Dilma Rousseff é a candidata de Lula à sucessão dele. Mas José Serra, governador de São Paulo, e Aécio Neves, governador de Minas Gerais, comportam-se como se fossem também mais aspirantes a candidato de Lula do que a candidato da oposição.
Ou muito me engano ou tem sido assim até agora. E, desconfio, continuará sendo assim mesmo quando um deles for escolhido pelo PSDB para disputar contra Dilma a eleição presidencial do próximo ano.
Lula paralisa Serra e Aécio com dois tipos de venenos: sua popularidade e seu poder de sedução pessoal.
Apontem uma única razão para que o eleitor prefira votar em quem não se opõe a Lula e ao seu governo a votar em quem se apresenta como o candidato legítimo dele.
Marqueteiros inventaram a teoria de que perde voto o candidato que bate. Ele pode perder, sim, assim como pode perder votos o candidato "paz e amor". Tudo depende das circunstâncias.
Ao fim e ao cabo, o eleitor vota para mudar ou para manter a situação.
Em 2002, Serra cometeu o erro de tentar se apresentar como o candidato da mudança - logo ele que havia sido ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e que contava com o apoio do governo.
O candidato da mudança era Lula. O eleitor queria mudar. Portanto, votou nele.
O desafio de Serra - ou de Aécio - será convencer o eleitor a mudar o que lhe deixa satisfeito. Não será fácil. E definitivamente será impossível se disfarçando de candidato da situação.
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