Privataria tucana chegou as livrarias




ImageChegou às livrarias neste final de semana o livro “A Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Jr., publicado pela Geração Editorial sobre as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). A pesquisa que o embasou, documentada, exigiu 12 anos de muito trabalho do repórter.

Amaury Ribeiro Jr. virou personagem e polêmica na campanha eleitoral presidencial do ano passado. Ele foi acusado de participar de um grupo que supostamente tinha como alvo quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.

Também, neste final de semana, e como parte do lançamento de "A Privataria Tucana", chegou às bancas a edição 676 da revista Carta Capital, que traz como matéria de capa uma entrevista do jornalista sobre o seu livro. A matéria afirma que José Serra e pessoas a ele ligadas, como sua filha, Verônica, o genro, Alexandre Bourgeois, e Gregório Marín Preciado - este, sócio e marido de uma prima do ex-presidenciável tucano - estariam envolvidos em esquemas ilegais relacionados às privatizações.

A estrela do grupo, de acordo com o autor, no entanto, seria o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira, tido por Amaury Ribeiro Jr. como o cérebro de uma verdadeira engenharia de contas, doleiros e offshores em paraísos fiscais para recursos que teriam origem nas privatizações tucanas. 

Luz sobre documentos e contas correntes


Em seu livro, Amaury revela, por exemplo, documentos de depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, na conta de uma companhia de Ricardo Sérgio nas Ilhas Virgens Britânicas. O livro conclui que a transação dizia respeito a propina e teria envolvido R$ 2 milhões "para incrementar o caixa da campanha de Serra". Também informa que o contra-parente de Serra, Preciado, teria movimentado US $ 20 milhões ao longo dos anos.  

Outra personagem que desponta nas páginas de “A Privataria Tucana” é Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, em sociedade com outra Verônica, a filha de Serra, na empresa Decidir.com.

O autor do livro resumiu à Carta Capital a essência do que escreveu: “A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação”.

Segundo o jornalista, as duas formas de agir dos tucanos foram desvendadas no caso da Lunus (que derrubou a candidatura presidencial de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde). Neste último caso, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) lideraria o grupo.

"Quebra de sigilo foi armação do PSDB"


Amaury nega à revista ter participado de qualquer operação de quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, durante a campanha presidencial, em 2010. “ Aquilo foi uma armação”, garantiu. “Faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB”, defendeu-se.

Confira neste link a íntegra da entrevista de Carta Capital com o autor do livro "A Privataria Tucana". E não deixe de ler também a entrevista do editor do livro, o jornalista Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, no sítio Brasil 247, sob o título "Serra sondou editor para barrar livro".

por Zé Dirceu

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