Dizem: "Não sei de onde sou". E, com uma resposta dessas (e sem passaporte na mão), a imigração Suíça não pode devolvê-los a lugar algum. Era o que chamávamos (quando eu trabalhava na Amnesty International em Londres, anos 70) de "desterrados". Então o que acontece? Dão a eles uma graninha curta e moradia simples em lugares distantes dos grandes centros como Zurique, Basel, Bern, etc., e uma hora específica para estarem de volta, e assim levam a vida de exilados DE LUGAR NENHUM.
ISSO JUSTAMENTE QUANDO O LULA sancionou uma lei que permitirá normalizar a permanência de cerca de 50 mil estrangeiros que vivem de maneira irregular em solo brasileiro. A decisão vai em sentido oposto ao endurecimento que marca a política de imigração de países ricos. O caso mais recente e deplorável é o da Itália, que tem no primeiro-ministro Silvio Berlusconi um incentivador do racismo, como atestam suas estapafúrdias declarações -a mais recente delas, durante as eleições regionais realizadas no mês passado, lamentando que Milão parecesse "uma cidade africana". É verdade que no Brasil o cenário difere daquele que se observa no mundo economicamente mais avançado.
Não me diga! Quer dizer que o Brasil não faz parte do primeiro mundo ainda? Que tremenda decepção. Logo esse Brasil que mora dentro do meu coração e que vai ser o tema de filme.
Embora seja em sua história um país aberto a fluxos migratórios, entre nós a presença de estrangeiros caiu nos últimos dez anos - ao passo que aumenta a saída de cidadãos para o exterior, o Brasil… ah, o Brasil! Que terra linda! Que país lindo!
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