Surpreendidos com os primeiros veredictos que saltam do plenário do STF, os principais operadores do PT dividem-se entre a indignação e a perplexidade. Revoltam-se porque enxergam um quê de política no julgamento. Espantam-se porque se deram conta de que, ao subestimar o escândalo, não se prepararam para lidar com os danos.
Na base do improviso, o PT reage a esmo aos ataques da oposição, prepara a assimilação de eventuais prejuízos na eleição municipal de 2012 e olha para o itinerário de 2014 como uma oportunidade de rearranjo. Uma oportunidade que Dilma Rousseff cuida de aproveitar. Distanciando-se do problema, a presidente apresenta-se como solução.
Até os petistas que torcem o nariz para Dilma passaram a enxergar no sucesso do governo dela um bom recomeço para a fase pós-mensalão. A alternativa seria Lula. Mas ele já não exibe as condições físicas de antes e é tomado a sério quando diz que só um Apocalipse econômico o faria apresentar-se como re-re-recandidato. Menos por gosto e mais pelo desejo de evitar o ressurgimento da oposição.
De tanto referir-se ao mensalão como uma ‘lenda’, o PT tornou-se uma legenda que encontra paralelos mais adequados na ficção do que na realidade. Ernest Hemingway oferece boa matéria prima para comparações. Continua>>>
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