Claude Monet:
Estou em estado de arrebatamento. Giverny é um lugar esplêndido para mim.
Está tão lindo aqui no campo, escrevo para dizer a você que venha logo, o jardim está muito belo neste momento: vale a viagem e dentro de 15 dias, no máximo, tudo será passado.
Montei meu cavalete diante dessa massa de água que torna meu jardim mais agradável no verão: não tem mais do que 200 metros de largura e, no entanto, sua imagem despertou em mim a idéia do infinito.
Nem a luz e nem a sombra são o objeto de minha pintura, mas a pintura que existe na sombra e na luz.
De repente percebi quão mágico é meu lago. Peguei minha paleta. Desse dia em diante, quase não tive outro modelo.
Minha sensibilidade, longe de diminuir, foi acentuada pela idade, que não me mete medo enquanto houver plena comunicação com o mundo exterior para alimentar minha curiosidade, e enquanto minha mão permanecer ágil e fiel intérprete de minha percepção.
Está tão claro, o rosa e o azul tão puros, que o menor toque no lugar errado suja a tela.
Eu quero pintar o ar que envolve a ponte, a casa e o barco. A beleza do ar no qual eles estão, e isso é simplesmente impossível.
Não, eu não sou um grande pintor, um grande poeta. Somente sei que faço o que posso para exprimir o que sinto diante da natureza.
Meu coração está em Giverny, sempre e sempre.
Imagem maior – A primavera em Giverny - Coleção privada
Imagem menor – Les nymphéas (detalhe) – Musée Marmottan
www.fondation-monet.fr/fr/
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