da Coluna de Cesar Maia na Folha de São Paulo
1. As redes políticas não são uma novidade. Há as tradicionais, como jornais partidários, mala direta etc. Nos últimos anos, surgiram as redes na internet, primeiro as de e-mail. A diferença entre as redes tradicionais e as da internet é que as primeiras são unilaterais: o emissor é ativo e o receptor, passivo. Já as redes na internet criam um espaço interativo em que todos são potenciais produtores de conteúdo. Os políticos e suas "newsletters" usam a mesma lógica das redes tradicionais. A internet apenas facilita. Com as redes sociais interativas -como Facebook, Orkut, Twitter- o uso tradicional de uma "newsletter" torna-se obsoleto.
2. Há, nas redes sociais, uma doce ilusão. A "audiência" de todos os instrumentos na internet é maior que a soma da audiência/circulação de todos os meios de comunicação. Só que os meios de comunicação relevantes são poucos e alcançam (unilateralmente) milhões de pessoas. Por mais força interativa que tenham, continuam unilaterais. A internet gera uma multidão de emissores que alcançam uma outra multidão, de receptores interativos. O impacto da internet é, assim, um jogo em que só alguns dos seus milhões de impulsos têm o impacto de mobilizar multidões. E há que praticar esse jogo cotidianamente.
3. Para aquele que está na web, todo dia é de eleição e as campanhas não o mobilizam mais. Quem entra na rede só nos pleitos falará para quem só se preocupa com política durante o período eleitoral. Em 2010, no dia seguinte à eleição, os candidatos presidenciais desativaram as redes que criaram em função da campanha. Uma frustração para quem imaginava que interagia pra valer. A internet potencializa a comunicação dos indivíduos. Mobilizar multidões é eventual, como ocorreu no norte da África e na Espanha, estimulados pela crise, e na Itália, com os plebiscitos.
4. As organizações virtuais não fazem parte da sociedade civil organizada como a entendemos. No jogo da internet, o que mobiliza é o contato com o internauta invisível. É ele que interage, repassa, critica. Os "famosos" na internet pouco ou nada interagem. Sentem-se produtores unilaterais de conteúdo. Falam e não ouvem nada. São surdos. As organizações virtuais são bem mais ativas nas denúncias e protestos. Mas as ações propositivas exigem, em alguma proporção, o contato físico direto.
5. E, finalmente, um fato novo: a eterna disjuntiva entre democracia representativa e direta está superada. A democracia direta eletrônica rompe, com seletividade, tal disjuntiva. Os políticos que não despertam o interesse dos eleitores para acessá-los, ou os políticos que não usam a internet, estão fora da democracia direta eletrônica. Mas não podem reclamar. Problema deles.
2. Há, nas redes sociais, uma doce ilusão. A "audiência" de todos os instrumentos na internet é maior que a soma da audiência/circulação de todos os meios de comunicação. Só que os meios de comunicação relevantes são poucos e alcançam (unilateralmente) milhões de pessoas. Por mais força interativa que tenham, continuam unilaterais. A internet gera uma multidão de emissores que alcançam uma outra multidão, de receptores interativos. O impacto da internet é, assim, um jogo em que só alguns dos seus milhões de impulsos têm o impacto de mobilizar multidões. E há que praticar esse jogo cotidianamente.
3. Para aquele que está na web, todo dia é de eleição e as campanhas não o mobilizam mais. Quem entra na rede só nos pleitos falará para quem só se preocupa com política durante o período eleitoral. Em 2010, no dia seguinte à eleição, os candidatos presidenciais desativaram as redes que criaram em função da campanha. Uma frustração para quem imaginava que interagia pra valer. A internet potencializa a comunicação dos indivíduos. Mobilizar multidões é eventual, como ocorreu no norte da África e na Espanha, estimulados pela crise, e na Itália, com os plebiscitos.
4. As organizações virtuais não fazem parte da sociedade civil organizada como a entendemos. No jogo da internet, o que mobiliza é o contato com o internauta invisível. É ele que interage, repassa, critica. Os "famosos" na internet pouco ou nada interagem. Sentem-se produtores unilaterais de conteúdo. Falam e não ouvem nada. São surdos. As organizações virtuais são bem mais ativas nas denúncias e protestos. Mas as ações propositivas exigem, em alguma proporção, o contato físico direto.
5. E, finalmente, um fato novo: a eterna disjuntiva entre democracia representativa e direta está superada. A democracia direta eletrônica rompe, com seletividade, tal disjuntiva. Os políticos que não despertam o interesse dos eleitores para acessá-los, ou os políticos que não usam a internet, estão fora da democracia direta eletrônica. Mas não podem reclamar. Problema deles.
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