Todo país precisa e deve ter um serviço de informações eficiente a serviço do Estado.
O Brasil não foge à regra e aqui temos a Agência Brasileira de Informações, a ABIN, cuja missão é manter o governo bem informado sobre os fatos passados, atuais e futuros.
E isso envolve desde as perturbações da ordem pública, greves, corrupção, crises na economia e até secas, enchentes, furacões e outros tipos de anormalidades que possam influir nas decisões das autoridades.
De repente o tempo fechou e nos vimos diante de uma onda de denúncias contra a comunidade de informações.
Verdadeiras ou não, elas precisam ser apuradas com seriedade. Mas não é o que estamos vendo.
O caso das escutas telefônicas virou um circo, um festival de besteiras, no qual o próprio ministro da Defesa tem sido ator destacado.
O governo precisa dar um basta nessa confusão. E não precisa de CPI, que nunca dá em nada, nem de algo excepcional para isso. É só usar os meios legais existentes - Ministério Público, Polícia Federal e a própria ABIN, que dispõem de meios e competência para chegar aos possíveis culpados.
O que não se pode permitir é que uma instituição criada para abastecer o governo de informações, e que nem sempre pode agir de forma ostensiva, seja de repente comparada a um órgão de repressão como o finado SNI, inventado na ditadura pelo general Golbery, que logo confessaria ter criado um monstro.
Não se pode afastar a hipótese de que toda essa crise seja uma grande farsa para desmoralizar a inteligência do Estado, assegurando a impunidade a criminosos notórios, cujas liberdade e impunidade paradoxalmente podem ser garantidas pelo simples fato de terem sido investigados.
O STJ já deu o primeiro passo, anulando processos cuja prova foi colhida mediante escutas telefônicas.
E como há gente graúda dos três poderes da República envolvida em muita mutreta, não se pode afastar a idéia de que todo esse escândalo é parte de um grande e caro projeto de desmoralização das instituições e de manutenção do Brasil na polle position das olimpíadas mundiais da corrupção.
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