FMI: Diretor-Geral de país emergente

A sucessão ao presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, acusado, nos Estados Unidos, de tentativa de estupro, tem despertado o interesse em todo o mundo. A francesa Christine Lagarede, representa o velho continente e é tida como defensora da meritocracia no Fundo.

A posição dos Estados Unidos a respeito não está clara. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, apenas afirmou que o processo sucessório deverá ser "mais transparente e baseado em mérito". Não é o caso da China, onde o discurso é mais contundente. O presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, cobra que "a estrutura de alto nível do FMI deva refletir melhor as mudanças no traçado econômico global".Por sua vez, Yoshihiko Noda, ministro da Finanças do Japão, pede transparência e mérito na escolha. "Como concordado no G20", teria dito.

Na contramão, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defende, hoje, pelos jornais que "pode haver bons candidatos - seja em países emergente, seja em avançados, mesmo na União Europeia" para a chefia do FMI. Segundo o titular da Fazenda, “O importante é que o novo diretor continue fazendo as reformas que Dominique Strauss-Kahn vinha fazendo, de democratização do Fundo”.

Tudo bem. Essa sucessão precisa mesmo ser pautada pela transparência, pelo mérito e por processo amplo. Mas o que interessa é saber se vamos ter um diretor geral do FMI alinhado com nossas demandas e nossa realidade. Portanto, é importante - e muito - que quem suceder Strauss-Kahn seja de um país emergente.

É bom ressaltar que, se a China nos acompanha no pleito de um diretor geral de um país emergente, teremos um grande peso no Fundo, esse mesmo FMI, que ainda não foi reformado. Até aqui, limitou-se a publicar estudos e mais estudos. Quando muito, realizou mudanças secundárias. Isso, sem falar no Banco Mundial, o BIRD, mas essa já é outra história.
Blog do Zé

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