Ciro Gomes

Em palestra a deputados estaduais reunidos em Fortaleza na convenção da Unale (União Nacional dos Legislativos Estaduais), o deputado federal e presidenciável Ciro Gomes (PSB) voltou a criticar a imprensa, desta vez por "satanizar a política" ao insistir no noticiário sobre escândalos.

Para ele, a imprensa não precisa diminuir a pressão sobre escândalos, mas deve dar espaço também para debater "coisas reais", como a poupança interna do país e a política industrial. "Se você sataniza a política como linguagem e a transforma, no imaginário popular, numa linguagem de podridão, da banalização de escândalos, de depreciação da atividade, como vocês todos devem estar assistindo, cada pessoa de boa-fé que pensa em participar da política carrega um fardo insuportável de ter de pagar pelo conjunto da obra em função da novelização do escândalo. Em nome de que só o escândalo é a notícia política?", afirmou.

Para Ciro, a política deve ser preservada por ser a esfera onde aspectos fundamentais do desenvolvimento da nação são decididos, como as políticas públicas e econômicas. Sem legitimidade pública, na opinião dele, essas discussões ficam esvaziadas e não avançam.

Depois da palestra, o deputado voltou a falar do assunto em entrevista e negou que tivesse feito uma crítica à imprensa. "Fiz uma crítica à novelização do escândalo como monopólio da mídia, que é errado. Não pode diminuir o estresse sobre os escândalos, porém não é possível que a imprensa não abra espaço para o debate sobre as coisas reais do país. Uma coisa pode ser complementar à outra."

"Mas o que há é um maniqueísmo com analfabetismo e interesse nepotista dos donos da grande mídia, que precisam de uma política desmoralizada para que o conservadorismo do seu interesse viceje parte da realidade", afirmou, sem nomear quais seriam esses donos da grande imprensa com interesses conservadores.

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