A estabilidade é a meta
De todas as propostas, os pontos mais importantes, que constituem o fulcro da reforma, são o voto em lista fechada e a cláusula de barreira. O voto em listas pré-ordenadas acaba com o individualismo do voto proporcional em lista aberta e fortalece os partidos, hoje meros cartórios eleitorais. Só há um aspecto negativo, que é o extraordinário poder enfeixado nas mãos dos dirigentes partidários. Com o novo sistema, seriam eleitos, por ordem de colocação nas listas preparadas em convenções, os mais votados, dependendo do total de sufrágios de cada partido. A cláusula de barreira, o outro item de inquestionável importância, aprovada ainda durante a legislatura que coincidiu com o último mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal, sob a alegação de que se tratava de lei ordinária e não da necessária emenda constitucional. Seu objetivo é enxugar o quadro partidário, acabando as legendas de aluguel, que negociam até o tempo de rádio e televisão, e se destina a dar maior representatividade aos partidos. Nela, se exige 1% dos votos nacionais para cada legenda. Não é ainda o ideal, mas já representa um avanço significativo em matéria de instituições políticas no Brasil. O País cresceu, mudou de patamar na economia mundial, mas continua sujeito a instituições capengas, que já o levaram a uma ditadura militar, que durou mais de 20 anos. É hora de mudar para termos um sistema político que garanta estabilidade e governabilidade sem a vergonhosa barganha de hoje.
Tarcísio Holanda
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