Por Alon Feuerwerker
Um erro grave em gestão empresarial é subestimar a concorrência.
Arrogância diante dos competidores é fórmula certa para ser ultrapassado por eles.
Qualquer aluno de graduação em administração e negócios sabe disso.
Quem ainda tiver dúvida a respeito, que observe o que se passa com a oposição brasileira.
Apostaram lá atrás que o governo Luiz Inácio Lula da Silva daria com os burros n’água.
Contra todas as evidências, mantiveram ferozmente essa previsão como única hipótese de trabalho.
Os resultados da escolha estão aí.
Nas pesquisas, como a CNI/Ibope divulgada ontem.
Outro pecado capital é basear estratégias de guerra em premissas pouco seguras.
Quando as premissas são desmoralizadas pelos fatos, a estratégia vai junto de roldão.
Eu tenho, por exemplo, a curiosidade de saber quem foi o gênio que, certo dia, soprou a dica nos ouvidos da oposição brasileira: “Vamos dizer que o Lula só está indo bem porque é um cara de sorte, porque, diferentemente do Fernando Henrique, não teve que enfrentar nenhuma crise internacional”.
Consultem os arquivos da imprensa para constatar a profusão de vezes em que tucanos e democratas disseram isso.
Bem, o mundo vive a mais aguda crise financeira desde 1929 e há uma chance de o Brasil, assim como outros emergentes, sofrer relativamente menos do que seria habitual.
Se isso acontecer, o presidente da República poderá utilizar doravante como bumerangue contra a oposição todo o trabalho de propaganda feito por ela própria. “Enfrentei a crise mundial mais grave dos últimos oitenta anos, e mesmo assim fiz mais do que vocês jamais fizeram.” Alguém duvida de que Lula tem esse discurso engatilhado? No lugar dele, você agiria diferentemente?
Talvez tenha faltado lá atrás algum chato para estragar os animados convescotes dos caciques oposicionistas. “E se tiver uma crise e o Lula sair-se melhor do que a encomenda, o que vamos dizer depois?”
As pesquisas mostram Lula nas alturas, mas é necessário fazer justiça.
A popularidade do presidente e da administração é obra a quatro mãos.
Seria mesquinho não reconhecer no ativo político do petista a valorosa contribuição dos que, supostamente, teriam por missão opor-se a ele.
O leitor poderá enxergar essas lucubrações como engenharia de obra feita, análise confortável a posteriori.
Para minha sorte, uma varredura nos arquivos deste jornalista (neste blog) mostrará que o deprimente cenário para a oposição ao governo federal foi vaticinado lá atrás.
O que não chega a ser vantagem, já que pelo jeito ninguém deu pelota para minhas previsões.
E foram muitas as vezes. Daí as críticas dos amigos. “Puxa, mas você vai escrever de novo sobre as razões da fraqueza da oposição? Muda o disco, cara!”Eu mudo, se a oposição também mudar. Claro que, como em certas histórias de suspense, há a possibilidade teórica de as coisas chegarem a um final feliz para os nossos oposicionistas.
Apesar de Lula e seu governo terem a aprovação de oito em cada dez brasileiros, os nomes do PSDB aparecem na frente dos possíveis concorrentes do PT, inclusive da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, a predileta do Planalto.
Mesmo faltando dois anos para a eleição, não deixa de ser curioso que, num quadro maciçamente favorável a Lula, nomes tucanos estejam bem.
Também já escrevi aqui sobre a fragilidade desse retrato. Gilberto Kassab (DEM, São Paulo), Eduardo Paes (PMDB, Rio de Janeiro), Márcio Lacerda (PSB, Belo Horizonte) e João da Costa (PT, Recife) são bons exemplos de postes alavancados por administrações e administradores competentes e bem avaliados.
E perguntei: se governadores e prefeitos conseguem fazer poste voar, por que Lula não conseguiria?
Meu palpite é que, tirando o imponderável, a oposição só terá chance de derrotar o candidato de Lula (qualquer um) em 2010 se conseguir promover uma divisão decisiva na base política do governo federal.
Se sobrevier um racha dramático entre o bloco (se ainda for bloco) PSB-PDT-PCdoB e o PT.
Ou se uma grande fatia do PMDB resolver bandear-se. O problema, de novo para a oposição, é que nada sinaliza nesse sentido.
O bloco de esquerda anda em rota de reaproximação com o petismo.
E o PMDB exibe grande satisfação com a gorda fatia de poder que lhe cabe no consórcio governista.
Recentemente, o ministro peemedebista de Minas e Energia, senador Edison Lobão (AM), circulou por São Paulo e reuniu-se com a nata da nata do PIB.
Dos grandes (e põe grande nisso) empresários convidados, não faltou ninguém.
Lobão, que ao assumir a pasta foi alvejado de todos os lados, recebeu da platéia VIP tratamento dado a político de primeiríssima linha.
A conta das mesuras deve ser espetada no pré-sal e nos megaprojetos do PAC.
Quem viu, diz que foi de assombrar.
Ora, não está no DNA do PMDB trocar o certo pelo duvidoso, dar as costas a belezuras assim.
