A avaliação é da deputada Maria do Rosário (PT-RS), sobre a batalha política em andamento em Brasília em torno do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode levar à cassação do deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre os ritos do processo de impeachment.
Na quinta-feira (10), a temperatura política da crise subiu mais alguns graus, depois que o PSDB resolveu unificar o discurso e se declarar a favor do impedimento de Dilma Rousseff. "Isso já era esperado. O que dá para compreender é que, em relação às medidas de protelação do Eduardo Cunha (no Conselho de Ética), o PSDB está inteiramente envolvido de forma solidária com Cunha desde o início. É preciso realmente enfrentar e denunciar, não aceitar o comando espúrio de Cunha e a continuidade do processo do impeachment", diz a deputada gaúcha.
Na sexta-feira (11), Dilma Rousseff minimizou a decisão do PSDB. "Não é nenhuma novidade. Não é possível que os jornalistas tenham ficado surpreendidos", disse. "A base do pedido (de impeachment) e das propostas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o PSDB, sempre foi", afirmou Dilma em entrevista coletiva.
Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a decisão que unificou o PSDB a favor do impeachment – com apoio comemorado de Fernando Henrique Cardoso – não muda a situação em relação à prática dos tucanos durante todo o ano. "Eles defendem o impeachment desde janeiro, quando Dilma assumiu", diz. "O fato de unificarem o discurso é negativo (para o governo) porque, enquanto estavam divididos, tinham menor possibilidade de ter todos os seus líderes na mesma posição. Mas, na realidade, mesmo sem unidade declarada, eles não votariam de forma diferente. É guerra, uma guerra política por projetos."
Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual
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