Considerações sobre a Europa


- As pessoas têm medo de entrar no elevador com outras pessoas. Rola uma cara de "Eu, heim, Creuza?". É super estranho. Não entram mesmo. De jeito algum. Elevadores enormes, que comportariam dez pessoas e ninguém entra se já tiver alguém dentro. Ou será que eu e Daniel Si temos cara de leprosos, terroristas ou contagiosos e isso é só com a gente? Vai saber.

- O Capuccino, na Itália, não tem nem chocolate, nem canela. É um mero café com Leite. Básico. Na Espanha, peça "café solo". Se pedir só "Café", virá café com leite.

-O pão, na França é duro feito nosso pão italiano. O pão, na Itália, parece mais o 'pão Francês' brasileiro e não é tão duro. Confuso? Acostume-se.

-As azeitonas daqui não tem gosto de nada. (Para azeitonas, tente o Chile.)

- A nossa macarronada "típica italiana", com aquele monte de parmesão ralado, por aqui é raro. Parmesão, só um pouquinho e só se você pedir. Caso contrário, nada. 

- Arroz, nem pensar. Feijão pra quê? Existe batata. Isso basta.

- Italiano não sabe fazer carne. Ponto. Rodamos a Itália toda de norte a sul e não comemos um só pedaço de carne bem feito. É tudo sem tempero (nem sal). O que eles entendem por carne de boi, resume-se a uma bistecona gigante que eles chamam de Bisteca Fiorentina (que não existe mais ao norte, perto de Veneza). Na Itália você verá apenas pasta, pizza e pasta e pizza e... eu já disse pasta? Pois é. Culinária de outros países é raro na Itália. Eles são fechados para isso. Quase não se vê. 

- Por toda Europa se vê um clima de rivalidade. como guetos e gangues, provocando-se, cutucando-se, desdenhando-se... Eles são bem 'separatistas'. A birra de um para com o outro é bem acentuada. Na Espanha, algumas regiões não se consideram espanholas e sim catalãs. Em Barcelona, por exemplo, não se ouve o espanhol. A língua oficial é o Catalão. (A nós, soa como uma mistura de espanhol, com italiano e até russo). Vá aprendendo as duas, por via das dúvidas. 

- As praias da Costa Brava (Espanha) não são de areia. São de pedras. Minúsculas, médias, grandes e assassinas... Você entra, todo feliz, e depois de cinco pisadas, os pés já estão esfolados. Dói. Dói pacas. E você pensa "esse povo não sabe o que é praia de verdade". A vantagem é que pedra não suja as coisas, porque pedra não gruda e você não leva para casa aquela areia fina, lembrança da praia que vai durar ainda por um tempão, dentro do forro do biquíni. A vista é bonita, mas a praia não é nada confortável. Em compensação (ou não), tem topless pra todo lado. Peitolas para todos os gostos e de todas as nacionalidades. Quase arrisquei um (topless) myself, mas não tive coragem. Deixei pra próxima. Daniel deve ter gostado. Aproveitou bem a "vista". Não dos castelos. 

- Já disse, mas repito: castelo por aqui, dá igual chuchu na serra. Se tem um morrinho, pode reparar, tem um castelo no alto do morrinho. Ou as ruínas de algum. 

- Quesito BELEZA: Meninas, empolguem-se! Os portugueses e os espanhóis são lindos. É um festival para os olhos. Delícias ambulantes e abundantes para onde se olhe. Mas... meninas, não se animem tanto. As espanholas também são de babar. Lindas, produzidas (maquiagem demais), charmosas, estilosas. É boniteza pra todo lado. E você pensa "esse mundo tá povoado demais".

- Espanhol gosta de tapa. Isso. Tapas. Tapas são petiscos. Petiscos variados. Em pequenas porções. Você come com a mão e em geral, são bem gordurosos. Muito azeite em tudo. O esporte preferido dos espanhóis, depois do futebol, é ir de bar em bar, provando tapas e bebericando mini cervejas. Mini, claro, porque se fossem grandes, no segundo bar já ia dar Perda Total e o cidadão não conseguiria mais passear e provar outros Tapas. Só não são obesos porque caminham muito, porque olha! De tapa em tapa, dá pra comer MUITO. 

-Ainda no quesito culinário, as especialidades da Espanha são as Tortillas (que são omeletes com recheios variados), os Jamóns (presuntos variados) e a Sangria (o equivalente ao nosso Ponche). Restaurantes a menu fixo do estilo Wok (china/Japão) são comuns por aqui.

- As cidades pequenas, medievais, cravadas nas montanhas, afastadas dos grandes centros turísticos são as mais encantadoras. É nelas que você vai sentir-se imerso na cultura do país, misturado ao dia a dia comum dessa gente incrível. Inclua essas cidades no roteiro. Elas te darão fôlego para aguentar as outras. Foram as minhas preferidas. (Siena, Sintra)

- Portugal é encantador. Portugal é como um abraço. O conforto de um sorriso e de um coração enorme. Além disso, Portugal tem bacalhau. Precisa mais?

- Veneza NÃO fede. Não é esse exagero todo, como todo mundo diz. São Paulo fede mais. Barcelona fede mais. Aliás, Barcelona parece que fica do ladinho do Tietê. 

- Paris... ah, Paris! Paris é imbatível, em todos os quesitos. TODOS. Inclua Paris em todas as viagens que fizer à Europa. Simples assim. Paris, sempre.

- A Europa é incrível. Tudo é muito diferente do Brasil. É muita história, muita, MUITA ARTE. Vim pra cá pobre. Voltarei rica. Rica do que realmente importa, que é o conhecimento, a experiência, a emoção vivida em cada pedacinho, em cada pintura, cada monumento, cada olhar.

Amanheci cantando: "Vento de maio, rainha de raio, estrela cadente. Chegou de repente o fim da viagem. Agora já não dá mais pra voltar atrás." (Lô Borges)

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