Acho que também seria interessante pensar "do outro lado do balcão":
Nos últimos dez anos cresceu uma vasta indústria cultural cujo principal produto é falar mal do Lula e de tudo que pode representar os governos petistas. Com o tempo muita gente percebeu que falando mal deles, das cotas, de qualquer política que possa representar um avanço civilizatório - como o casamento gay, a liberação da maconha, o reconhecimento de direitos difusos, etc... dá sempre ibope numa determinada faixa da população que se confunde com os leitores de veja e as camadas rancorosas das classes médias e altas.
Esses segmentos são relevantes como consumidores de cultura e de outras mercadorias, além de elevarem o patamar de prestígio dos jogadores de lama que alimentam & açulam a raiva deles. Logo ele atrai e vai continuar atraindo alguns, ou muitos, jornalistas & intelectuais que, como quaisquer outros grupos, também querem "se dar bem".
No universo intelectual, que conheço um pouco melhor, sempre sobra gente no caminho e não só a ganância, como também a vaidade acabam empurrando indivíduos para o caminho da vociferação bem pagante e auto congratulatória.
A coisa funciona mais ou menos assim: "não dou a mínima para aqueles colegas que não me reconhecem, já que o Merval me cita na coluna que é lida por milhões e, de quebra, ainda me chamam para dar umas palestras bem remuneradas ou, pelo menos, posso ter certeza que as coisas que eu publicar vão ser recomendadas na veja e vão vender bem".
Assim, se estou certo, a indústria do antilulismo vai continuar.
Tem, e vai continuar tendo, tanto produção quanto freguesia...
por Robertog
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