Ciro decide em março


O tempo para a decisão do deputado federal Ciro Gomes (PSB) sobre se é candidato ou não à Presidência da República, este ano, foi definido no encontro dele com o presidente Lula, em setembro do ano passado, do qual participou, também, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), além dos presidentes nacionais do PSB e do PT.

Naquela oportunidade em que ficou acertado que Ciro mudaria o seu domicílio eleitoral para o Estado de São Paulo, como de fato aconteceu, no momento oportuno para lhe permitir, em querendo, ser candidato ao Governo daquela unidade federativa, um novo encontro foi agendado para o início do próximo mês de março, quando uma avaliação mais percusciente sobre a disputa presidencial deste ano seria feita.

Ainda hoje insistem, o deputado Ciro e o governador Cid Gomes, que dois candidatos a presidente da base de apoio ao presidente Lula garantirão a realização de um segundo turno, o que poderá não se dar com a existência de apenas um postulante, no caso a ministra Dilma Rousseff.

Férias

O noticiário sobre o interesse de lideranças petistas de antecipação desse desfecho não preocupa ao deputado Ciro Gomes, que desde a última segunda-feira à noite está em Fortaleza, depois de um período de férias na Europa. Os correligionários do deputado cearense só têm como certo é de que ele não será candidato ao Governo do Estado de São Paulo.

O governador Cid Gomes, partícipe do encontro de setembro pretérito, continua defendendo a tese discutida naquela oportunidade que a candidatura de Ciro só fortalece a tese do segundo turno na disputa presidencial. Ele e seus correligionários querem analisar outras pesquisas, que ainda deverão ser feitas até março próximo, para permitir uma melhor avaliação sobre a tese defendida pelo próprio presidente Lula de que todos os aliados deveriam estar com Dilma, para que a eleição fosse de fato plebiscitária.

Implicações

Uma definição agora sobre a participação de Ciro Gomes nas eleições nacionais de outubro próximo gera uma série de implicações, não apenas para o PSB nacional, mas sobretudo para o quadro local que, até agora, tem sido contido pelo governador Cid Gomes.

A finalização dos entendimentos que aconteceram sobre a sucessão estadual aguarda o desfecho da participação do deputado federal cearense no pleito nacional. Uma possível desistência de Ciro de disputar o cargo de presidente, não apenas por força de um acordo que será feito em Brasília, mas também por sua disposição de aqui estar mais presente, fortalecerá ainda mais o governador Cid na formação de sua chapa majoritária, incluindo, óbvio, as duas vagas do Senado Federal.

Diz o governador Cid Gomes a correligionários que é explícita a demonstração de apreço do presidente Lula ao deputado Ciro Gomes. A conversa final em março, pelo que se deduz da observação do governador do Ceará, qualquer que seja a conclusão, não afetará a relação existente entre eles, até pelo fato de que, sendo candidato ao lugar hoje ocupado pelo presidente Lula, Ciro continuará aliado e terá como seu principal adversário o nome que for apontado pela oposição, pois sua bandeira será a defesa da continuidade do Governo.


Edison Silva
Editor de Política

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