Em entrevista exclusiva concedida ao Estado nesta quinta-feira, 18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ter escolhido Dilma Rousseff como candidata presidencial para apenas um mandato, com o objetivo de voltar ao poder em 2014. “Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio”, afirmou Lula. “Todo político que tentou eleger alguém manipulado quebrou a cara.” A entrevista, que poderá ser lida na íntegra na edição desta sexta-feira, 19, do Estadão, foi concedida aos jornalistas Vera Rosa, Tânia Monteiro, João Bosco Rabello, Rui Nogueira e Ricardo Gandour.
Para o presidente, a eventual gestão Dilma não será mais à esquerda do que seu governo, mas afirmou que a ministra terá “o ritmo dela, o estilo dela”. O presidente avaliou que as diretrizes do programa petista podem ser mais “progressistas”: “O partido, muitas vezes, defende princípios e coisas que o governo não pode defender”.
Ao longo da entrevista, o presidente mostrou bom humor, quando questionado sobre a presença do Estado na economia: "O único Estado forte que eu quero é o Estadão". E acrescentou: "O governo tem dois papeis, e a crise reforçou a descoberta deste papel. O governo tem, de um lado, de ser o regulador e o fiscalizador; do outro lado, tem de ser o indutor, o provocador do investimento, aquele que discute com o empresário e pergunta por que ele não investe em tal setor".
Segundo o presidente, o Estado deve se fazer presente na economia para ter "poder de barganha": "Se a gente não tiver uma empresa que tenha cacife de dizer 'se vocês não forem, eu vou', a gente fica refém das manipulações das poucas empresas que querem disputar o mercado. Então, nós queremos uma Eletrobrás forte, para construir parceria com outras empresas. Não queremos ser donos de nada".
O presidente respondeu com números às críticas da oposição sobre inchaço da máquina pública. "A cada 100 mil habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. O governo de São Paulo tem 31 cargos por 100 mil habitantes", cutucou, em referência à administração do governador e presidenciável tucano, José Serra.
Comentário de Luis Nassif:
Comentário de Luis Nassif:
É uma peça de sabedoria política surpreendente, uma aula de Brasil inédita. Não se trata mais apenas do grande intuitivo. A intuição se manifesta no momento de tomar decisões centrais. Mas, sem visão de conjunto, não há intuição que resolva.
Aqui, se mostra a razão do sucesso do governo Lula: um conhecimento de país que não está presente na Academia, menos ainda na mídia, menos ainda no quadro partidário. Mas visão sistêmica, complexa.
Os apedeutas da política se chocarão com a objetividade das análises. Não têm firulas, tão ao agrado do vazio pomposo que, quase 200 anos depois da Independência, tanto impressiona certa pseudo-intelectualidade vazia. É na bucha. Como era, aliás, a visão de Fernando Collor – analisando momentos e circunstâncias diversas.
É tudo na lata mas, surpreendentemente, criando um quadro analítico inédito, uma compreensão de país, de desenvolvimento, do embricamento da política com a economia que FHC jamais conseguiu entender.
LULA SEMPRE ME SURPREENDEU POR ESSA SUA CAPACIDADE DE TRADUZIR OS NÚMEROS.
ResponderExcluirLula impressiona.
Lula funciona.
Lula ensino.
Lula dá aula:
Em FHC
No Zé Alagão
E no PIG
Lula é gênio.
Lula é Povo.
Lula é a excência do povo brasileiro.
Lula vai findar matando o FHC...
de inveja.