É o que diz o israelense Zvi Tau, presidente da Har Hamor Yeshiva - centro de ensinos religiosos da Torá e do Talmud -, escreveu, para uso interno, um folheto intitulado “Quem me criou como ele desejou”, onde recomenda uma doutrina considerada radical até mesmo para alas mais ortodoxas do judaísmo. No entanto, o jornal Haaretz teve acesso ao folheto e publicou trechos em sua edição eletrônica nesta terça-feira (31/07).
No texto, Tau afirma que homens e mulheres têm papeis diferentes. Enquanto as mulheres tem mais “poder emocional”, os homens nasceram com “maior capacidade intelectual”. Essa divisão é necessária, segundo ele, porque o mundo tem limitações e é incapaz de conciliar emoção com razão. As mulheres, portanto, por “vocação natural”, não foram feitas para se ocuparem com questões “tão profundas quanto a ciência e a moral”, e sim a dar à luz, alimentar e cuidar de crianças. “Deus deu a elas os talentos e a orientação natural para essas funções”, afirma Tau.
No entanto, ele afirma que essas orientações não tratam de discriminar as mulheres. “O lar é o habitat natural para as mulheres expressarem suas tendências especiais, e não locais de atividade social (...) Em casa, sem confusão (...) é onde uma mulher pode viver sua vida plenamente”. Ele também afirma que crianças nascidas de famílias onde as mulheres se dedicam a um trabalho serão “fracas e flácidas”.
A noção de que homens e mulheres, em sua opinião, devam ser tratados com igualdade e receber a mesma educação só é capaz de gerar frutos a curto prazo. No entanto, no futuro, essa tendência irá “prejudicar a qualidade de vida da nação e da sociedade, já que o verdadeiro caráter feminino não estará desenvolvido e fará falta ao mundo. A sociedade e a nação devem se esforçar para aprimorar os atributos especiais inerentes à mulher”, diz.
Tau, nascido na Áustria, é um importante líder religioso e apoiador de conceitos nacionalistas que consideram o Estado de Israel sagrado. Foi uma das poucas personalidades israelenses a apoiar publicamente o ex-presidente Moshe Katsav em 2007, que renunciou devido a acusações de estupro. Na época, ele insistiu para que Katsav lutasse para permanecer no cargo. No entanto, o chefe de Estado foi condenado a sete anos de prisão e se encontra encarcerado em Ramala desde dezembro do ano passado.
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