em 64! – e deixando as camadas menos favorecidas imersas no caos social e na miserabilização crescente.

Os anos de governo neoliberal foram a quadra histórica de maior descaso e mais olvido para com as necessidades da população carente. Nada se fez pelos pobres. Nada se fez pelas crianças. Nada se fez pelos idosos. Nada se fez pelas mulheres. Nada se fez pelas minorias.

Enquanto isso, a elite dirigente, a classe dominante e o parasitário setor financeiro receberam total atenção, apoio integral e uma evidente cumplicidade, indisfarçada pelos aportes de bilhões de dólares, como foi o caso do Proer, salvando bancos falidos, entregando ativos recebíveis aos banqueiros e assumindo a chamada “parte podre” como prejuízo das arcas do tesouro público. Nos infrutíferos anos FHC, o que faltou para os pobres, sobrou para os ricos.

Foi dura a luta do governo Lula, mas os frutos não se demoraram: 40 milhões de brasileiros deixaram a situação de pobreza e indigência e ingressaram na classe média. O mais amplo e histórico dos programas sociais que possibilitaram essa revolução silenciosa, que alterou profundamente as bases da sociedade brasileira, foi, todavia, o programa que mais atraiu o ódio das elites reacionárias: o Bolsa Família.

Dezenas de milhões de brasileiros passaram a comer, a dispor do mínimo indispensável para o seu sustento, para uma sobrevivência digna para suas famílias. O alimento ausente de antes, tornou-se a panela cheia do dia-a-dia. O Brasil grande e poderoso que deixava filhos seus passarem fome se materializou nas mesas e nos pratos de milhões de filhos do povo, de famílias esquecidas nos anos infames do tucanato.

A justiça social, a fraternidade e o respeito a nossos irmãos de todos os rincões do Brasil se tornaram realidades na vida sofrida das periferias das grandes cidades ou nas vilas perdidas na geografia do nosso nordeste. O Bolsa Família foi a mão estendida, a barriga cheia e o encontro do Brasil rico e opulento com o Brasil profundo e faminto.

O PT e os partidos da base que deram sustentação política ao presidente Lula e agora o fazem em relação ao governo da presidenta Dilma Rousseff, são criticados justamente pelo imenso acerto de ter priorizado o resgate de secular dívida social que alimentada a mais cruel situação de miséria e fome.
Milhões de famílias, cadastradas com critérios exclusivamente técnicos, sem interferência política ou partidária, após serem submetidas à avaliações por pessoal capaz e treinado, passaram a ter o mínimo fundamental para suas sobrevivências. O programa é tecnicamente chamado de “mecanismo condicional de transferência de recursos”. E o seu cerne é a ajuda financeira às famílias pobres (definidas como sendo as que possuemrendimentos per capita de R$ 70,00 até R$ 140,00) e extremamente pobres (com renda per capita menor que os R$ 70,00). Estabeleceu-se como contrapartida, em mecanismo engenhoso e louvável, que as famílias beneficiárias do PBF mantenham filhos e/ou dependentes em idade escolar com frequência nas escolas públicas e que sejam vacinados.
O programa tem, ainda, reduzido a pobreza à níveis muito baixos , no curto e médio prazos, através de transferências condicionadas de capital, o que, por sua vez, tem quebrado  o ciclo geracional da pobreza. Os valores dos benefícios pagos por cada família inscrita, tem servido para alterar drasticamente o quadro de pobreza endêmica nas regiões mais carentes do país, como o Nordeste e o Norte, tornando-as menos pobres e dotadas de mais instrumentos para buscar o desenvolvimento sustentável e a felicidade de sua gente. O PBF foi considerado o principal e mais exitoso programa de combate à pobreza do mundo, tendo sido tratado como sendo "um esquema anti-pobreza originado no Brasil e que está ganhando adeptos mundo afora" pela revista inglesa The Economist, sempre tão crítica em relação ao nosso país. A revista inglesa complementa sua elogiosa constatação afirmando que “governos de todo o mundo estão de olho no programa”. Já o respeitado diário francês Le Monde explicita mais ainda: "O programa Bolsa Família amplia, sobretudo, o acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza”.
Os adversários políticos de Lula e Dilma, de forma desrespeitosa para com a inteligência do povo e sem receio do ridículo, antes apedrejavam o programa, chamando-o de “bolsa esmola” e dizendo que estávamos fomentando o surgimento de uma geração de desocupados, de acomodados, de parasitas ao Erário.
Hoje, diante do inequívoco sucesso, dos milhões de crianças, adolescentes e jovens que – alimentados – chegam às salas de aula e escrevem uma nova história para suas vidas e para o próprio Brasil, mudaram cinicamente o discurso: agora tentam assumir a autoria do Bolsa Família ou partem para a mais deplorável demagogia prometendo o impossível em complementação ao que nos custou tanto esforço e está mudando, corajosa e generosamente, a face do país.
O Bolsa Família não é esmola, troco, salário ou “compra de voto”, como mentem e demonizam parte da imprensa sem compromissos com o Brasil e os brasileiros, ou os políticos que jamais o instituíram, nas décadas em em estiveram aboletados no poder e nada fizeram pela redistribuição de renda e pela justiça social. O Bolsa Família, é, apenas e tão somente, o reconhecimento de um direito – inalienável e tardiamente reconhecido – de milhões e milhões de cidadãs e cidadãos, crianças e idosos, do sul e do norte, que foram esquecidos e abandonados pela elite mesquinha e pelos poderes públicos.
Lula e Dilma puseram fim a um quadro dantesco, a uma ironia monstruosa, a uma situação inaceitável: em um dos países mais ricos do mundo milhões de pessoas acordavam e iam dormir sem ter se alimentado; a mortalidade infantil atingia níveis assustadores; a geografia econômica e social obedecia critérios de absoluta injustiça e total desigualdade. Por cima disso, uma elite terrivelmente mesquinha e governos acumpliciados na perversão de deixar que as massas famintas morressem à míngua.
 O Bolsa Família é a face generosa de um país que nasceu para ser grande e poderoso, com um povo rico e feliz. O Programa Bolsa Família mudou, para muito melhor, a vida de milhões de brasileiros, restituindo-lhes cidadania e saciando sua fome de alimentos e de justiça. E isso é o que importa. E isso é o que basta.

