A serenidade é a melhor decisão para 2015

Autor: Fernando Brito

polvo

A realidade exige da gente, tanto quanto firmeza, lucidez para não confundirmos o circunstancial e o essencial.

E o essencial é que, dentro das regras democráticas, o Brasil garantiu mais quatro anos de um governo de coalizão progressista.

Mesmo com todo o cansaço, frustração, sofrimento, angústia e, até, desânimo, que nos possam causar certas indicações – de nomes e de políticas – do segundo governo Dilma, é preciso ter bem claro que o caminho do progresso e da justiça social, no Brasil, sempre foi o da composição, não o da confrontação.

Não é uma afirmação fácil para quem, há 40 anos, é um socialista e não mergulhou num relativismo e em concessões que levaram tantos ao conforto da direita.

Mas é o dever de honestidade de observar que, aqui, a radicalização do processo político é alimento da direita, do conservadorismo e da mediocridade.

E que a composição nos deu Vargas, JK, Jango, e Lula.

A direita brasileira – que não é o Lobão, o Bolsonaro, o Feliciano, Sheherazade ou Reinaldo Azevedo – serve-se deles ( e do nosso justificado asco ao que dizem) para produzir uma onda de mediocridade que, há décadas, não se observava na classe média brasileira.

Talvez desde o lacerdismo, hoje visto como caricato, mas dono de uma expressão real no Brasil dos anos 50/60.

Recomendo a leitura do circo de horrores narrado no blog de Leonardo Sakamoto, onde ele descreve as mensagen recebidas de leitores sobre o encontro com as famílias na noite de Natal, quando "parentes e amigos que aproveitaram a ceia para defender a volta da ditadura, a esterilização forçada dos mais pobres, o machismo institucionalizado, o racismo desvairado, o assassinato de usuários de drogas".

E este, infelizmente, é um fenômeno que atinge especialmente a juventude, embora, convenhamos, também atinja gente que devia estar bem grandinha para saber onde isso leva.

É claro que a mídia – nunca é demais lembrar que é ela quem representa a direita "de verdade" – que dá espaço farto a esta gente, parece ser, no seu noticiário, "politicamente correta", às vezes até ao extremo, sobretudo em questões sexuais e raciais.

Não tem o menor pudor em estimular o confronto, despertando – mesmo por via transversas – dando, sobretudo, o palanque que dá aos sociopatas notórios.

Contem no dedos os dias, por exemplo, até que digam que a lei – recém sancionada por Dilma Rousseff – que torna ilegítimo o uso de arma de fogo letal contra pessoas desarmadas, mesmo em fuga, para dizer que a polícia está impedida de atirar em bandido.

Claro que temos de polemizar, debater, esclarecer, mesmo na escandalosa desproporção de meios que tem a esquerda nas comunicações.

E muito menos que o Governo se mantenha no silêncio, deixando que só se ouça a voz da direita no Brasil.

Ao contrário, o governo -e a Presidenta, pessoalmente – não podem abrir mão de seu dever de enfrentar as polêmicas, porque a verdadeira batalha é por corações e mentes.

Mas, até por tudo o que disse, é essencial que conservemos a serenidade, a capacidade de argumentar, convencer, refletir, em lugar dos impulsos – tantas vezes justos – de responder na mesma moeda de ódio e intolerância.

É preciso lembrar que, lentamente, a civilização vai vencendo o jogo contra a barbárie.

Quem vai na canela é quem está perdendo – e perdeu, por mais quatro anos – o jogo.

Não quem tem, ainda, um craque para entrar em campo na próxima decisão.

Briguilinks

Linha doida

Espanto, e enorme, causa-me a multiplicação - assim como moscas - de quadrilhas especializadas em toda a espécie de crimes. E mais: uma vez presos, os meliantes já são donos de uma extensa ficha criminal. Consultei um de meus botões - especialista em "O crime, quando não compensa, é cheque sem fundo" - e tal botão alertou-me para o fato de que, a rigor, com a prisão de tanta gente graduada por prática de corrupção, as cadeias já não comportam novos hóspedes; portanto, crimes menores não comportam penas.

Linha Doida 2

- Mas, meu caro, terça última, uma quadrilha explodiu caixas de autoatendimento de uma agência bancária, com uma fúria de abrir túneis em serra; e tanta foi a violência que, em meio a tudo isso, a gente do lugar, atônita...

