[in]Veja, vendida e irresponsável

Por Daniel Pedrini

Segue a carta da SBEM para a Revista veja em relação a reportagem "Parece Milagre".

Claramente uma capa vendida para a industria farmaceutica.


Comunicado On-line SBEM - 09 de setembro de 2011
  A SBEM informa aos associados que enviou uma carta à Revista Veja em função da reportagem publicada na semana passada. O conteúdo da carta - abaixo - não foi divulgado no site da SBEM porque a diretoria está aguardando um posicionamento da revista. A diretoria da SBEM Nacional e a Comissão de Comunicação Social compartilham das providências e pedem aos associados que aguardem a publicação do conteúdo no site. Posteriormente, o texto ficará disponível para utilizar nos sites das Regionais. 

À Revista Veja,

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia vê com preocupação a reportagem "Parece Milagre!", que estimula o uso, não autorizado pelas agências reguladoras, do medicamento liraglutida, com a finalidade exclusiva de emagrecimento. No momento, a única indicação reconhecida para este produto é o tratamento do diabetes. Estudos estão sendo realizados em relação ao seu emprego no tratamento da obesidade acompanhada de complicações, mas ainda não foram publicados os resultados do acompanhamento de um número suficiente de pacientes para que esta indicação terapêutica seja aceita. Enquanto isso não acontecer, não concordamos com a prescrição da liraglutida para perda de peso em pessoas não portadoras de diabetes.

A obesidade é uma doença crônica que pode ter graves consequências. Seu tratamento é difícil e são poucos os recursos terapêuticos disponíveis. Matérias como "Parece Milagre!" induzem a população a acreditar em uma solução mágica para este grave problema, o que não é verdade. Liraglutida é um medicamento novo e ainda serão necessários vários anos de farmacovigilância para correta avaliação de seus efeitos a longo prazo. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia se prontifica a assessorar os órgãos de imprensa nos assuntos referentes aos distúrbios endócrinos e metabólicos, de modo a evitar que informações sem embasamento científico sejam veiculadas à população.

Atenciosamente,

Dr. Airton Golbert
Presidente da SBEM

Dr. Ricardo Meirelles
Presidente da Comissão de Comunicação Social da SBEM

Um comentário:

  1. É assim que deve funcionar a democracia. Caso a revista ou qualquer outro instrumento de mídia, publique uma inverdade, deve ser imediatamente questionada e processada.

    No caso de medicamentos a ação deveria ser tomada pela ANVISA, que é o órgão governamental de regulamentação da indústria farmacêutica.

    Li o comunicado da ANVISA sobre esta questão, mas não vi ação judicial da ANVISA que seria o correto, nem tão pouco do Ministério da Saúde.

    O governo não cumpre sua obrigação e depois quer censurar a imprensa.

    Este é um caso em que o Ministério da Saúde e a ANVISA deveriam processar a revista e exigir um pagamento por danos morais.

    Mas agir dentro da lei e da ordem é uma coisa desconhecida para o PT que só conhece os métodos ditatoriais da truculência.

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