Desabafo de Mhateus Nachtergaele

"Hoje, por estar especialmente triste, não vou me furtar à queixa: Por que vocês elegeram o nada, o abismo mais tristonho, a moral mais tacanha, a truculência machista, o discurso mais sem poema e sem verdade? Por que essa escolha tão recrudescida e vazia de invenção?

Nós éramos o lugar da invenção da novidade do futuro!!!!!

Tá duro encarar a menor tristeza cotidiana nessa terra azêda que nós viramos desde o golpe, e, definitivamente, desde o voto hediondo e suicida que meu país enlouquecido deu a essa gente tão ignóbil e tão vulgar."

(Matheus Nachtergaele, no seu FaceBook)

Resposta de Ze de Abreu a carlos vereza

Meu caro colega Carlos Vereza, achei muito bonito seu apelo para que eu respeite Regina Duarte, mas infelizmente eu não respeito nem fascistas nem quem os apoia, como você e ela.

Achei bonita sua hipocrisia, sua falta de caráter e memória, digna de um esclerosado que costuma falar com supostos aliens, considerados "espíritos superiores", que vieram visitá-lo em discos voadores, como se pode ver em um vídeo postado na rede.

Como antigo estudioso de Alan Kardec, fiquei surpreendido com sua elevada autoestima ao considerar-se privilegiado por espíritos superiores, bem oposta à modéstia que prega o criador do kardecismo.

Por outro lado, ao pedir-me respeito à namoradinha do Brasil e à eleição do fascista miliciano, pergunto porque você não respeitou as eleições de Lula e Dilma. É sabida sua revolta e desrespeito com a decisão soberana do povo brasileiro que os elegeu em QUATRO ELEIÇÕES CONSECUTIVAS!

Agora você me pede para respeitar a eleição do vagabundo tenente? Eleito num pleito manipulado, onde o candidato melhor colocado nas pesquisas foi preso e alijado da disputa por um canalha que hoje ocupa, como pagamento inglório por seu feito, o cargo de ministro da justiça? Em minúsculas, do tamanho de seu caráter.

Achei também muito bonita sua citação de Rimbaud, um artista louco como eu, não como você, doente, que vê discos voadores. Uma loucura sadia, produtiva, como deve ter todo artista. Como a minha, que ataca fascistas e apoiadores de fascista, como você e Regina Duarte, mas que jamais atira uma bengala numa colega em início de carreira, EM CENA, como você fez na novela CORPO DOURADO. Eu estava lá e vi!

Ou como Regina fez em DESEJOS DE MULHER, ao usar ponto eletrônico por preguiça de decorar, que a fazia prestar mais atenção a seu ouvido (veja cenas onde ela entorta a cabeça pensando que iria ouvir melhor! Jesus, a porra do fone entava enfiada em seu ouvido!) que a seus colegas! Um desrespeito imenso! Fora as mudanças de texto que ela tentava fazer, desrespeitando a máxima stanislavskiana e dos bicheiros cariocas de que "vale o escrito"!

Enfim, cabe ressaltar seu desrespeito à minha pessoa em várias entrevistas suas, inclusive numa matéria imensa na Folha. Mas, como bom esquerdista e humanista que sou, que sabe que você foi muito torturado pela ditadura, que foi encontrado numa poça de sangue dentro de uma banheira em seus porões, e, portanto, tendo talvez sofrido lesões cerebrais incuráveis, continuo lhe respeitando muito.

E, esperando contracenar novamente com seu incomensurável talento, me despeço com um saudável (criação do querido amigo Carlito Maia – lembra de quando você era nosso e recebia flores a cada estreia?) PT saudações.

Coronavirus & mercado vírus, por Luis Mir

1. Não vai acontecer nada que não tenha já acontecido. E controlado. (O laboratório foi a SARS).

2. A China está tomando todas as medidas necessárias para a barreira de contenção do coronavírus. Exemplarmente. Aprenderam o que tinham que aprender.

3. Não vai ocorrer uma pandemia global. 

4. As medidas de contenção adotadas na China são primorosas e eficazes.

5. O que está verdadeiramente por trás desse terrorismo em torno do corona, é uma brutal especulação econômica contra a China. Ela hoje é a grande inimiga dos EUA e da Europa. 

6. O foco da epidemia está controlado, isolado, contido. 

7. O problema não é a China, são os países que não têm Vigilâncias capazes de montar a necessária barreira de contenção. 

8. Na China se come de tudo, inclusive morcegos e cobras. Memória da fome secular durante toda a sua história. 

9. O bichinho se adaptou ao novo hospedeiro, nós, migrou do hospedeiro réptil (cobra) ou mamífero (morcego) com a mutação necessária. E são consumidos em sopas. Mas não é um novo vírus. E o velho corona.

10. O que alguns países estão fazendo - tentar retirar seus cidadãos da China - é nada mais que terrorismo. Se houver algum infectado entre eles, o bichinho, penhorado, agradece. Viajar de graça e com novos hospedeiros à disposição. (O prazo de incubação é de 14 dias).

O mais indigno, infame, é o "valor econômico" que estão dando a essa crise. E não as vidas. Por um vírus muito mais transmissível, o mercadovírus.

