1. Num país como os EUA, a pré-campanha se confunde com a campanha em função das eleições primárias nacionais que expõem amplamente o candidato da oposição. No parlamentarismo, a pré-campanha é permanente, na medida em que o deputado líder da oposição é o candidato a chefe de governo na eleição seguinte.
2. Mas num regime presidencialista sem primárias, com sistema pluripartidário, onde o fato de ser líder de um partido de oposição não sinaliza candidatura majoritária a presidente, governador ou prefeito, e onde as eleições confrontam personagens lastreados em tempos de TV, que só entram 45 dias antes da eleição, como no Brasil, quem exerce o poder executivo e é candidato à reeleição, faz pré-campanha sozinho.
3. Some-se a isso a total liberdade dos governos para gastar centenas de milhões de reais em publicidade paga na mídia, vinculando essa publicidade da imagem de quem governa à mídia espontânea (compulsória). E a lei eleitoral garante esse tratamento diferenciado entre governo e oposição. Não citar o nome na publicidade de governo é brincadeira. E os horários partidários gratuitos, sequenciais e desvinculados e muitas vezes com outras caras, de pouco servem. E quando se sinaliza para a campanha, a lei eleitoral penaliza.
4. Por essas razões, fazer pesquisas simplesmente oferecendo o nome do candidato à reeleição junto a outros candidatos que não têm -nem de longe- a mesma visibilidade e exposição, é ortodoxia, má fé ou fraude. Basta ler em algumas dessas pesquisas a porcentagem de conhecimento de cada um.
5. Para valer, se deveria cruzar as intenções de voto de quem conhece bem cada candidato. Mas isso exigiria um volume muito grande de questionários e ajustes técnicos por perfis a serem amostrados. Muito difícil para se publicar. Extrapolar com os cruzamentos existentes é possível e orienta os demais candidatos. Mas não se pode publicar como pesquisa. E quando se faz análise de pesquisas internas e se divulga, a lei eleitoral penaliza.
6. Outro caminho é projetar cenários, seja através de vinculações dos nomes dos demais candidatos com outros personagens políticos e com suas propostas, antecipando o que ocorrerá na campanha. E fazendo o mesmo com o candidato à reeleição nos pontos críticos que serão explorados em campanha. Com isso, se antecipa o cenário eleitoral provável. E se tem números muito mais confiáveis.
7. Fundamental tudo isso para os demais candidatos, embora para uso interno, já que por razões de técnica estatística, não se pode publicar. Um caminho é usar os nomes de personagens políticos majoritários em outras eleições ou que já governaram, e que serão "eleitores" dos demais candidatos, e testar a competitividade do quadro eleitoral.
8. Pesquisa não ganha eleição, é verdade. Mas quando deforma o quadro eleitoral futuro, gera adesões apressadas e recursos elásticos para patrocínio das campanhas. Usando o Rio como exemplo, em 1992, Cesar Maia abriu a campanha com 5%; em 1996, Conde abriu com 5%; em 2008, Gabeira com 5%, apenas para citar três exemplos de candidatos que, naqueles anos, tinham muito menor visibilidade que os favoritos (pela ordem Cidinha 37%, Cabral 38% e Crivella 27%).
9. Um ano antes se sabia -projetando cenários- que o quadro não era esse. Quem se apavorou com as primeiras pesquisas ficou para trás. Quem tinha os números projetados sabia que o quadro era outro e desenvolveu sua pré-campanha e campanha, até o impacto da TV, com tranquilidade, aplicando a estratégia traçada e..., correndo, depois, para o abraço.
2. Mas num regime presidencialista sem primárias, com sistema pluripartidário, onde o fato de ser líder de um partido de oposição não sinaliza candidatura majoritária a presidente, governador ou prefeito, e onde as eleições confrontam personagens lastreados em tempos de TV, que só entram 45 dias antes da eleição, como no Brasil, quem exerce o poder executivo e é candidato à reeleição, faz pré-campanha sozinho.
3. Some-se a isso a total liberdade dos governos para gastar centenas de milhões de reais em publicidade paga na mídia, vinculando essa publicidade da imagem de quem governa à mídia espontânea (compulsória). E a lei eleitoral garante esse tratamento diferenciado entre governo e oposição. Não citar o nome na publicidade de governo é brincadeira. E os horários partidários gratuitos, sequenciais e desvinculados e muitas vezes com outras caras, de pouco servem. E quando se sinaliza para a campanha, a lei eleitoral penaliza.
4. Por essas razões, fazer pesquisas simplesmente oferecendo o nome do candidato à reeleição junto a outros candidatos que não têm -nem de longe- a mesma visibilidade e exposição, é ortodoxia, má fé ou fraude. Basta ler em algumas dessas pesquisas a porcentagem de conhecimento de cada um.
5. Para valer, se deveria cruzar as intenções de voto de quem conhece bem cada candidato. Mas isso exigiria um volume muito grande de questionários e ajustes técnicos por perfis a serem amostrados. Muito difícil para se publicar. Extrapolar com os cruzamentos existentes é possível e orienta os demais candidatos. Mas não se pode publicar como pesquisa. E quando se faz análise de pesquisas internas e se divulga, a lei eleitoral penaliza.
6. Outro caminho é projetar cenários, seja através de vinculações dos nomes dos demais candidatos com outros personagens políticos e com suas propostas, antecipando o que ocorrerá na campanha. E fazendo o mesmo com o candidato à reeleição nos pontos críticos que serão explorados em campanha. Com isso, se antecipa o cenário eleitoral provável. E se tem números muito mais confiáveis.
7. Fundamental tudo isso para os demais candidatos, embora para uso interno, já que por razões de técnica estatística, não se pode publicar. Um caminho é usar os nomes de personagens políticos majoritários em outras eleições ou que já governaram, e que serão "eleitores" dos demais candidatos, e testar a competitividade do quadro eleitoral.
8. Pesquisa não ganha eleição, é verdade. Mas quando deforma o quadro eleitoral futuro, gera adesões apressadas e recursos elásticos para patrocínio das campanhas. Usando o Rio como exemplo, em 1992, Cesar Maia abriu a campanha com 5%; em 1996, Conde abriu com 5%; em 2008, Gabeira com 5%, apenas para citar três exemplos de candidatos que, naqueles anos, tinham muito menor visibilidade que os favoritos (pela ordem Cidinha 37%, Cabral 38% e Crivella 27%).
9. Um ano antes se sabia -projetando cenários- que o quadro não era esse. Quem se apavorou com as primeiras pesquisas ficou para trás. Quem tinha os números projetados sabia que o quadro era outro e desenvolveu sua pré-campanha e campanha, até o impacto da TV, com tranquilidade, aplicando a estratégia traçada e..., correndo, depois, para o abraço.
por Cesar Maia
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