Margareth Thatcher se propôs a fazer um governo neoliberal no Reino Unido e, mesmo eu sendo contra o neoliberalismo, sou obrigado a admitir que ela foi bem sucedida. Para citar um exemplo oposto, Boris Yeltsin na Rússia decpcionou nas reformas que se propôs a fazer, pois não geraram os resultados esperados.
FHC também não conseguiu fazer um governo bem sucedido dentro do que se propôs.
FHC alegava que vender a Vale e as Teles iria diminuir a dívida, mas a dívida aumentou a ponto de precisar do FMI para não cair em situação de moratória técnica. Disse que livrando o estado dos "elefantes" estatais sobraria mais dinheiro para Educação, Saúde e Segurança Pública, mas não vimos isso acontecer em seu governo. Dizia que a iniciativa privada teria uma capacidade maior de investimento, mas o setor elétrico sofreu um colapso. O setor ferroviário privatizado também precisou ser socorrido para não falir. Os pedágios onerosos impactaram no custo Brasil, no frete. As telecomunicações não acompanharam a queda de tarifas internacionais, e banda larga privada é artigo de luxo, não universalizado. É isso que pesa contra o governo FHC, por mais que ele apresente seus números que julga favorecê-lo.
A tese da continuidade de governos é fraca, porque governar bem não é necessariamente inovar. É conseguir administrar bem o que existe e produzir bons resultados. O povo vota na oposição justamente quando quer que algo que deveria estar funcionando no governo em curso não funciona, e cabe à oposição eleita fazer aquilo funcionar, pouco importa a fórmula.
Se um general é o primeiro a usar uma tática de guerra, mas sua atuação leva a uma derrota, e outro general vem depois e refaz a mesma tática e leva a vitória, é sempre o vitorioso quem terá o mérito da glória.
E olha que, no governo Lula, em muitas políticas houve inflexão, portanto é irreal falar só em continuidade.
Duarte
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