[...] Nem se condene FHC ou Lula pelo jogo. No presidencialismo torto brasileiro, era a única condição de governabilidade. O país saía da longa noite da ditadura, de um longo período de estagnação econômica, ainda era uma democracia infante.
O julgamento do mensalão coloca um ponto final nesse modelo. Criminaliza-se a ajuda financeira, como foi o caso. Há um questionamento cada vez maior do loteamento de cargos. A Lei da Transparência reduzirá cada vez mais a margem de manobras dos operadores da máquina pública (os especialistas em desvio de dinheiro que servem a todos os partidos).
Haverá a necessidade, portanto, de uma ampla mudança na lei eleitoral, a não ser que se queira caminhar para a ingovernabilidade. As mudanças passam pelo financiamento público de campanha e pela reestruturação partidária. E aí haverá mudanças expressivas.
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