Faces vergonhosas deste nosso amado Brasil tão desigual...
Os brasileiros toleramos a tortura desde o tempo em que era ela sistematicamente aplicada aos escravos. Depois aos pobres, aos presos, às prostitutas. Somente nos espantamos, durante a ditadura militar, quando começaram a maltratar gente da classe média.
Chegaram a assassinar Rubem Paiva, engenheiro, homem de posses e Wladimir Herzog, jornalista de prestígio em S. Paulo. Aí, todo o mundo se levantou contra as atrocidades cometidas nas prisões militares daquele tempo. As de origem política. O tratamento aos pretos de classes pobres não sofreu alteração.
Apertar o preso
Recordo que, em tempos de solteiro, denunciei uma secretária doméstica que se apoderara de um restante de dólares que sobrara de viagem à Europa. Isto e mais alguma coisa. Recebi indagação de policial se devia apertar a moça para que ela "confessasse". Disse-lhe que não. Não admitia, sequer, que ele me fizesse tal consulta. Graças a Deus, não tenho, na consciência, culpa de tal crime.
Punição à tortura
Só posso bater palmas para esta ministra de Estado que cogita de propor ao Congresso a punição de torturadores que maltratam presos em cadeias e penitenciárias. Pensei que isto tinha acabado, pelo menos em Brasília.
Quando fui a uma delegacia de Polícia, aqui no Plano Piloto, registrar ocorrência policial sobre a clonagem de meus cheques, emitidos contra o Banco do Brasil, encontrei ambiente asséptico e atendimento civilizado. Aí, me disseram que todo o pessoal da Polícia Civil da Capital da República possuía diploma de curso superior e salário correspondente.
Depois, com tristeza, ouvi e vi, na televisão, relato de um cidadão pobre, preso por engano como ladrão, que no cárcere fora brutalmente maltratado, chegando a afetar definitivamente sua saúde. Aí, vi que o vício da senzala de castigar escravos continua a ser triste realidade até na Capital do País.
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