Você já pensou algum dia no poder da verdade? Ou você pensa que a verdade chega sempre tarde, quando a injustiça já se consumou?
Quando foi coroado rei da Pérsia, Dario mandou dar uma grande festa para todos os seus súditos, espalhados em cento e vinte e sete províncias.
Terminada a festa, adormeceu, mas foi despertado pelas vozes alteradas de três rapazes que discutiam acerca do que seria a coisa mais forte do Mundo.
Em vez de admoestá-los, ficou a escutá-los.
Decidiram que cada um escreveria uma frase dizendo o que era a coisa mais forte e colocariam os papéis debaixo do travesseiro do rei. Pela manhã, o rei e os príncipes da Pérsia julgariam qual a opção mais sábia.
No dia seguinte, na sala dos julgamentos, leu-se a primeira frase: "O vinho é o mais forte."
Aquele que escrevera a frase, considerou que o vinho tem muita força. Tanta que pode transformar em tolos os homens mais grandiosos.
O rei poderoso e a criança ignorante se igualam sob sua força. Coloca nuvens na memória e torna discussões sem valor porque tudo cai mesmo no esquecimento.
A segunda frase dizia: "O rei é o mais forte."
A justificativa do autor foi de que o rei tudo manda e é obedecido. Envia soldados à guerra, condena pessoas à morte ou lhes concede o perdão.
Todos os súditos o obedecem e ele faz o que lhe agrada. É apenas um homem, mas por ele os soldados cruzam montanhas, derrubam muralhas, atacam torres e depois de conquistado o país, trazem os frutos para ele.
A terceira frase afirmava: "Acima de tudo, a verdade prevalecerá."
O jovem que a escreveu falou: "A verdade é mais forte que todas as coisas.
O rei pode ser perverso, o vinho é perverso. Os homens podem ser maus. Todos eles perecerão. Mas a verdade é eterna.
É sempre forte. Nunca morre. Tampouco é derrotada. Faz o que é justo. Não pode ser corrompida.
Não necessita do respeito das pessoas para existir. É grandiosa e soberana sobre todas as coisas."
E Dario julgou que o terceiro jovem era o mais sábio, dizendo-lhe que pedisse o que quisesse.
O jovem era um judeu e lembrou ao rei que ele deveria cumprir a promessa de reconstruir Jerusalém.
Que ele deveria reconstruir o Templo, conforme compromisso assumido no dia em que subiu ao trono.
E o rei da Pérsia cumpriu a promessa.
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