Dialética do subdesenvolvimento, por Paulo Nogueira


Hoje queria escrever um pouco sobre um dos meus assuntos prediletos e obrigatórios – o Brasil e, em especial, a política externa do país. No ano passado, animei-me a publicar um livro com o título "O Brasil não cabe no quintal de ninguém". Não cabe mesmo, leitor. Mas o pessoal se esforça – e como!

Considere, por exemplo, a política externa do governo atual. O vexame é completo, quase inacreditável. Se fosse o caso de resumi-la em uma frase apenas, diria que se trata de uma tentativa canhestra, mais do que canhestra: grotesca, de enquadrar o país no quintal do grande irmão do Norte. Não há nenhuma razão aparente para empreender tal tentativa. Nada nos obriga à submissão, a abdicar da nossa autonomia e até do mínimo de dignidade que deve reger o comportamento de qualquer governo, particularmente em países de porte continental como o Brasil. Tudo se passa, entretanto, como se tivéssemos perdido uma guerra e o país estivesse agora entregue a prepostos de forças estrangeiras – prepostos medíocres e subservientes.

Nunca foi tão verdadeira a observação de que o brasileiro não está à altura do Brasil. Os americanos não queriam, é certo, um Brasil independente, com voz própria. Mas não imaginavam que pudessem obter sem grande esforço uma rendição tão completa e vergonhosa. A verdade é que esse imenso país sul-americano está sendo entregue de mão beijada.

E o mais estranho é que tudo se passa ao som de patriotadas ridículas, com a conspurcação dos símbolos e das cores nacionais, sob o signo de um "novo nacionalismo", um nacionalismo simiesco, que imita de maneira constrangedora o nacionalismo de Donald Trump e, em momentos de alucinação, até mesmo de Adolf Hitler.

E, no entanto, mesmo na pior das desgraças é sempre possível encontrar motivo para certo orgulho e satisfação. Afinal, pergunto, que outro país conseguiria a proeza de inventar o nacionalismo entreguista, sofisticação dialética difícil de igualar? O Brasil não é para principiantes, dizia Tom Jobim. Lendo recentemente uma biografia de Dom Pedro II, escrita pelo historiador José Murilo de Carvalho, descobri espantado que o imperador era republicano. E o Marechal Deodoro da Fonseca, monarquista. Portanto, tudo é possível no Brasil. Temos agora o incomparável nacionalista vira-lata, que clama a sua devoção pelo país ao mesmo tempo em que bate continência para a bandeira dos Estados Unidos e faz juras de amor ao presidente daquele país.

No resto do mundo, reina a mais completa perplexidade sobre a decadência do Brasil. Ninguém acreditaria que sofreríamos tal colapso e desceríamos a níveis tão baixos. Há não muito tempo o nosso país era referência, não só na América Latina, mas no mundo inteiro. Não estou exagerando, leitor. Tive o privilégio de representar o Brasil no FMI, no G20 e nos BRICS numa época em que o nosso país se comportava como o grande país que é. Tínhamos, claro, nossas limitações, nossas dificuldades. Mas éramos respeitados como voz autônoma, capaz de expressar com criatividade e competência os anseios de paz, progresso e reforma da governança internacional. Todo esse capital de respeito, simpatia e soft power está sendo jogado pela janela.

Somos subdesenvolvidos, reconheço. Nossos quadros nem sempre são os melhores, admito. E, mesmo nos nossos momentos mais felizes, demos as nossas pisadas de bola. Mas, convenhamos, era preciso escalar esse time de pernas-de-pau?

Vamos imaginar, por um instante, que por obra do insondável destino Jair Messias Bolsonaro fosse conduzido, digamos, à presidência da Micronésia. Os micronesianos contemplariam, perplexos, o seu novo supremo mandatário, fariam uma rápida reunião e correriam com ele sem demora. E se Paulo Guedes ou Ernesto Araújo aparecessem de repente em algum ministério da Economia ou das Relações Exteriores, qualquer um, em qualquer lugar do mundo? Ora, seriam encaminhados imediatamente, sem hesitações, ao almoxarifado mais próximo.

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Essa é uma pessoa que honra a humanidade

Resposta do atacante do Liverpool, Sadiô Mané, sobre as brincadeiras com seu celular com a tela rachada:

"Por que eu teria dez Ferraris, vinte relógios de diamante e dois jatinhos? O que isso significaria para mim e para o mundo? Eu passei fome, trabalhei nos campos, sobrevivi às guerras, joguei futebol descalço. Não fui à escola. Hoje, com o que ganho graças ao futebol, posso ajudar o meu povo, construí escolas e um estádio. Fornecemos roupas, sapatos, alimentos para pessoas em extrema pobreza. Além disso, dou 70 euros por mês a todas as pessoas em uma região muito pobre do Senegal, que contribuem para a economia familiar. Não preciso exibir carros de luxo, casas de luxo, viagens e ainda menos aviões. Prefiro que os meus recebam um pouco do que a vida me deu."

Desistir?

DESISTIR? Eu já pensei seriamente nisso,
mas nunca me levei realmente a sério.
É que tenho mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança no meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça.

G.E.Souza

Dízimo Briguilino

Fosse evangélico e o pastor viesse me cobrar o dízimo, eu diria:

Pastor, no próximo culto eu vou trazer. 

Quando chegasse na igreja no culto seguinte a primeira coisa que eu faria era procurar o pastor e entregar um cheque de mil reais, cruzado e em nome de Jesus Cristo.