- “A Rede Cegonha é no bojo da concepção de mulher-mala [mãe e filho no mesmo cestinho], antiga, antiga”, chia a médica e escritora Fátima Oliveira, que está nessa luta há mais de 30 anos.
- A doutora Fátima é do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e do Conselho Consultivo da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC). De 2002 a 2006, foi secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde. Em outubro do ano passado, ela já havia manifestado essa preocupação no artigo Algumas ausências que foram paradigmáticas no debate eleitoral: “Numa olhada de relance nos discursos das campanhas à Presidência, a concepção de mulher-mala foi o tom das propostas para a ’saúde feminina’. Foi de amargar… Ai, meus sais!”.
- “As cegonhas vão parir…tudo está resolvido! ”, ironiza a farmacêutica Clair Castilhos, professora do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que, seguida, desabafa. “É profundamente doloroso que tenhamos que criticar a formulação e implantação de um programa do Ministério da Saúde voltado para nós mulheres. E o mais irônico e melancólico é que isto aconteça precisamente no momento em que temos um governo presidido por uma mulher com valorosa e digna trajetória política.”
- “O conceito trazido pela Rede Cegonha é um retrocesso nas políticas com enfoque de gênero, saúde integral da mulher e direitos reprodutivos e sexuais”, alerta a cientista social Telia Negrão, secretária-executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e diretora da RSMLAC, em entrevista exclusiva ao Viomundo.
- “A ideia da Rede Cegonha desumaniza o evento reprodutivo, quando retira das mulheres o papel de trazedoras dos filhos ao mundo”, critica Telia. “Em consequência, elas deixam também de ser detentoras dos direitos reprodutivos. Adetentora será a cegonha.”
- “A cegonha é um pássaro que nem pertence à nossa fauna, é europeu. Tudo vem prontinho, numa fraldinha, negando que a gestação é um processo humano, social, de nove meses vivido por mulheres”, desaprova... É um discurso muito antigo, mitificador, mentiroso, que não engana nem criancinha. Nem os bebês aceitam mais a velha cegonha. As crianças já sabem que o bebê vem da barriga da mãe.” Telia.
Grandes abóboras
Leia abaixo algumas besteiras [ minha opinião] ditas por militantes do movimento feminista sobre o projeto Rede Cegonha:
Acho uma grande bobagem esta briga pela terminologia, feminismo é tão imbecil quanto o machismo...
ResponderExcluir"Portanto, essa ideia da Rede Cegonha desumaniza o evento reprodutivo, quando retira das mulheres o papel de trazedoras dos filhos ao mundo. E ao retirar as mulheres como sujeito do evento reprodutivo, elas deixam de ser também detentoras dos direitos reprodutivos. A detentora será a cegonha." Han?
Esta senhora perdeu a oportunidade de ouro de ser inteligente e manter-se calada!
Tem gente aí fazendo tempestade em copo d'água. Fala-se que "as mulheres" não foram "ouvidas". Mas "quais mulheres"? Sinto muito, mas o Brasil é um país conservador, de maioria católica e, sim, a CNBB exerce influência sobre a vida e opinião dessas pessoas. Se "as mulheres" não foram ouvidas, parece-me que, sim, "algumas mulheres" foram é contrariadas. Mas é parte do jogo democrático. Ganham-se umas, perdem-se outras. Direto ao ponto: não gostei do artigo. Também discordo de muita coisa do governo Dilma, mas também pegar qualquer picuinha como "a cegonha é um pássaro europeu" tenha sido, talvez, tão reducionista quanto o que dizem ser o "rede cegonha".
ResponderExcluirMas que doidice é essa dessas feministas? Haja saco! Pêru amor de Deus, gente. O programa mal começou e vocês estão implicando com o nome? Vai te catar!
ResponderExcluirNão se consegue entender nenhuma das críticas levantadas pela articulista, salvo que se mostra despeitada pelo Poder Público incomodar-se em oferecer apoio à maternidade. Assim fazendo, segundo a articulista e as entrevistadas, o Estado acaba por negar a famigerada saúde integral da mulher, o que inclui os igualmente femigeradosa direitos reprtodutivos, que é apenas uma expressão pomposa para abrigar o suposto sacrossanto direito que as melheres devem ter de decidir, sozinhas, quem tem e quem não tem direito de nascer. Bando de canalhas !!! Eu, como homem, também reivindico meu direito reprodutivo que inclui a minha prerrogativa de só pagar pensão alimentícia aos filhos que EU julgar que têm o direito de nascver. Estamos entendidos ???
ResponderExcluirNão sou conservadora, sou a favor do direito de escolha das mulheres quanto ao aborto, mas não concordo nem um pouco com o artigo. Infelizmente o aborto ainda é proibido no nosso país, portanto não se pode esperar q a presidência faça uma política pública que o apóie no momento político e social atual! A promesso de campanha da Dilma foi melhorar o atendimento às grávidas e aos bebês, e é isso que ela está fazendo. Querer incluir qualquer coisa relacionada ao aborto nesse programa é irreal! Se ele conseguir diminuir o número de mulheres maltratadas durante o parto no país (1 em cada 4 pelas estatíticas, um absurdo) já será um grande avanço! Um passo de cada vez, companheiras!
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