[...] Para quem se pretende líder político ou referência de país, FHC tem dois problemas básicos: não gosta nem de povo nem do país.
Não se trata de mera afirmação retórica.
Uma das características marcantes dos grandes Estadistas é a de identificar o interesse nacional no seu discurso, passar essa impressão ao grande público, seja defendendo teses neoliberais ou bandeiras sociais.
Em relação a povo e Nação FHC é de uma insensibilidade que não vi em nenhum outro governante brasileiro. Acompanhei seu início, a volta do exílio, a ansiedade em ser aceito pela elite econômica paulista. Não perdeu esse vezo nem depois de se transformar no porta-voz exclusivo do empresariado mais superficial.
Os militares não demonstravam nenhuma sensibilidade social, mas defendiam bandeiras de país. A muitos populistas faltavam projetos de país, mas empunhavam bandeiras sociais.
é a geleira, o frígido para temas nacionais e sociais. E é um tolo ao levantar discussões públicas dessa maneira, nas quais prevalece apenas o sentimento de tomada de poder: o que devemos fazer com o povo para reconquistar o poder. Caraca! Esse tipo de elucubração se faz a portas fechadas, em locais reservados, onde pode prevalecer o discurso da realpolitik, as estratégias de tomadas de poder, os acertos com grupos influentes.
No discurso público o que vale é a retórica do interesse público – mesmo que ele próprio não acredite nisso. O que vale é o lema que conquiste públicos amplos, o discurso da salvação nacional, da construção do futuro, as palavras de ordem que são facilmente assimiladas pelos discursos do governador, do prefeito, do vereador, homogeneizando a fala e ajudando a construir na prática o caminho político.
Mas FHC é pretensioso demais, vaidoso demais para entender essas nuances do discurso público, no qual o simples é o sofisticado, superficial demais para prever o futuro e prolixo demais para sintetizar as bandeiras.
Prefere assimilar ideias de terceiros, revesti-las com um linguajar sociológico oco e ocupar páginas de jornais que se desacostumaram com discussões mais aprofundadas. Jornais, aliás, que ajudaram a consolidar essa visão insuportavelmente elitista que matou todas as bandeiras sociais do velho PSDB.
Não é à toa que os políticos do PSDB que estão com a mão na massa reagiram com ceticismo total às suas tertúlias sociológicas.
Bom, eu achei que não tinha entendido o que havia lido nos blogs, inclusive aqui. Mas por este comentário seu percebi que havia entendido, então posso dizer minha opinião sem medo de estar equivocado a respeito das últimas declarações: FHC é medíocre. Os que criticavam a ideologia petista agora se encontram sem ideologia alguma, ainda que a ideologia deles sempre tenha sido: "Nasceu pobre? Morra pobre!"
ResponderExcluirÉ isso ai, hehehe, para o PT é uma beleza isso. Tomara que seja bom para implodir logo esta oposicão de vez !! Quem sabe não apareça outra melhor, para fiscalizar o governo, cobrar providências. Mas cobranças claras, para o bem do País.
ResponderExcluirAo que parece, FHC não poderia dar melhor recibo à estratégia de Lula. O sociólogo fazendo exatamente o que o torneiro mecânico quer que ele faça quando o empurra para a direita.
ResponderExcluirMas ainda assim acho que nem o Lula acreditou que esse mentecapto do FHC poderia ter escrito tamanho absurdo, baseado exclusivamente na tomada de poder. É estarrecedor.
O "caraca!" é uma expressão deveras leve para transmitir a exata perplexidade do texto.
Mas o que mais me chamou à atenção no texto de FHC foi a locução "massa desinformada". O que devemos entender por isso? A classe média alienada de São Paulo, que ainda acredita no que um dia foi o PSDB? Estes sim são desinformados.
A direita brasileira com menos de 8% da população brasileira vai ter que inventar outro partido] Que 8% tão grande é esse que os petistas tiveram que apelar para tudo quando foi sujo na campanha, alguns ajudaram apenas com medo de devassa nos empréstimos do BNDES, e mesmo assim ainda teve segundo turno. Seria sonhinha a mais espetacular blogueira da atualidade?
ResponderExcluirDemocracia para eles quer dizer, as coisas boas da nação eles privatizam e as coisas ruins privadas eles nacionalizam. Esse é o mote da dessa elite!
ResponderExcluirDemocracia é ótimo. Ruim é o povo.
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