Fernando Brito - Casca grossa, coração macio

A imagem que ilustra este post foi postada ontem no Facebook de uma amiga, que a tirou de outro, de uma equipe de promotores de bailes de reggae.

Quer mais improvável do que  reggae e um velho revolucionário que cultiva jardins partilharem ideias?

Mas partilham, porque somos todos humanos e essa é nossa grande partilha.

Não tenho nenhum constrangimento em aplaudir a atitude de André Vargas ao entender que sua defesa pessoal se enfraqueceu por seus próprios atos e renunciar ao mandato.

Disse isso, outro dia, ao lembrar o valor da palavra austeridade, diante deste caso.

Aos 55 anos, tenho os problemas, dores e alegrias de qualquer pessoa.Muitos podem me considerar um imbecil, porque tive todas as "oportunidades"  de estar, como diz a gíria, "com o boi na sombra" e ainda luto todos os dias pelo pão do dia seguinte.

Quisesse fazer negócios, já os teria feito.Porque a vida política, para quem a faz de olhos no povo, é um calvário e a austeridade é a nossa única força, nossa única blindagem.

É ela quem nos permite desmascarar os hipócritas.Não tem a menor importância que o seu pecado comprovado, o de viajar no jatinho do doleiro Alberto Yousseff, tenha sido cometido também pela impoluta vestal do Senado, Álvaro Dias.Álvaro Dias é um "político" do lado de lá, onde os critérios de julgamento são outros.

Em volta de nós, na política, temos de aprender a conviver com diferenças, frequentemente com erros e, às vezes, com vícios. Mas isso jamais pode penetrar em nossa vida pessoal. Porque isso é deixar penetrar dentro de nós o adversário, aceitar sua lógica e passar, por vezes inconscientemente, a ser aquilo que, em tese, dizemos combater. É uma regrinha simples, mas muito difícil de cumprir.

O que isso te dá de "prêmio"? Nada, só o  de viver de cabeça erguida. E de poder fazer política com sinceridade, sem medo de dizer o que se pensa e lutar por aquilo em que se crê. E como isso é bom!

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