Veja, a revista que adula e depois apedreja

Que sirva de lição aos deslumbrados bajulados por essa revistinha

E, aí cara?

Faz tempo que não te vejo, hein? É, não te ver com frequência não faz lá muita diferença na minha vida interessante e ocupada. Mas e aí, como tá, tudo bem? Perguntei, mas na real não quero mesmo saber. A verdade é que essa é a deixa perfeita pra eu começar a falar de mim. Isso, de mim. Agora você me pergunta como vão as coisas e eu começo a contar, com um ar disfarçadamente tranquilo e uma pitada de superioridade desinteressada. Tô bem, tô bem, depois que me separei e fui promovido e comprei um apartamento na zona sul e tô comendo a estagiária gostosa que acabei de contratar. Pois é, pois é, me separei, me separei, cara. Não te contei porque ando bem atribulado desde que virei diretor lá na empresa. Valeu, cara, obrigado, obrigado. Era o esperado, nada fora do esperado. Foi mês passado, logo depois do divórcio. Então, parece que, de algum jeito, ela tava bloqueando fluxos, empatando a minha vida, impedindo que coisas boas acontecessem pra mim, sabe? A gente tava junto há muito tempo, tempo demais, e ela era um pessoa difícil, pesada, egocêntrica, dessas que te emperra, engessa, te puxa pra trás, sabe? Oi? Não, não, cara, não é bem disso que tô falando, meu caso é bem diferente e não tem nada a ver com esse exemplo que você começou a dar. Ainda que eu não tenha ouvido nem a primeira frase que saiu da sua boca, eu sei bem o que você ia dizer, sei bem, e, realmente, não faz muito sentido no meu caso, que é bem específico e singular e nunca ninguém viveu nada parecido.
Essa minha história é única, ouve bem. Ah, é? Você também se separou há pouco tempo, cara? Não sabia, não. Pena, pena, pena. Não sei bem como te dizer isso mas não me importa muito o que te aconteceu, só quero voltar a vomitar desabafos detalhados da minha vida estupidamente interessante enquanto você ouve sem dizer nada, sem dizer nada. Isso, assim, atento. Pois então, voltando ao assunto, a decisão foi minha e fiz muito bem, fiz o que tinha de ser feito, entende? Como diz aquele ditado, a man’s gotta do what a man’s gotta do. Ela começou a reclamar demais, exigir demais, falar demais sobre as coisas dela, as neuras dela, obsessões só dela. Calma, ainda não acabei, cara. Me ouve. As nóias eram dela, eu não tinha nada a ver com isso, não adianta querer vir me jogar nenhum argumento que contrarie essa frase, não quero ouvir, não tô interessado. Ei, olha pra mim. Não terminei e o que tenho pra contar é muito relevante e precisa ser dito. É muito sério e vai te deixar perplexo. É muito engraçado e vai te fazer rir.
Só ouve. Você não tá prestando atenção, eu consigo ver que não, mas vou continuar falando mesmo assim. O caso é muito bom, muito bom. Depois que separamos ela não me ligou mais, estranho, todo mundo achou estranho, sei que ela ainda me ama, ainda tá envolvida, quer voltar, tentar de novo. Fiquei sabendo que ela viajou com as amigas pro litoral fim de semana passado, deve estar tentando tirar a cabeça de mim, da separação, desanuviar e tal. Então, aí um amigo em comum me disse que no caminho o pneu furou e ela começou a chorar. O que? Você não tá passando bem? Vem, vem, vamos sentar aqui que passa, vem. Então, diz que ela começou a chorar, acredita?...
Foi isso, tô ótimo, ótimo, cara. Bem demais. Adorei conversar contigo. Mesmo. Saudade de te encontrar e bater papo assim. Ainda que eu não faça a mínima ideia de como você tá de verdade, do que tem se passado na tua mente, na tua vida, teus sonhos, teus interesses, teus anseios. Na verdade nem sei se gosta de mim, se me quer bem. Nem sei, mas foda-se.
O que importa é que você sabe dos meus lances, agora.
Que eu extravasei, agora.

Estou mais aliviado, agora.
Me sentindo grande, gigante.

Conversa boa, muito boa. Bem boa. Vamos repetir outras vezes, vamos vamos vamos sim. Abração, falou, cara.
Anna Haddad

É advogada faz-tudo. Inventa, planeja, provoca e escreve. Entrou em crise com o mundo dos diplomas e fundou a plataforma de crowdlearning Cinese. Acredita em Deus, no Mário Quintana, no poder de articulação das pessoas e em uma educação livre e desestruturada. Tá por aí, mais nas ruas do que nas redes.

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