Por Kate Kelland e Deena Beasley
O número de adultos com diabetes mais do que dobrou no mundo todo desde 1980, passando a 347 milhões de pessoas, um número muito maior do que se pensava anteriormente e também um indício de que os custos para o tratamento da doença vão subir muito.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela publicação científica The Lancet, uma equipe de pesquisadores internacionais trabalhando com a Organização Mundial de Saúde (OMS) descobriu que as taxas de diabetes aumentaram ou, no mínimo, permaneceram na mesma praticamente em todas as partes do mundo nos últimos 30 anos.
O número estimado de diabéticos é marcantemente maior do que as projeções, segundo as quais seriam 285 milhões em todo o planeta. O estudo constatou que há 347 milhões de diabéticos no mundo, dos quais 138 milhões vivem na China e Índia e outros 36 milhões nos Estados Unidos e Rússia.
A diabetes mais comum, a do tipo 2, é fortemente associada à obesidade e vida sedentária.
"A diabetes está ficando mais comum em quase toda a parte do mundo", disse Majid Ezzati, do Imperial College London, na Grã-Bretanha, que liderou a pesquisa em parceria com Goodarz Danaei, da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos.
"Se não desenvolvermos programas melhores para identificar pessoas com taxas elevadas de açúcar no sangue e ajudá-las a melhorar sua dieta, atividade física e controle de peso, a diabetes vai inevitavelmente continuar a representar um grande fardo para os sistemas de saúde de todo o mundo", acrescentou Danaei, em um comunicado conjunto.
As pessoas com diabetes têm controle inadequado de açúcar no sangue, o que pode provocar graves complicações como doenças cardíacas e derrames, danos aos rins e nervos e cegueira.
Especialistas dizem que taxas elevadas de glicose no sangue causam cerca de 3 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, cifra que continuará a crescer à medida que aumentar a quantidade de pessoas com a doença.
O número de diabéticos se expandiu dramaticamente nas nações-ilha do Pacífico, que atualmente têm a maior proporção de pessoas com a doença. O estudo descobriu que nas Ilhas Marshall um terço de todas as mulheres e um quarto dos homens têm diabetes.
Entre os países ricos, a expansão foi maior na América do Norte e relativamente pequena na Europa Ocidental. Os níveis mais elevados de glicose e de diabetes estão nos Estados Unidos, Groenlândia (território da Dinamarca), Malta, Nova Zelândia e Espanha. Os mais baixos são os da Holanda, Áustria e França.
A região com os menores níveis de glicose é a África subsaariana, seguida do leste e sudeste da Ásia.
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