PT mostrou que tem povo e forças próprias para por esse povo na rua. Isso deve ser levado em consideração pelos que tomam decisões, principalmente se forem decisões baseadas na força.
Por Sérgio Saraiva
O que menos importa neste instante é saber com exatidão quantas pessoas foram à Avenida Paulista no domingo 13 de março de 2016 protestar contra o governo e quantas foram na sexta-feira seguinte defender o governo. A única resposta sensata é: muita gente, nos dois casos.
Todo o mais, os números em si e o mostrar uns e esconder outros, fica por conta do respeito que cada um tem em relação a sua própria credibilidade.
Outro fato relevante é em relação a quantas pessoas atenderam à chamada da Rede Globo na noite de quarta-feira 16 de março de 2016 e saíram às ruas para derrubar o governo. Fora o pequeno grupo reunido em torno da FIESP, ninguém. Na manhã do dia seguinte, o Brasil saiu para trabalhar.
As multidões que teriam acorrido ao chamado ficam por conta do senso de ridículo de cada um. E fica a FIESP a responsabilidade moral de dizer que povo era aquele que estava autorizado a usar seus banheiros e refeitórios e que, nas ruas, perseguia e surrava meninas. Jagunços portando bandeirinhas do Brasil fabricadas na China. Jagunços de quem?
O povo.
Esse talvez seja o fator mais relevante para os desdobramentos da atual crise política. Um lado botando seu povo nas ruas aos domingos, o outro botando o seu povo nas ruas em dia de semana.
Ninguém derruba governo em domingueiras.
A resposta de sexta e a não resposta de quarta trazem em si recados claríssimos para quem tiver ouvidos para escutar.
A começar pelo tratamento dado a Aécio Neves e Geraldo Alckmin pelo povo de amarelo e o tratamento dado a Lula pelo povo de vermelho. Mostram quem é líder.
O PT mostrou que tem povo e forças próprias para por esse povo na rua. Isso deve ser levado em consideração pelos que tomam decisões, principalmente se forem decisões baseadas na força.
O outro lado também põe povo nas ruas, mas precisa aguardar até o próximo fim de semana.
PS: a Oficina de Concertos Gerais e Poesia apoia o Movimento Golpe Nunca Mais.
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