2. Um dos equívocos sobre o ex-presidente Lula é que ele não tinha nível superior. Esse tipo de interpretação supõe que nível superior exige diploma formal depois de 4 ou 5 anos numa faculdade. Certamente não é assim. Alguém que -independente de diploma- estude, aprenda e exercite um tema de nível universitário, dependendo de sua capacidade de assimilação, terá nível universitário.
3. Nesse sentido, Lula tem nível universitário em Técnicas de Negociação. Além da prática no movimento sindical, num momento crítico, o que concentrava no tempo sua prática de negociação, essa prática, em função daquele momento, se estendeu para fora do sindicalismo, agregando proximidade e negociação nas esferas política e social.
4. Se não bastasse, levado pelas mãos do secretário de relações internacionais do PT na época, Marco Aurélio Garcia, Lula frequentou seminários, cursos e imersões sobre Técnicas contemporâneas de Negociação e noções de política internacional, especialmente na Europa a partir do SPD-Alemanha. Efetivamente, Lula tem nível superior e pós-superior de Técnicas de Negociação. A elas agrega o tipo de informalidade própria das negociações sindicais.
5. Lenin, em "O Que Fazer" (1902), afirmava que um líder sindical, habituado a informalidade e a concentração nas questões que envolvem interesses, econômico e negocial, não poderia ser um dirigente do partido sem passar por uma transformação. E dizia que os dirigentes do partido tinham que ser políticos profissionais preparados para isso.
6. Essa análise de Lenin explica as diferenças entre Lula e Dilma (e sua equipe). Explica por que tantas informalidades e interesses negociais conviviam com Lula no governo. De um lado, um dirigente sindical expert em Técnicas de Negociação. Do outro, a rigidez do comando em base ao centralismo..., democrático de Lenin.
7. Se as informalidades transferem os problemas éticos ao governo seguinte, por outro lado, a ausência de expertise em Técnicas de Negociação, vis a vis o governo e o estilo do governo anterior, cria um nó cego nas relações de Dilma com os segmentos político, sindicais, empresariais, e externos. Para ter o nível superior de Lula em Técnicas de Negociação seriam necessários uns 20 anos de prática e teoria. A comparação será -já é- inevitável.
8. Aliás, as empresas que contratam Lula para falar o óbvio otimista sobre o país deveriam contratá-lo para falar sobre sua experiência em Negociação. Certamente seria muito melhor do que chamar líderes esportivos para tratar do tema mesclado a trabalho em equipe, como se tem feito. E valeria a pena gastar o dinheiro que tem gasto.
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