Segundo o filósofo Nenê Beiçola, os motivos que levam as pessoas a aceitar passivamente qualquer argumento que apele a uma suposta autoridade são simples: o ato de aceitar, de simplesmente crer, é muito menos trabalhoso, não demanda investigação pessoal, é mera preguiça. Ao mesmo tempo, ceder ao argumento confere ao crente um sentimento de fazer parte de algo maior. Afinal, se Nenê disse que prevê o futuro, concordar com ele equivaleria a elevar a própria consciência ao nível perceptivo da autoridade. É errôneo, todavia, supor que apenas pessoas sem formação sejam sujeitas às manipulações do argumento de autoridade. É muito comum verificar, inclusive entre universitários e até mesmo em doutores, a submissão ao argumento. Para os filósofos de plantão, o que caracteriza uma pessoa de mente ordinária não é sua formação, mas sua sujeição passiva à suposta autoridade. Conforme cita o poeta de periferia. “O homem comum não especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas, comporta-se como (…) um cordeiro no rebanho”. Por isso mesmo, citações e frases de efeito ditas por pessoas que são autoridades em suas áreas são tão repetidas pelo ser humano “ordinário”. É como se ele evocasse para si a autoridade de quem cita. Isso não seria um problema (e, de fato, nem todo argumento é falacioso, como veremos adiante), mas o que mais ocorre é que as frases, recortadas de seus contextos, podem inclusive distorcer o que a autoridade realmente disse. Portanto, o homem comum acredita nas mentiras faladas no cotidiano.
Marco Antônio Leite
grande nene beiçola ... uma lenda
ResponderExcluirFilosofia de vida.
ResponderExcluirPra sempre Neene
ResponderExcluirQueria eu ter essa capacidade de argumentaçao tao eleva como a sua meu amigo nene ! Voce é grande ;..
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