Perderam o senso do ridículo

Na mídia, 30 "revoltados online" valem tanto quanto uma multidão
13 de março de 2015 | Autor: Fernando Brito


Estou tentando – tentando, vejam bem – acompanhar as manifestações pró-legalidade pela internet.
Na Folha, o "minuto a minuto" da cobertura vem encimado por uma texto que diz que a mobilização pró-Dilma "tenderá na avaliação governista a ser engolido pela parte negativa para a presidente do ato".
No cabeçalho do Estadão, gasta-se espaço igual na chamada: os "revoltados online" , embora fossem apenas 13, segundo a Folha, às 17 horas,  são a atração.
A Presidenta Dilma, "encurralada" pelas manifestações a favor, teria cancelado a viagem a Minas para "evitar os protestos" e o estado de saúde de sua mãe, de "apenas" 90 anos, seria uma desculpa esfarrapada.
Será que perderam a noção do ridículo?
O estrondoso sucesso da manifestação em São Paulo é visto em poucas fotos que dão ideia de sua dimensão. A que vai no post é uma das poucas do facebok da CUT, cujo site saiu do ar, assim como saiu do ar o do PT.
Não sei se por acessos demais ou, simplesmente, por bloqueio.
Não saiu nada semelhante nos grandes sites, onde os repórteres estão muito ocupados dedicando-se a procurar algum cidadão modesto que esteja recebendo um pão com mortadela ou um trocadinho para segurar balões, coisa que não acontece com a turma bem-nascida da direita, que viaja de avião e  organizar tudo à base de camisetas.
A ditadura, aqui, é a do partido único da mídia.
Que o nosso Governo "republicano" trata docemente, mesmo abaixo de pau.

PS. Em nome da verdade, às 17:38 h a Folha atualiza: "Na Paulista, sobe para 30 o número de manifestantes do Revoltados Online. Eles gritam "Fora, PT!" e "Lula, cachaceiro, devolve meu dinheiro!". Os coleguinhas da Folhas seguem contando, esperançosos.

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