Os programas habitacionais voltados para o público de baixa renda aliados à manutenção da taxa básica de juros e ao crescimento do crédito imobiliário são os motores do segmento em todo o Brasil e também no Ceará, segundo levantamento apresentado ontem à imprensa por membros do Sindicato da Habitação (Secovi-CE).
"Estamos numa curva ascendente de vendas desde 2005 e ela vai permanecer crescente, à despeito de qualquer coisa, porque temos demanda para os próximos dez anos", avaliou o presidente do Secovi-CE, Sérgio Porto. Ele admite que a bolha imobiliária norte-americana acabou dando um pequeno freio nos negócios em 2009 - tanto que o incremento anual de vendas saiu de 38%, entre 2007 e 2008, para os 12,20% do exercício passado sobre o anterior. Mas a recuperação chegou a tempo.
"Essa redução no crescimento decorre mais da saída dos agentes de crédito privado do mercado, em receio à crise americana, do que algum efeito propriamente dito da crise aqui no Brasil", explicou Porto. O levantamento do Secovi-CE, apresentado também aos empresários do setor, dá conta da comercialização de 5.791 unidades imobiliárias ao longo de em 2009 - 10% a mais do que as 5.264 negociadas no ano anterior.
O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) - que a venda sobre a oferta - saiu de 8,19 %, em 2007, para 7,78 %, no ano seguinte, e 9,16 %, em 2009. Isto significa que, para cada 100 unidades lançadas, foram comercializadas, em média nove delas, no ano passado. "À medida em que chegam novos empreendimentos ao mercado, a velocidade de venda aumenta porque eles estão mais adequados em termos de preço, características, localização, entre outros", argumenta Porto.
Menos lançamentos
Ainda conforme o levantamento, o número de unidades lançadas caiu 17,7% passando de 6.835, em 2008, para 5.622, no ano passado. "O resultado seria melhor não fosse as péssimas notícias sobre a crise, que nem pegou o Brasil", pondera o presidente do Secovi-CE. A boa notícia é que o preço médio do metro quadrado na Grande Fortaleza caiu 3,35%, saindo de R$ 3.044,37, em 2008, para R$ 2.942,48, em 2009.
SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER
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