Influência das mães
Ainda não se deu a devida importância à influencia das mães e suas lições de higiene na história do mundo moderno.
Passamos a infância ouvindo que não havia nada mais sujo do que dinheiro. Depois de tocar uma nota que andara por mãos desconhecidas acumulando micróbios se deveria ir correndo lavar as nossas. Botar a mão na boca depois de tocar em dinheiro e antes de lavá-la era morte certa.
O resultado é que o dinheiro está em vias de extinção. Foi substituído pelo cartão de crédito, cuja principal vantagem é que, sendo de plástico e pessoal, circula menos pelo terrível mundo das bactérias e dos dedos que ninguém sabe onde andaram (grande terror das mães).
E estamos chegando ao ideal que nenhuma mãe previu, nem nos seus sonhos mais antissépticos: o dinheiro transformado em impulso eletrônico. O dinheiro que cruza o éter de computador a computador, sem jamais ser tocado pelo maior inimigo do homem, ou do filho, que é a mão dos outros.
Outra grande ameaça de contágio era corrimão de escada. Saíamos de casa com ordens expressas de não tocar em corrimão de escada. Entre rolar escada a baixo e segurar no corrimão devia-se optar pela queda. Fraturas pelo menos se viam enquanto os micróbios agiam em segredo. Resultado: inventaram a escada rolante. Outro triunfo das mães.
Mas terror mesmo, tema de histórias assustadoras com exemplos gráficos inesquecíveis do que podia acontecer, era tampa de privada.
A principio, devia-se evitar banheiros públicos. Se a necessidade de usá-los fosse inadiável, devia-se tomar precauções.
As meninas recebiam instruções minuciosas do que fazer no caso de não haver alternativa ao banheiro publico. Deviam forrar o assento da privada com papel ou, melhor ainda, equilibrar-se alguns centímetros acima da tampa, sem tocá-la, e confiar na pontaria. Sob pena de, nos casos mais graves, até ficarem grávidas.
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