Demos, PPS, PP, PTB e PSDB tomam banho de Cachoeira

Segundo investigação, Cachoeira teve encontro com governador e é amigo de senador

FERNANDO MELLO
RUBENS VALENTE
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que levaram à prisão, nesta semana, do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revelam que ele encaminhava pedidos e tinha contatos com os principais políticos de Goiás.

Entre esses políticos estão o governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Demóstenes Torres (DEM). Cachoeira foi o pivô do caso Waldomiro Diniz, primeiro escândalo do governo Lula, em 2004.

O empresário pediu duas audiências com o governador em 2011 na sede do governo e uma foi atendida. Ele dizia falar em nome de empresários do setor químico.

Em relação a Demóstenes, investigadores disseram que ele é um dos principais contatos de Cachoeira na política. Amigos, costumam jantar juntos. Em alguns encontros Perillo estava presente.

.Além disso, foram detectados contatos frequentes do empresário com o tucano Wladimir Garcez, ex-presidente da Câmara de Goiânia (GO) e um dos presos pela PF.

Garcez, aliado de Perillo há mais de 20 anos, é apontado como a "ponte" entre Cachoeira e a Agência Goiânia de Transportes e Obras, autarquia do governo goiano responsável por obras públicas.

As informações surgiram na Operação Monte Carlo, que desarticulou quadrilha que explorava máquinas de caça-níquel em quatro Estados e no Distrito Federal.

Elas indicam que Cachoeira era amigo e tinha negócios informais com Cláudio Abreu, diretor da Delta Construção.

Para os investigadores, Cachoeira facilitava a obtenção de contratos da empresa no governo de Goiás. A Delta informou que "não foi e nem é objeto da investigação" e disse que adotará medidas para "tomar conhecimento do inteiro teor do inquérito".

Outros políticos citados na investigação são os deputados federais Carlos Alberto Lereia (PSDB), Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara, Stepan Nercessian (PPS) e Sandes Junior (PP). A Folha não conseguiu localizá-los.

Perillo admite que Cachoeira pediu audiências, mas que a relação entre eles é quase inexistente. "Estive com ele duas vezes em eventos festivos, nada que possa caracterizar relação próxima."

Demóstenes disse ter "amizade" com Cachoeira, "o amigo que ia na casa de todo mundo", mas que ele dizia que "não mexia mais com jogo". A defesa de Cachoeira já pediu sua libertação.

4 comentários:

  1. Como se pode ver a corrupção é geral e institucionalizada no Brasil. TODOS os envolvidos de todos os partidos devem ser presos. Este fato não deve servir de desculpa para os crimes de José Dirceu. Ele tem que cumprir pena na mesma cela dos corruptos da oposição.

    Diferentemente da Briguilino não fica defendendo a ou b só porque são de partidos da oposição ou do PT. Isto se chamCOERENCIA.

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  2. Leiam a reportagem na revista Veja desta semana. Depois não venha com a historia furada que a imprensa só acusa os criminosos do PT

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    1. Concordo que todos os criminosos sejam punidos. Agora vir dizer que não existe diferença abismal no tratamento que a imprensa dispensa aos "escândalos" que envolvam o PT e aliados do governo federal é no minimo hipocrisia. O caso Cachoeira é uma prova cabal. Reveja as reporcagens do JN e mostre onde alguém fica informado da amizade do impoluto senador Demóstenes Torres e o arauto da honestidade governador Marconi Perillo são muy amigos do contraventor? Fora outros políticos menos conhecidos do PPS, PP e PTB.

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    2. O que é abismal, Blatcher, é a sua defesa dos corruptos do PT. O que é abismal e sua adoração pelo deus Lula em detrimento ao bem estar do povo brasileiro. O que é abismal é a separação entre suas idéias e a idéia de democracia e liberdade de expressão.

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