Algumas particularidades baianas:
O "não" vem sempre no final.
- Vocês trabalham como reserva?
- Trabalhamos com reserva, não.
- Tem lugar disponível?
- Nesse exato momento tem lugar disponível, não.
Às vezes, dependendo do tamanho da frase, é sofrido esse suspense soteropolitano.
Quando o baiano começa uma frase com "pronto", não se iluda: não está pronto. E vai demorar.
- É da recepção? Caiu o sinal da internet aqui no quarto.
- Pronto, vou mandar um técnico.
Quando o baiano diz que "tem", também não comemore: ele pode não ter.
- Tem aspirina?
- Tem, mas acabou.
Você pode ser Ministro do Supremo, membro da Al Qaeda, se você chegar em Salvador só com notas de 50, fatalmente vai morrer de fome. O troco, chamado de "miúdo", é mais valorizado que cigarro na cadeia.
- Quero uma água de coco, dois picolés capelinha, duas cadeiras e um guarda sol e duas cervejas Quanto dá?
- Pronto, 43 reais.
- Tem troco para 50?
- Tem troco para 50, não.
- Poxa, não tem mesmo troco?
- Tem, mas acabou.
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