Relações perigosas
Bastante esclarecedor o conteúdo de um dos telegramas mais polêmicos revelados pelo Wikileaks até agora, que mostra como o então candidato a presidente José Serra (PSDB) operou junto a certos membros da imprensa durante as eleições de 2010. E também sobre como jornalistas de veículos notórios por sua oposição ferrenha ao PT se prestam ao papel de correia de transmissão entre o tucanato e o Departamento de Estado norte-americano, compartilhando informações diretas do candidato da oposição e suas previsões sobre o desfecho das eleições brasileiras.
O plantio de informações favoráveis a sua candidatura por parte de Serra em colunas tradicionais de jornais brasileiros é desnudada no diálogo entre os profissionais e o cônsul norte-americano no Rio. Em um dos contatos de um jornalista com o consulado, em janeiro de 2010, o colunista revela que almoçou com Serra e que o candidato disse que Marina Silva (PV) seria sua “companheira de chapa dos sonhos”. Os motivos, de acordo com o que teria dito o tucano, seriam agregar apoio de parte do eleitorado de esquerda, ganhar a simpatia dos pobres e descolar sua imagem da do governo de Fernando Henrique Cardoso.
São exatamente os mesmos argumentos que o colunista publicou a título de análise pessoal em seu espaço em uma revista semanal de grande circulação, na mesma época: o texto foi ditado por Serra, em clara exaltação à possibilidade de que uma “chapa cabocla” fosse capaz de bater o PT nas urnas.
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