A presidente Dilma Rousseff considera ruim para o Brasil o fato de o País estar na reunião do G-20, em Seul, com o título de detentor da moeda mais valorizada do grupo dos países mais ricos.
"Isso não é bom para o Brasil. Vamos ter de olhar cuidadosamente, tomar todas as medidas possíveis", afirmou ela.
"Se eu tivesse as medidas, não diria aqui", afirmou a presidente, durante entrevista no hotel em Seul, cerca de duas horas depois de se encontrar com o presidente Lula.
Dilma revelou que, ao contrário do presidente Lula, que foi à reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, assim que tomou posse, em 2003, ela não vai à próxima reunião do fórum, prevista para janeiro.
Ela também disse que não pretende fazer um giro internacional, para se apresentar. Talvez, vá a um ou outro lugar, afirmou.
Dilma ainda comentou ter sido eleita pela revista Forbes a 16.ª pessoa mais importante do mundo, recusando o título de atração do G-20.
"Olha, eu acho que atração é presidente no exercício do cargo. Presidente eleita não é atração, é notícia só."
Dilma disse que o problema do dólar fraco é grave. Porém não adiantou o que fará para enfrentar a situação além das medidas que já vêm sendo tomadas pelo governo brasileiro, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as aplicações no País provenientes do exterior.
"Acho que há uma questão que é grave para o mundo inteiro. Até o Alan Greenspan está falando isso. Mas essa é uma questão que sempre causou problema, porque a política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias."
Para Dilma, a desvalorização do dólar cria um protecionismo camuflado. Quanto à sugestão encampada pelo Brasil, de substituir o dólar por uma cesta de outras moedas, Dilma disse que é mais uma posição entre as várias que surgiram sobre o assunto. O melhor, para ela, seria não haver desvalorização do dólar.
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