Filosofia do Beiçola

Segundo o filósofo Nenê Beiçola, os motivos que levam as pessoas a aceitar passivamente qualquer argumento que apele a uma suposta autoridade são simples: o ato de aceitar, de simplesmente crer, é muito menos trabalhoso, não demanda investigação pessoal, é mera preguiça. Ao mesmo tempo, ceder ao argumento confere ao crente um sentimento de fazer parte de algo maior. Afinal, se Nenê disse que prevê o futuro, concordar com ele equivaleria a elevar a própria consciência ao nível perceptivo da autoridade. É errôneo, todavia, supor que apenas pessoas sem formação sejam sujeitas às manipulações do argumento de autoridade. É muito comum verificar, inclusive entre universitários e até mesmo em doutores, a submissão ao argumento. Para os filósofos de plantão, o que caracteriza uma pessoa de mente ordinária não é sua formação, mas sua sujeição passiva à suposta autoridade. Conforme cita o poeta de periferia. “O homem comum não especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas, comporta-se como (…) um cordeiro no rebanho”. Por isso mesmo, citações e frases de efeito ditas por pessoas que são autoridades em suas áreas são tão repetidas pelo ser humano “ordinário”. É como se ele evocasse para si a autoridade de quem cita. Isso não seria um problema (e, de fato, nem todo argumento é falacioso, como veremos adiante), mas o que mais ocorre é que as frases, recortadas de seus contextos, podem inclusive distorcer o que a autoridade realmente disse. Portanto, o homem comum acredita nas mentiras faladas no cotidiano.
Marco Antônio Leite

4 comentários:

  1. grande nene beiçola ... uma lenda

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  2. Victor Botacin01 julho, 2011

    Filosofia de vida.

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  3. Queria eu ter essa capacidade de argumentaçao tao eleva como a sua meu amigo nene ! Voce é grande ;..

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