Linha Doida 3

- Não terminei a frase, pois, o tal botão recolheu-se a uma de suas casas, deixando-me o filme "Os trapaceiros". Não lhe entendi a lhaneza do gesto. Também quem me mandou ter tão somente o Diploma do Curso de Datilografia?

por Carlos Augusto Viana - Diário do Nordeste


Eu não gosto de você "Papai Noel"




Lembre

Sempre fica um pouco de perfume nas mão de quem doa rosas

Provérbio petista




Eles tentaram nos enterrar...
Não sabiam que somos sementes!



Há quem diga que está faltando homem. Me parece que quanto mais essa ideia toma forma diante de nossos olhos, mais o desespero feminino se torna latente. Essa é uma constatação tão provável quanto lamentável: estamos perdendo o jogo pra nós mesmas.
Ao passo em que a máxima de que toda mulher, pra ser mulher, precisa de um homem ao lado se solidifica, traz consigo a ideia de que (quase) todo defeito masculino é aceitável: Ele te trai, mas tá faltando homem; Ele te subjuga, mas tá faltando homem. Te trata mal, te expõe ao ridículo e não te faz feliz, mas é melhor – sempre melhor – do que não ter um homem ao lado. Ele é namorado da sua melhor amiga, da sua irmã, da sua mãe ou da sua prima, mas se ele der mole é melhor aproveitar: Não é em qualquer esquina que se encontra um homem (tão valioso que dá em cima da melhor amiga/filha/irmã/prima da própria companheira).
Passamos a nos trair e nos comportar – digo “nós” enquanto mulher, mas, sem hipocrisia, nem de longe compactuo com este comportamento e nem posso generalizar – como se estivéssemos numa guerra permanente em que o prêmio é ter um homem pra chamar de seu.
O pior de tudo isso – sim, ainda pior do que nos trair e nos submeter a comportamentos masculinos inaceitáveis – é que algumas mulheres estão simplesmente deixando de ser quem são: tudo isso em nome de um relacionamento amoroso, ainda que capenga, inútil e infeliz – porque antes mal acompanhada do que só.
O mal do século é que me parece que toda mulher gosta de futebol, toda mulher é tranquila, gente boa e equilibrada. Toda mulher vira a melhor amiga da sogra e dos amigos dele, e faz carinho no Totó dele e torce pelo time dele. Toda mulher conhece todas as posições sexuais do mundo, é fogosa e completamente liberal: puta na cama e santa na rua, como nove entre dez dos homens sempre sonharam.Toda mulher prefere beber cerveja com os amigos do namorado do que sair com os próprios (a) amigos (a) ou ler um livro, ou ver um filme ou não fazer nada, porque toda mulher tem que ser a mulher perfeita. A mulher que todo homem quer, porque (lembra?) tá faltando homem. E essas mulheres perfeitas, raras e maravilhosas continuam sozinhas, exatamente como temiam. E, não, não vejo mal nenhum nisso. Mas, acredite, elas vêem. E muito.
Essa política da perfeição está se tornando visivelmente monótona ao passo que não há o que ser conquistado, não há o desejo, não há a deliciosa luta diária provocada pelas diferenças: não há problemas, e isso, por mais incrível que pareça, é broxante.
Uma mulher “perfeita” – ou que tenta incansavelmente sê-lo – é incapaz de fazer o que eu arriscaria dizer que é a única coisa capaz de conquistar um homem de verdade – já que é isso que tanto desejam: Desafiá-lo. Torná-lo ansioso pela conquista, fazê-lo construir a felicidade em vez de encontra-la pronta. As Misses simpatias e Senhoritas perfeição estão pecando por excesso.
Não seja a mulher perfeita. Seja você, mesmo que você não goste de futebol e seja ciumenta. Mesmo que você não vá com a cara do amigo mala dele. Mesmo que discorde com a mãe dele de vez em quando e demore pra se arrumar.
A perfeição é monótona e relacionar-se com alguém que não oferece qualquer desafio é deprimente. Desestimulante. Você não precisa – e não pode – ser perfeita pra merecer alguém ao seu lado: suas qualidades serão suficientes, desde que você tenha coragem de não mascarar os seus defeitos. A autenticidade é afrodisíaca. Não seja a mulher perfeita. Seja feliz!