No The Guardian, a dignidade que falta à midia aqui
O jornal inglês The Guardian (aqui, o original, em inglês) mostra hoje como é sabuja a grande imprensa brasileira, atrás de seu palavrório. Duvido que qualquer jornal brasileiro tenha tido a altivez de escrever, com todas as letras, o que diz um dos mais importantes jornais da Inglaterra:
“a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso.”
“A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha.”
O Wall Stret Journal, mesmo sendo um dos maiores defensores do império, reconhece:
“”O duplo constrangimento é que os EUA incentivaram a diplomacia de Lula como uma maneira de angariar apoio para uma resolução de sanções na ONU. Em vez disso, Lula usou a abertura para triangular sua própria solução diplomática. Assim, em vez de EUA e Europa colocarem o Irã contra a parede, foi Ahmadinejad quem colocou Obama no canto.”
O jornal dos “falcões” incita abertamente à guerra: “”Israel terá de considerar seriamente suas opções militares. Tal confrontação é muito mais provável hoje graças ao presidente americano, cujo principal sucesso diplomático foi convencer os vilões de que lhe falta determinação para conter suas ambições destrutivas.”
Está claríssimo. Quem quer a escalada do impasse e das sanções não quer outra coisa senão a guerra.
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