Um erro grave em gestão empresarial é subestimar a concorrência.
Arrogância diante dos competidores é fórmula certa para ser ultrapassado por eles.
Qualquer aluno de graduação em administração e negócios sabe disso.
Quem ainda tiver dúvida a respeito, que observe o que se passa com a oposição brasileira.
Apostaram lá atrás que o governo Luiz Inácio Lula da Silva daria com os burros n’água.
Contra todas as evidências, mantiveram ferozmente essa previsão como única hipótese de trabalho.
Os resultados da escolha estão aí.
Nas pesquisas, como a CNI/Ibope divulgada ontem.
Outro pecado capital é basear estratégias de guerra em premissas pouco seguras.
Quando as premissas são desmoralizadas pelos fatos, a estratégia vai junto de roldão.
Eu tenho, por exemplo, a curiosidade de saber quem foi o gênio que, certo dia, soprou a dica nos ouvidos da oposição brasileira: “Vamos dizer que o Lula só está indo bem porque é um cara de sorte, porque, diferentemente do Fernando Henrique, não teve que enfrentar nenhuma crise internacional”.
Consultem os arquivos da imprensa para constatar a profusão de vezes em que tucanos e democratas disseram isso.
Bem, o mundo vive a mais aguda crise financeira desde 1929 e há uma chance de o Brasil, assim como outros emergentes, sofrer relativamente menos do que seria habitual.
Se isso acontecer, o presidente da República poderá utilizar doravante como bumerangue contra a oposição todo o trabalho de propaganda feito por ela própria. “Enfrentei a crise mundial mais grave dos últimos oitenta anos, e mesmo assim fiz mais do que vocês jamais fizeram.” Alguém duvida de que Lula tem esse discurso engatilhado? No lugar dele, você agiria diferentemente?
Talvez tenha faltado lá atrás algum chato para estragar os animados convescotes dos caciques oposicionistas. “E se tiver uma crise e o Lula sair-se melhor do que a encomenda, o que vamos dizer depois?”
As pesquisas mostram Lula nas alturas, mas é necessário fazer justiça.
A popularidade do presidente e da administração é obra a quatro mãos.
Seria mesquinho não reconhecer no ativo político do petista a valorosa contribuição dos que, supostamente, teriam por missão opor-se a ele.
O leitor poderá enxergar essas lucubrações como engenharia de obra feita, análise confortável a posteriori.
Para minha sorte, uma varredura nos arquivos deste jornalista (neste blog) mostrará que o deprimente cenário para a oposição ao governo federal foi vaticinado lá atrás.
O que não chega a ser vantagem, já que pelo jeito ninguém deu pelota para minhas previsões.
E foram muitas as vezes. Daí as críticas dos amigos. “Puxa, mas você vai escrever de novo sobre as razões da fraqueza da oposição? Muda o disco, cara!”Eu mudo, se a oposição também mudar. Claro que, como em certas histórias de suspense, há a possibilidade teórica de as coisas chegarem a um final feliz para os nossos oposicionistas.
Apesar de Lula e seu governo terem a aprovação de oito em cada dez brasileiros, os nomes do PSDB aparecem na frente dos possíveis concorrentes do PT, inclusive da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, a predileta do Planalto.
Mesmo faltando dois anos para a eleição, não deixa de ser curioso que, num quadro maciçamente favorável a Lula, nomes tucanos estejam bem.
Também já escrevi aqui sobre a fragilidade desse retrato. Gilberto Kassab (DEM, São Paulo), Eduardo Paes (PMDB, Rio de Janeiro), Márcio Lacerda (PSB, Belo Horizonte) e João da Costa (PT, Recife) são bons exemplos de postes alavancados por administrações e administradores competentes e bem avaliados.
E perguntei: se governadores e prefeitos conseguem fazer poste voar, por que Lula não conseguiria?
Meu palpite é que, tirando o imponderável, a oposição só terá chance de derrotar o candidato de Lula (qualquer um) em 2010 se conseguir promover uma divisão decisiva na base política do governo federal.
Se sobrevier um racha dramático entre o bloco (se ainda for bloco) PSB-PDT-PCdoB e o PT.
Ou se uma grande fatia do PMDB resolver bandear-se. O problema, de novo para a oposição, é que nada sinaliza nesse sentido.
O bloco de esquerda anda em rota de reaproximação com o petismo.
E o PMDB exibe grande satisfação com a gorda fatia de poder que lhe cabe no consórcio governista.
Recentemente, o ministro peemedebista de Minas e Energia, senador Edison Lobão (AM), circulou por São Paulo e reuniu-se com a nata da nata do PIB.
Dos grandes (e põe grande nisso) empresários convidados, não faltou ninguém.
Lobão, que ao assumir a pasta foi alvejado de todos os lados, recebeu da platéia VIP tratamento dado a político de primeiríssima linha.
A conta das mesuras deve ser espetada no pré-sal e nos megaprojetos do PAC.
Quem viu, diz que foi de assombrar.
Ora, não está no DNA do PMDB trocar o certo pelo duvidoso, dar as costas a belezuras assim.
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