Educação é pública, sem privatizações nem políticas regidas pelo "mercado"

Abaixo trechos da entrevista de Pasi Sahlberg, autor do livro "Lições filandesas" - O que o mundo pode aprender com as mudanças educacionais na Finlândia? -. 


1º - Introdução 

No ranking do Pisa - Programa Internacional de Avaliação de Alunos - aplicado em 65 países pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a Finlândia alcançou o 3º lugar. O país chama a atenção não só pelos bons resultados, mas por apresentar um modelo diferente dos outros líderes do ranking, Na Finlândia, há pouco dever de casa, e a maior preocupação é com a qualidade dos professores e dos ambientes de aprendizado. Não há avaliações periódicas padronizadas de alunos e docentes, que não recebem remuneração por desempenho. E todo o sistema escolar é financiado pelo Estado.  
       
2. PASI SAHLBERG. 2.1. A nossa reforma educacional não foi guiada pelo sucesso escolar e, sim, pela democratização do acesso a escolas de qualidade.  Os pontos fortes do sistema finlandês são o foco nas escolas, para que elas possam ajudar as crianças a ter sucesso; educação primária de alta qualidade, que dê uma base sólida para as etapas seguintes do aprendizado; e a formação de professores em universidades de ponta, que tornaram a profissão uma das mais populares entre os jovens finlandeses. A Finlândia manteve uma política pública estável desde a década de 70. Diferentes governos nunca tocaram nos princípios que nortearam a reforma, apenas fizeram um ajuste fino em alguns pontos.
     
2.2. Essa ideia de uma escola pública de qualidade para todos os finlandeses foi um consenso nacional construído desde a Segunda Guerra Mundial. É o que no livro eu chamo de “sonho finlandês”. As crianças devem ser vistas como indivíduos que têm diferentes necessidades e interesses na escola. Ensinar deve ser uma profissão inspiradora com um grande propósito de fazer a diferença na vida dos jovens. Infelizmente, esses princípios básicos deram lugar a políticas regidas pelo mercado em vários países. Essa lógica de testar estudantes e professores direcionou os currículos e aumentou o tédio em milhões de salas de aula. A fórmula para uma reforma da educação em muitos países é parar de fazer essas coisas sem sentido e entender o que é importante na educação.
    
2.3. Primeiro, a experiência da Finlândia mostrou que é possível construir um modelo alternativo àquele que predomina nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países. Mostramos aqui que reformas guiadas pelo mercado, com foco em competição e privatizações não são a melhor maneira de melhorar a qualidade e a equidade na educação. Segundo, é importante focar no bem-estar das crianças e no aprendizado da primeira infância. Só saudáveis e felizes elas aprenderão bem. Terceiro, a Finlândia mostrou que igualdade de oportunidades também produz um aumento na qualidade do aprendizado.
     
2.4. Professores são profissionais de alto nível, como médicos ou economistas. Eles precisam de uma sólida formação teórica e treinamento prático. Em todos os sistemas educacionais de sucesso, professores são formados em universidades de excelência e possuem mestrado. O salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
    
2.5. O magistério é uma das profissões mais populares entre os jovens finlandeses. Todo ano, cerca de um a cada cinco alunos que terminam o ensino médio tem a carreira como primeira opção. Há dez vezes mais candidatos para programas de formação de docentes para educação infantil do que vagas nas universidades.  Tecnologia é parte das nossas vidas e é usada nas escolas finlandesas. Professores na Finlândia usam tecnologia para ensinar de maneiras muito diferentes. Alguns, a utilizam muito e outros raramente. Aqui a tecnologia é uma ferramenta, mas o foco continua sendo na pedagogia entre pessoas, sem tecnologia. A tecnologia não deve guiar o desenvolvimento educacional e, sim, ser uma ferramenta como várias outras.
   
2.6. A mais importante das lições é que há uma alternativa para se chegar ao sucesso prometido por reformas guiadas pelo mercado. A Finlândia é o antídoto a este movimento que impõe provas padronizadas, privatização de escolas públicas e remunera os professores com base em avaliações de desempenho que se tornou típico de diversos sistemas educacionais pelo mundo.

5 comentários:

  1. Escola Pública

    Neste ano, depois de 23 anos longe de uma sala de aula, resolvi me matricular em uma escola pública.

    As escolas estaduais estão com um programa chamado EJA (Educação para Jovens adultos).

    A ideia do governo é resgatar pessoas que, como eu, pararam de estudar em um momento da vida e resolveram retomar a vida acadêmica. A ideia é muito boa, mas uma coisa me chamou a atenção.

    Em qualquer setor de qualquer segmento, desde a construção civil até a medicina avançada, as coisas evoluíram muito. Nos dias atuais, levar o carro em uma oficina mecânica requer do profissional um mínimo de conhecimento em informática.

    A conclusão é a seguinte: as escolas públicas pararam no tempo.

    Na sala de aula, que está com os ventiladores quebrados, não existe um computador.

    Objetos que, para mim, já tinham sido extintos como o mimeógrafo, ainda existem em escolas como a que eu frequento.

    Em um país de dimensões continentais como o Brasil, fico imaginando como devem ser as condições dos estudantes ribeirinhos nos confins do Amazonas.

    O governo estadual deveria gastar o dinheiro que investe em atrizes globais para divulgar uma escola utópica na reforma da dinâmica da escola e, assim, a tirar do século XX.

    Robson SimãoPor e-mail

    Fonte: Super Notícia

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  2. A diferença básica entre a Finlândia e o Brasil é que lá os impostos, que são altos, são bem aplicados em benefício do povo, educação, saúde, seguridade social etc.

    No Brasil, onde os impostos também são altos, os mesmos não são aplicados em benefício do povo, mas sim no benfício pessoal de nossos governantes. São gastos com o pagamento de altos juros que só beneficiam os banqueiros, que por sua vez fazem polpudas doações para o partido no poder.

    A corrupção institucionalizada e impune é outro sorvedor de dinheiro do povo.

    O estado gigantesco com milhares e milhares de funcionários público que contribuem com parte de seu salário para financiar o partido no poder é outra fonte de gasto público que não beneficia a população.

    Não há interesse do governo brasileiro em promover a justiça social. O lulo petismo tem u8m projeto de poder, e para se manter no poder distribui migalhas para o povo enquanto que engordam suas contas bancárias no exterior.

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  3. Complementando

    A carga tributária da Finlândia é de 43% do PIB, a nossa é de 38% do PIB.

    Com esta carga tributária tão alta por que é que nós não pdemos ter um melhor sistema de saúde, uma melhor qualidade de ensino, uma melhor assistência social?

    A resposta é uma só. Nossos governantes não enxergam além do proprio umbigo e não têm nenhum interesse em beneficiar o povo.

    Sejam estes governantes do PT, do PSDB ou de que partido for.

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  4. A sociedade é responsável por a educação não ser prioridade no Brasil. Todos vivem de condenar os governantes como se eles fossem os unicos culpados pelos descalabros.

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    1. Fátima

      O governo, de acordo com nossa constituição, é responsável pelo bem estar social da sociedade.

      Numa democracia nós, o povo, é que colocamos os governantes lá onde estão.

      É nossa obrigação cobrar dos nossos governantes ações que venham a beneficiar o povo. É para isto que nós, o povo, pagamos os seus salários com nossos impostos.

      Temos que aprender a colocar no governo pessoas que tenham comportamento ético, moral e de honestidade.

      Você, Fátima Lúcia Vaxconcelos, é responsável, através do seu voto e de suas atitudes pelo estado de coisas em que se encontra o Brasil.

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