da Agência Folha, em Belo Horizonte
O PT de Belo Horizonte decidiu recorrer à direção nacional do partido contra a proibição de formar aliança com o PSDB na capital mineira. Em reunião na manhã desta sexta-feira com cerca de 15 lideranças municipais, entre elas o prefeito Fernando Pimentel, decidiu usar todos os prazos legais e lutar pela aliança eleitoral com o governador Aécio Neves (PSDB), se preciso até na Justiça Eleitoral.
Pimentel, que nesta sexta-feira teve uma reunião longa com Aécio, disse que "o que está sendo decidido não está no estatuto do partido". "Quem pode rever a decisão de uma convenção é só outra convenção", disse.
No mesmo dia, Aécio Neves afirmou que, se a aliança não ocorrer, "os mineiros vão lamentar". "Espero, ainda, que essa decisão do PT seja amadurecida e eventualmente contornada", disse o tucano.
Ainda segundo Pimentel, a nota publicada pelo PT sobre a aliança é "equivocada, descortês para com o PT-BH, a militância local, o prefeito da capital e para com o governador", que, embora adversário, é " pessoa civilizada e não inimigo".
A estratégia do PT-BH é esticar a questão até junho, prazo final dado pela Justiça Eleitoral para a realização da convenção oficial, quando a sigla votará a proposta de aliança com PSDB.
Avaliam as suas lideranças, conforme apurou a Folha, que o PT nacional nada poderá fazer contra, porque até lá não terá ainda havido nenhuma proposta oficial no papel.
Se, mesmo depois disso, o PT nacional proibir, existe a disposição de recorrer à Justiça Eleitoral com o argumento de que uma decisão de convenção só pode ser derrubada por outra convenção e que em eleição municipal a convenção municipal deve ser soberana.
Advogados já estão sendo contatados para preparar uma defesa nessa linha.
O recurso ao Diretório Nacional, que é uma instância superior à Executiva, teria o propósito de questionar o fato de a Executiva ter tomado uma posição sem que houvesse uma formalização de aliança com o PSDB. O PT-BH alega que isso só pode existir se estiver oficializado, o que só ocorrerá em junho.
Na sexta-feira, a Executiva Nacional petista foi muito criticada.
"Acho que o presidente [nacional do PT] Berzoini cometeu um equívoco político", afirmou Pimentel.
O deputado federal Virgílio Guimarães reagiu dizendo que o PT nacional agiu pensando nas disputas paulistas, tentando jogar o resto do país nesse embate local. "Temos que ter muita paciência com a Executiva Nacional: trabalham sentados em Brasília sem descolar os olhos da avenida Paulista."
"Nosso caminho é persistir", disse Pimentel, que no domingo deve ir a outro encontro do PT-BH para, dessa vez, aprovar o nome do deputado estadual Roberto Carvalho para ser o vice de Márcio Lacerda (PSB).
Mas sobrou crítica velada para Pimentel na sexta-feira pelo fato de o prefeito conduzir a aliança com o PSDB sem incluir na discussão pessoas importantes do partido, como os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
A crítica foi feita pelo vice-presidente José Alencar, em discurso durante encontro do PRB-MG. Ele acha que tudo isso poderia ter sido evitado.
O problema do Brasil é exatamente a falta de coerência dos partidos politicos. Porque não fazem a reforma politica? A maioria dos politicos, empresários e meios de comunicação vivem, se esbaldam neste sistema imundo.
ResponderExcluirFalta coerência, honestidade, princípios.
ResponderExcluirOs partidos não têm programas, os políticos mudam de partido não por ideologia mas por dinheiro.